O tempo passou silenciosamente.Mais um ano se passou, e Naiara, como de costume, foi até a igreja nos arredores da cidade para rezar pelas crianças do orfanato.O início da primavera ainda trazia um friozinho nas montanhas, ela apertou o xale de caxemira junto ao corpo e ajoelhou-se diante do banco, rezando em silêncio.No altar, a luz das velas tremulava suavemente, e a tranquilidade do incenso de mirra envolvia o ambiente, fazendo com que seu coração aos poucos se acalmasse.Em seguida, ela dirigiu-se ao jardim memorial nos fundos da igreja e colocou delicadamente uma vela branca sobre a pedra do altar.Nesse momento, seu olhar recaiu subitamente sobre um monge de batina cinza que abaixava a cabeça para varrer folhas secas.Aquela silhueta era familiar demais, e o fôlego de Naiara ficou suspenso.... Era Afonso.O outrora altivo e imponente herdeiro da família, agora magro a ponto de as maçãs do rosto se destacarem, em seu olhar, já não havia mais traço de arrogância ou escuridão,R
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