Capítulo 122James BelleroseAcabei de desembarcar em Paris. Vim resolver algumas pendências da empresa, mas, acima de tudo, vim ficar com minha irmã. Scarlett tentou esconder o que estava passando, disse que não queria me preocupar, especialmente agora que acabei de me casar. Mas, quando desabou ao telefone e me contou que havia descoberto a traição do marido, soube que eu precisava vir.Por anos, estivemos afastados, decisões erradas, mágoas antigas, manipulações de todos os lados, mas nada disso importa mais. Ela é minha irmã. Meu sangue. E, por mais que tenhamos cometido erros, eu estarei aqui por ela e por meu sobrinho, sempre.— Tiooo!Antony correu até mim, rindo, os braços abertos. Me abaixei para recebê-lo e ele se jogou no meu colo, me abraçando com força. Senti o coração apertar. Scarlett veio logo atrás, forçando um sorriso. Mas nos olhos dela... a dor era evidente. As olheiras profundas denunciavam noites mal dormidas, e o brilho da bailarina mais renomada de Paris agora

Capítulo 124Louise Brown BelleroseEstava em pânico.O coração disparava, a respiração curta, o medo se instalava em cada parte de mim. O que estava acontecendo comigo?Assim que chegamos ao hospital, fui levada rapidamente para a sala de triagem. A enfermeira falava algo sobre exames, mas eu mal conseguia assimilar as palavras. A dor vinha em ondas, latejando na parte inferior do abdômen, e uma sensação fria me percorria o corpo.Senti James segurar minha mão com força, como se quisesse ancorar minha mente naquele momento.E, de alguma forma, aquilo me ajudava a não desmoronar de vez.— Está tudo bem, amor. Vai dar tudo certo — ele dizia, tentando controlar a voz, mas eu sentia o tremor em seus dedos.James sempre foi o porto seguro de todos, o homem que enfrentava o caos com calma e firmeza. Mas ali, ao meu lado, eu via o medo que ele tentava esconder por trás do olhar.Fui submetida a exames de sangue, aferição de pressão, e o médico solicitou um ultrassom pélvico.As palavras “ul

Capítulo 126Louise BrownA gravidez tem passado tão rápido que às vezes me pego desejando que o tempo desacelere, só para poder viver cada segundo com mais calma. Apesar do susto inicial, tem sido um sonho. Viver isso ao lado de James é como se a vida tivesse me concedido uma segunda chance, a oportunidade de ver o que eu perdi, de sentir o amor em sua forma mais pura e tranquila.Ele é o tipo de homem que abandona tudo por nós. Cuidadoso, carinhoso, atento a cada detalhe, a cada expressão minha. Às vezes o observo em silêncio, e me pergunto se é possível amar alguém ainda mais do que já amo. Estar com ele é como viver dentro de um conto de fadas, só que o meu é real, com risadas, carícias e pequenos gestos que me lembram diariamente o quanto sou amada.Com oito meses completos, o quarto do nosso pequeno Théo está pronto. As crianças não falam de outra coisa, vivem planejando quem vai ensiná-lo a andar, quem vai contar histórias, quem vai cantar para ele dormir. E eu, claro, me derre

Capítulo 128James BelleroseO sol já atravessava as cortinas do quarto do hospital quando abri os olhos. A noite tinha sido longa, mas pela primeira vez em muito tempo, a exaustão me parecia boa. Aquele cansaço que vem do amor, da emoção e da certeza de que tudo valeu a pena.Louise dormia serenamente, o rosto tranquilo, com Théo enroscado em seu colo. Mesmo dormindo, ela o segurava com a mão apoiada sobre o pequeno peito dele, como se quisesse garantir que o coração do nosso filho nunca deixaria de bater em sintonia com o dela.Me aproximei devagar, tentando não fazer barulho. Sentei-me na poltrona ao lado da cama e fiquei apenas observando.Aquele quadro, ela, com o nosso bebê nos braços, parecia uma pintura viva da paz que eu nunca imaginei ter.Toquei o rostinho de Théo, tão pequeno, e ele se remexeu, emitindo um som baixinho, como se estivesse sonhando.— Ei, campeão… — sussurrei. — Você já é o dono da casa, sabia?Louise abriu os olhos devagar, sonolenta, e sorriu.— Oi, papai

Capítulo 130Scarlett BelleroseA vida tem me mostrado que recomeçar dói, mas sabe, é uma dor boa, daquelas que curam devagar, que te fazem se sentir viva.Hoje, posso dizer que estou renascendo.Acordo cedo todos os dias, preparo o café do Antony, ajeito o coque no cabelo e sigo pra minha escola de balé, que está florescendo mais do que eu imaginei. As paredes rosadas, o cheiro de madeira encerada, os risos das meninas… tudo me faz lembrar o quanto eu amava isso.E o quanto fui boba por ter deixado de lado a parte mais bonita de mim por causa de um homem que nunca mereceu o amor que dei.A cada aula, a cada sapatilha batendo no chão, eu me reencontro.Antony corre entre as pequenas, adora o estúdio. Fica sentado na escada, balançando as pernas, e às vezes tenta imitar os passos das meninas, arrancando gargalhadas de todo mundo.Hoje é um dia especial demais, Lavínia vai dançar sozinha pela primeira vez, na turma intermediária. Ela é tão dedicada, tão concentrada, que eu me emociono s