༺ Pietro Beltron ༻Aperto o acelerador do carro a toda velocidade, seguindo a perseguição. Enzo estava ao meu lado. A polícia vinha logo atrás, reforçando a caçada.Estava nervoso, a tensão me consumia. Domenico e Luca vinham no outro automóvel, mantendo a distância. Os bebês haviam sido conduzidos à ambulância para verificar se estava tudo bem e ficaram sob os cuidados de uma das enfermeiras de confiança de Enzo.Corremos contra o tempo para conseguir salvar Amara. Enzo, ao meu lado, agarrava o cinto de segurança.— Que inferno! Esse velho maldito! Tem que pagar pelo que ele fez! — comentou Enzo, a voz tensa.Mantenho as mãos firmes no volante, os olhos fixos na estrada escura.— Mas ele vai pagar! Nosso pai tem que fazer ele pagar por isso! E nós vamos fazer! Não me importo se ele é da nossa família! E tenho certeza que a vovó também não vai perdoar o que ele está fazendo!— Sim, ela! Mais do que nunca vai ser a primeira a colocá-lo na cadeia, mesmo sendo filho dela! — respondeu Enz

༺ Amara wild ༻Observei os policiais trabalhando, o cenário agora iluminado pelas luzes das viaturas. Afastei-me por um momento, observando o precipício onde Samir havia caído.— Será que ele sobreviveu? — comentei com os quatro, minha voz hesitante.Domenico respondeu de um jeito sério, com o rosto fechado.— Não sei, mas tomara que não!Olhei para Domenico, sentindo certo desconforto.— Sei que ele é mal, mas não desejo que acabe assim...— Pois eu desejo! — declarou ele, irredutível. — Tentou sequestrar você, a minha filha e o meu sobrinho! E sabe lá Deus para onde queria levar você!Luca, ao lado dele, também se manifestou.— Por mim, que já tenha ido para o inferno a essa hora! Já esteja descendo para o tormento eterno, desgraçado!— Eu também concordo! — respondeu Pietro. — Só tenho pena da vovó, que não merecia isso! Vai sofrer tanto!— Essas são as consequências dos tipos de atos que certas pessoas acabam tomando — comentou Enzo.Suspirei fundo, ainda olhando lá para baixo.—

༺ Amara Wild ༻Meses se passaram junto a tranquilidade reinava. Meus filhos agora engatinhavam, explorando cada canto da sala. A vida estava normal. Tentava conciliar a faculdade, o relacionamento, a vida familiar.Tudo se encaixava perfeitamente na rotina diária. Decidi pôr uma pedra no meu passado, esquecendo o sequestro e o fim de cada pessoa que tentou fazer mal a mim e aos meus filhos.Hoje decidi acordar um pouco mais tarde. Estava preguiçosa, deliciando-me com o calor do edredom. Meus filhos estavam com as babás. Eu me dava um merecido descanso, embora fosse uma mãe que gosta de estar sempre presente.Espreguicei-me mais uma vez. Fui ao banheiro, tomei um banho demorado, ajeitei os cabelos num coque perfeito. Coloquei um vestido florido até os pés, calcei minhas sandálias e decidi descer para tomar café.No caminho olhei pela janela do corredor e estava fazendo um dia lindo e ensolarado. Talvez depois fosse dar uma volta com os meus filhos no jardim e aproveitar o dia.Assim qu

༺ Amara wild ༻Sento-me no sofá ao lado de Domenico; Luca repousa a cabeça sobre minha coxa e meus dedos deslizam entre seus cabelos. O gesto o acalma ou talvez me acalme mais do que ele imagina.Pietro se acomoda na poltrona à frente, braços cruzados, semblante atento. Enzo, como sempre o mais reservado, está de pé perto da janela, o celular entre os dedos e uma expressão que não consigo decifrar.O silêncio pesa. Só o tique-taque do relógio preenche a sala. Até que ele ergue o olhar e quebra a tensão com uma frase seca:— Saiu o resultado do exame.Meu coração dispara. Tento ler alguma emoção em seu rosto, mas Enzo é uma fortaleza. Ergo o olhar e pergunto, com a voz um pouco trêmula:— Então... o que deu?Ele dá um passo à frente, o olhar firme, quase sério demais.— Deu positivo. Você está grávida.Por um instante, o ar some dos meus pulmões. Uma mistura de medo e espanto me invade, seguida por um suspiro longo.— Bem... agora já sabemos o resultado. — Tento parecer serena, mas min

༺ Amara Wild ༻Os últimos meses correram num ritmo tranquilo, quase sereno. Nenhum drama, nenhuma crise, só o som das risadas, o cheiro de café fresco e o movimento preguiçoso da vida fluindo dentro de casa.Naquela manhã, eu estava na sala com uma fatia generosa de bolo de cenoura e cobertura de chocolate, minha perdição desde sempre. Domenico e Pietro estavam comigo, falando sobre a faculdade.— Então, você realmente está curtindo esse curso? — Domenico perguntou, com aquele tom analítico de sempre.— Muito. Engenharia Florestal e Botânica são o que eu sempre quis. Nunca pensei que iria amar tanto estudar sobre plantas e ecossistemas — respondi, saboreando o bolo com prazer quase indecente.Pietro soltou um riso leve, recostando-se no sofá.— Claro que você ia gostar, né? É toda natureba. Aposto que daqui a pouco vai querer plantar uma floresta no quintal.Revirei os olhos, rindo.— Se vocês ajudarem a cavar, quem sabe?Domenico balançou a cabeça, com aquele ar sério que tentava esc