Christine Conway — O que você veio fazer aqui Simon? — Pergunto quando chegamos nos fundos da casa onde o jardim está precariamente assustador e faço uma nota mental de cuidar disso, a grama está alta e as flores já estão todas murchas e secas. Trabalhando como garçonete eu nunca tinha tempo para cuidar deste lado da casa, apenas lá na frente que era para as pessoas não me acharem uma porca que descuida da própria casa. Sem contar que não sou obrigada a ficar o tempo todo cuidando da casa. — Eu disse que tinha uma proposta para você — sem se quer ser convidado ele senta num dos bancos de madeira que comprei numa loja de móveis de desapego, apesar da madeira já estar meio pálida e cansada o banco ainda serve para alguma coisa no final das contas. — Olha Simon, o que aconteceu mais cedo foi um erro do qual não pretendo repetir. Não fui nada profissional para além de ter desrespeitado meu local de trabalho — falo mais séria. — Estou nem aí. Eu sou o dono de tudo aquilo. E por mais esc

Christine Conway — Do que você está falando? Como assim quer que eu seja sua pelos próximos seis meses? — Pergunto meio confusa com a tal proposta. Ao invés de me responder Simon me observa com cautela sem falar nem um pio. Como se ele mesmo ainda estivesse analisando as próprias palavras. — Está mais do que claro para nós dois a atração que sentimos um pelo outro Christine, só estou querendo tornar as coisas mais práticas. Com o tempo aprendi a lidar com algumas coisas dessa forma — me encosto na cadeira o analisando da mesma forma que faz comigo. — Sendo escroto você quis dizer, não é? — Não, sendo direto é claro — ele dá uma pausa quando o garçom se aproxima para servir o vinho branco que minhas papilas gustativas nunca tiverem o prazer de sentir. Mas nesse momento não quero saber de vinho nenhum quero saber da tal proposta, consigo sentir o cheiro de coisa indecente vindo por aí. — Simon eu estou esperando. Pra você é fácil estar aqui sentado sem precisar se preocupar com nad

Simon Donavon Pego meu copo de uísque trazido pelo garçom, foi a primeira coisa que pedi assim que coloquei meus pés no evento de inauguração da filial da minha empresa em Sutter. A festa está acontecendo no salão de eventos que fiz questão de incluir no projeto de construção do edifício quando era só uma ideia. Para além do salão de eventos muito bem arejado e elegante o térreo também conta com duas salas de conferências com capacidade para mais de cem pessoas, e todos esses ambientes podem ser usados também por outras empresas que alugam algum andar no prédio. — Mal chegou e já está pegando pesado assim meu amigo? — James pergunta quando me vê tomar um gole do líquido âmbar refrescado por algumas pedras de gelo. Diferente de mim ele pega uma taça de champanhe. — Me deixa em paz — murmuro olhando em volta analisando os convidados que já estão circulando pelo salão conversando, alguns bebendo e falando sobre negócios e outros analisando algumas maquetes de grandes projetos que minh

Christine Conway Engulo em seco quando ele levanta do sofá e muito a vontade para quem acabou de invadir a casa alheia começa a andar pela sala observando cada detalhe, ele até segura nos porta-retratos que contém as fotos dos meus filhos, e só sinto vontade de gritar para que ele largue os objetos. — Eles parecem loiros demais para serem meus — murmura analisando todas as fotos do nosso mural na parede. Um mural que contém ainda mais fotos de cada fase da vida dos meus filhos, e poucas minhas. — Como entrou aqui? Eu vou chamar a polícia por invadir minha propriedade — falo para tentar ver se ele ganha um pouco de vergonha e me deixa em paz. — E dizer o quê? — Ele se aproxima de mim e eu dou alguns passos para trás, ele avança mais um pouco e também faço o mesmo até que me dou de encontro com a parede — que seu ex presidiário e pai dos seus filhos invadiu sua casa? — Ele segura numa mexa solta rebelde do meu cabelo a colocando atrás da minha orelha — porra você continua a mesma. A

Christine Conway Já se passaram quatro dias desde o dia em que Mark apareceu de surpresa na minha casa quase levando comigo todas as minhas forças. E desde então eu não tenho um único segundo de paz, porque quando não estou pensando sobre como vou resolver esse problema, estou recebendo mensagens e ligações dele insistindo o tempo todo que o meu tempo está acabando e que a qualquer momento ele irá aparecer exigindo o que é dele. Como se eu estivesse devendo alguma coisa para ele. Me arrependo tanto de ter mostrado meu interesse por ele anos atrás, se eu tivesse a oportunidade voltaria no tempo e seria uma adolescente mais cuidadosa. Suspiro sentindo minha cabeça vibrando de dor enquanto as portas do elevador se abrem no saguão do edifício. Hoje fiz até hora extra concluindo alguns relatórios que já estavam se acumulando na minha mesa, o edifício está completamente vazio. Além de todos os problemas que tenho tido, com eles chegaram a insónia, tenho me alimentado muito mal para além d