Chase HarrisonUma noite em branco fora tempo o suficiente para pensar. Não sabia se aquilo era a merda mais injusta que já fizera na vida, no entanto, precisava tentar. Havia muito em jogo.Toda a minha vida, para ser mais claro. Tudo pelo que trabalhei durante duas décadas poderia evaporar por uma recusa, e eu o faria. Deixaria as merdas, ou o que viesse como consequência por ela. Por que, porra, ela era a única mulher que meu pau queria, e talvez fosse o bastante se isso fosse a única merda a me segurar. A infeliz fez colônia no meu cérebro, tornando-me um homem atormentado por pensamentos sobre ela, o que estava fazendo ou pensando. Tão obcecado que sufocava a mim mesmo, que dirá a desgraçada. E talvez fosse egoísmo. Ela era jovem para essa merda politica toda, e não compreenderia os sacrifícios, dei-me conta, ao perceber a tensão de seus ombros, ou a maneira como me encarava. Tensa. Evitando saber as malditas respostas que guardei sete chaves.E ao romper com o silêncio, senti q

Chase HarrisonDepois de quase ter o dia inteiro consumido por debates e malditos jargões que enfiavam em discursos, a fim de que não fosse compreendido o suficiente, mas que parecesse inteligente, desloquei-me a um encontro indesejado, mas necessário.Alivio, fora o que senti ao deixar o restaurante, e caminhar para a minha casa, onde eu deveria estar, e ter chegado a horas. Porra, eu não me perdoaria se perdesse a chance de despedir-me da Harper antes que viajasse. Viciado no corpo da infeliz, sentia-me quase como um drogado em busca de mais uma dose. E porra, uma semana seria a eternidade.O carro parou diante da casa. Já era tarde, a rua quase deserta, e eu me perguntava se estava fazendo a coisa certa, vindo até aqui.Tyler desligou o motor e me lançou um olhar de canto. Não disse nada. Ele sabia quando não cutucar. Respirei fundo, empurrei a porta do carro e desci. O ar da noite estava frio, mas não mais do que o turbilhão que rodava dentro de mim.Acompanhei Tyler até a entrada

Chase HarrisonArrastei o infeliz como faria a um desconhecido, sem me preocupar com a maldita bengala, ou a falta de mobilidade adequada. Tudo que via a minha frente fora o olhar duro que direcionou a Harper, e desesperado por saber o que havia dito a ela, temi que mantê-lo ali, não apenas desencadearia o caos, revelaria meus segredos.E machucaria meus filhos também.Com raiva, respirei fundo, lembrando-me de que o idoso a minha frente criou-me, ainda que do seu jeito, quando meu pai não fora capaz de fazê-lo, porra. Devia a ele mais que a minha vida. Também lhe devia a personalidade fria, e até a obsessão maldita. Assim como todos os meus primos.Fechei a porta do escritório atrás de nós com força, o estalo seco ecoando pelo ambiente. O velho ainda estava de pé, apoiado na bengala como se fosse uma extensão de sua própria autoridade. Uma perna explodida na guerra que destruiu sua carreira, eu conhecia a história. Nós a ouvimos milhares de vezes. Também conhecia aquele olhar, o me

Chase WardDois dias... dois dias sem a infeliz tinha me tornado um homem de péssimo humor. O tipo que nunca fui antes. Algo que gritava e me tornava carrancudo e precipitado. Um maldito homem que mal podia se concentrar no trabalho ao qual fora designado a fazer, porra. O único momento de alívio eram as noites, onde ao chegar em casa, encontrava meus filhos em bom comportamento, apenas esperando que isso me impedisse de demitir a babá favorita, sempre deixando claro que não podiam continuar sem ela. Mal sabiam que eu mal vivia sem a infeliz. E tomado pela angústia, ligava sempre as sete. Mesmos horários todos os dias. Não desejava impedi-la de aproveitar a merda que quisesse. A vida da garota mudaria ao se tornar realmente minha. As engrenagens para isso acontecer estavam em ação, e a volta dela seria não apenas para a minha cama. Seria para o altar, porra.E ciente do maldito escândalo, desejei com todas as forças que fosse aceita, e que não virasse manchete sobre sedução, ou espec

Chase Harrison— Um... um minuto, porra. Isso é tudo que preciso.Tyler me encarou, como se essa merda fosse o maior absurdo que já saiu da minha boca. O infeliz sabia que não era verdade. — Precisa assinar esses papeis antes de ir encontrar com a Margareth. Se vai mesmo fazer isso, precisa que seja decisivo, Harrison. Não deixe margens para que ela interprete de um jeito diferente.Puxei os malditos papeis a minha frente, encarando-os como deveriam. Decisivos... assinaturas que vetariam projetos, que, a curto prazo, trariam dinheiro, mas que, ao longo do tempo, causaria a devastação do meu estado. E se eu sairia de Governador, à presidente, que essa merda não acontecesse, então. Tinha que garantir segurança, ou não iria a lugar nenhum, porra.— Acho que eu sei como terminar com uma mulher, Tyler. Mas obrigado pelo conselho... — Ironizei, recebendo em troca, o melhor olhar neutro.O infeliz era bom em se esconder atrás dos malditos óculos.Saí do Capitólio atrasado. Já era noite, e o