POV: HAPHEL— Olha só... parece que seremos vizinhas de quarto. — Verônica sorriu largo, mostrando as garras afiadas. — Que tal uma noite das garotas? Podemos fazer as unhas uma da outra.— Para você “acidentalmente” arrancar meus dedos? — torci o nariz, cruzando os braços. — Dispenso. Até porque não é como se fôssemos amigas.— Mas precisamos mesmo ser inimigas? — Ela arqueou a sobrancelha, rebolando as cinturas em provocação calculada. — Eu não guardo rancor por você ter roubado meu noivo. Na verdade, estou até tranquila... consegui algo bem melhor.Verônica deslizou os dedos pelo tórax de Lukas, como se quisesse provocar, e ele ergueu o queixo inflado de ego, sorrindo com desdém sem desviar os olhos dos meus. O gesto me deu náusea, mas respirei fundo e mantive meu tom firme.— Acho que uma cadela seria bem mais fiel aos seus sentimentos do que você, Verônica. — Cuspi as palavras, arqueando a sobrancelha, cada sílaba carregada de veneno. — Antes de se deitar com outro, pelo menos el

POV: HAPHELMeu corpo estremeceu, a garganta secou, e mesmo tentando contestar, nenhuma palavra saiu. Soraya arqueou uma sobrancelha, avaliando-o com o cenho franzido, como se medisse o tamanho do desastre que se aproximava. — O que poderia dar errado, não é mesmo? — Ironizou, erguendo a taça e virando o líquido de uma vez. Bateu o fundo do copo na mesa e suspirou. — Garçom, deixe a garrafa inteira. Vai ser uma noite longa... e perigosa. Logo, os garçons começaram a circular pelo salão, servindo pratos pesados e taças cheias. O burburinho crescia, mas silenciou quando bandejas prateadas foram trazidas com cartas negras, cada uma com os nomes gravados em dourado. Peguei a minha, sentindo um arrepio percorrer a espinha. Abri o envelope com dedos trêmulos e li em voz alta: — Regra n&u

POV: HAPHELNão houve tempo para respirar. Os demais avançaram de uma só vez. Meu coração disparou, mas minhas pernas se moveram sozinhas. Fiz exatamente como Belmont havia me ensinado: recuei primeiro, na defensiva, calculando cada movimento, cada investida deles. Meus olhos percorriam as brechas em seus ataques, esperando o instante certo para devolver com precisão. “Seu corpo é menor, mais frágil que o de um lobo.” A voz dele ecoava na minha mente, firme, quase me guiando. “Mas a sua vantagem é a estratégia e a agilidade. Use isso. Seja rápida. Seja letal.” Arfei, desviando de uma garra que rasgou o ar perto do meu rosto. Segui seu conselho, respirei fundo e mirei. Acertei um golpe certeiro em uma das pernas, o inimigo caiu com um urro rouco, incapaz de se levantar. A vibração do impacto percorreu meu braço, mas

POV: AIDEN“A raposinha tem mais bom senso do que nós, Alfa.” Lurak rosnou em minha mente, farejando profundamente o aroma doce dela, misturado ao ferro do sangue que nos cercava. O som do seu ronronar predatório ecoou como uma promessa. “Ela nos ancora… e, de quebra, já mostrou a todos que é nossa Luna. Deixe-os digerir isso.” Meu maxilar se contraiu, a fera dentro de mim se debatia exigindo sangue, mas o calor dela colada ao meu corpo me mantinha preso à superfície, acalmando Lurak de uma forma que nunca vi antes. “Hoje basta. Eles tiveram um vislumbre ínfimo do nosso poder. Não dê ao inimigo mais do que merece… ainda.” — Deveria escutar sua companheira, Alfa Belmont... — Reymond, o Supremo, falou com a calma de um carrasco prestes a dar a sentença, os olhos frios fixos em Haphel. &m

POV: HAPHEL— Tenho uma novidade para você, Alfa. — Minha respiração saía entrecortada, mas eu não quebrei o contato nem recuei. — Já estou no inferno ao seu lado. A diferença é que um de nós sabe onde pisa e o outro tropeça no escuro.O maxilar dele se contraiu, e os olhos dourados cintilaram em um amarelo intenso, como se queimassem o ar entre nós.— Haphel... — o rosnado grave vibrou, fazendo meu corpo estremecer.Afastei-me um passo, erguendo a mão como se pudesse contê-lo.— Não, Aiden. Você é um hipócrita. — Segurei firme o coque que acabado de prender, e percebi o jeito como ele seguia cada detalhe, predador analisando presa. Cocei os olhos cansada, mas minha voz não vacilou. — Você me acusa de ter sido enganada pelos meus pais, de ter sido privada da verdade. Diz que esse foi o erro deles. Mas está fazendo exatamente o mesmo comigo.— Não é tão simples assim. — Aiden cerrou os punhos, os músculos rígidos, a veia latejando em sua testa denunciava a fúria contida.— Então simpli