Capítulo 61 — Parabéns, CorvoNarrador:Eros não conseguia tirar os olhos de Sasha. Nem mesmo quando Azucena se afastou de sua boca com um sorriso triunfante, nem quando os flashes explodiram ao seu redor, capturando a imagem do “casal perfeito”. Ele só via uma coisa: Sasha. Em pé entre a multidão, com uma expressão perturbada, os lábios tremendo levemente, o queixo erguido... até que ela abaixou a cabeça, virou-se e se afastou sem olhar para trás. O estômago de Eros se contraiu.Sentiu que todo o ar da sala se tornava denso. Que aquela noite, aquela pantomima, aquele anúncio, acabavam de dividi-la em duas. E a ele também. Aylin lançou-lhe um olhar fulminante. Não precisava de palavras. Sabia o que tinha acabado de acontecer. Sabia pela forma como Sasha reagiu. Sabia pela forma como Eros não reagiu a mais nada. Nem aos aplausos, nem às risadas, nem ao braço de Azucena pendurado no seu. E, quando deu um passo para ir atrás dela, sentiu uma mão pesada sobre o ombro.— Eros, filho! — excl

Capítulo 63 — Não fujaNarrador:A mansão Adler estava em silêncio, mas Dominic havia encontrado seu pequeno oásis na sala de estar adjacente: uma tela gigante, uma cerveja gelada e seu time favorito disputando uma partida que prometia gols e adrenalina. Estava no minuto quarenta e três, prestes a gritar pelo gol, quando um barulho ao seu lado chamou sua atenção. Era ela... Natalia. Recém-saída do banho, com os cabelos molhados caindo em ondas escuras sobre os ombros. Ela vestia um roupão de tecido fino, pouco justo, e estava descalça. Dominic ficou paralisado, imóvel como se tivesse cruzado uma linha invisível. Ele engoliu em seco.—Naty...—Dom, precisamos conversar, não podemos mais ficar em silêncioEle desligou a televisão. Passou a mão pelo rosto e levantou-se com aquele ar de quem está prestes a entrar em um campo de batalha... ou em uma armadilha deliciosa.— Não estou pronto para conversar... — disse ele, com a voz mais tensa do que gostaria.— Mas vamos conversar, venha — e e

Capítulo 65 — Eu quero guerraNarrador:Eros segurou-a pela nuca com uma mão firme, como se tivesse esperado por aquele momento a noite toda, o mês todo, a vida toda. Ele encurtou a distância em um segundo e, quando seus lábios tocaram os dela, não havia mais mundo. Não havia passado nem futuro, apenas o agora, aquele instante carregado de raiva, desejo e verdade.Ele a beijou como se fosse a única forma de se explicar, como se as palavras já não fossem suficientes. Com os dentes, com a língua, com a respiração ofegante. Ele afundou os dedos em seus cabelos enquanto seu corpo se colava ao dela, apagando qualquer resquício de orgulho.Sasha respondeu com a mesma necessidade. Ela o beijou de volta como se sua vida dependesse disso, agarrando-se à camisa dele, sentindo o medo, a raiva, tudo se render.Foi um beijo desordenado, selvagem, encharcado de emoções. Daqueles que molham os lábios, que deixam marcas, que fazem as pernas tremerem.Quando se separaram, apenas um centímetro, ambos es

Capítulo 67 — Senhor Advogado do DiaboNarrador:Sasha continuava com a cabeça apoiada no peito dele, desenhando linhas invisíveis sobre sua pele com a ponta dos dedos. O ambiente estava carregado de uma calma intensa, daquelas que só chegam depois de uma tempestade emocional. Eros a observava em silêncio, como se tentasse gravar cada um de seus gestos.—Sabe o que é o mais difícil de tudo? —disse ele de repente, quebrando o silêncio—. Que passei todos esses anos tentando te esquecer. Convencendo-me de que era o melhor a fazer.Ela não respondeu a princípio. Apenas se agarrou um pouco mais ao seu corpo, como se também lhe doesse lembrar.— E eu — sussurrou ela — passei anos me perguntando se você alguma vez me viu de verdade... se para você eu fui mais do que um erro.Eros levantou a cabeça, obrigando-a a olhá-lo.— Não diga isso. Você foi a única coisa real. Todo o resto... foi um cenário. Algo que montei para não enlouquecer.Sasha engoliu em seco.—Eu também fiz coisas para esquecer

Capítulo 69 — Isto não é uma prisãoNarrador:Dominic entrou na cozinha com o cabelo despenteado, a camiseta amarrotada e os passos ainda desajeitados pelo sono. Não esperava encontrar ninguém. Mas lá estava Roman, em pé ao lado da cafeteira, com uma xícara na mão e um olhar tão penetrante que parecia que ele passara horas afiando-o apenas para cravá-lo nele.—Você não ia aparecer ou ia ficar brincando de vida de casado feliz até o meio-dia? —disse Roman, sem se dar ao trabalho de cumprimentar.Dominic piscou, parando no meio do caminho.— O que você está fazendo acordado a esta hora?— Esperando por você.— Por mim?— Sim, por você. — Roman colocou a xícara sobre a bancada com um golpe seco. — Ou você achou que eu não ia perceber que Sasha foi embora sem que ninguém a impedisse?O rosto de Dominic ficou tenso. Ele fechou a porta atrás de si e cruzou os braços.— Eu não sabia que ela tinha ido embora.— Exato! Porque você estava ocupado demais transando com a prima de Aylin para fazer