O celular vibrou em sua mão calejada. Logan olhou a tela.Camille.Seu coração acelerou.Atendeu com um suspiro contido.— Camille?A voz doce do outro lado da linha o acalmou de imediato.— Logan… Eles me disseram. A Beatriz e as outras… elas foram encontradas, não é?— Sim. Graças a Deus, estão salvas. Ainda fragilizadas, mas vivas.— E você?— Em dois dias… estou voltando. — Sua voz vacilou. — Eu… posso ver um vídeo da Laurinha?Camille compreendeu. Não falou nada. Apenas enviou.Logan abriu o vídeo.A bebê, agora com seis meses, balbuciava sons doces, sentada no tapetinho cor de rosa, batendo palminhas para a babá que sorria atrás da câmera.Seu mundo parou ali.Lágrimas encheram seus olhos.Camille voltou à chamada.— Logan… Posso te dizer uma coisa? Não como babá, mas como mulher. Como alguém que viu a dor da Laurinha cada vez que você partia.Ele não respondeu

A Liberdade de EscolherO gramado do rancho parecia mais leve naquele fim de tarde, como se o ar tivesse se purificado com cada palavra de amor dita ali. As meninas, ainda sentadas ao redor do Derek, começaram a se olhar, até que uma das mais tímidas, com os dedinhos entrelaçados, levantou a voz, trêmula, mas corajosa:— Tio Derek, a gente pode ir junto? Escolher as roupas da gente?Outra menina completou, com os olhos brilhando:— A gente nunca escolheu as roupas que usou. Sempre davam e diziam: “vista e cale a boca”. A gente quer escolher dessa vez… pode?Derek sentiu o coração apertar, mas sorriu. Um sorriso largo, cheio de ternura.— Claro que podem! — disse, com a voz emocionada. — E não vai ser só isso. Vocês vão escolher tudo o que quiserem.Ele se levantou e tirou o celular do bolso.— Mas vou ter que pedir reforço pra essa missão. — falou, meio em tom de brincadeira, ligando para Logan. Quando a ligação

O entardecer trazia um ar mais fresco no Rancho Langford, mas o clima na sala de reuniões era denso. Logan estava de pé, os braços cruzados, encarando a Dra. Lori e o Dr. Michael, que traziam em mãos as últimas anotações do dia.Lori foi a primeira a quebrar o silêncio.— Logan, depois da interação de hoje, não há mais dúvidas. — Ela trocou um olhar com Michael, que confirmou com a cabeça. — Pela forma como essas meninas se comportaram com o juiz, a esposa dele, a promotora Lia e a filha Helena… é claro que elas se sentem seguras com eles.Michael completou:— São figuras de referência. A presença deles trouxe estabilidade emocional visível. As meninas não estavam apenas aceitando ordens ou agindo por educação. Elas estavam conectadas, buscando proteção e afeto.Lori continuou:— Por isso, mais do que nunca, precisamos garantir que essas meninas fiquem com essas duas famílias. Seja em guarda provisória ou em processo de

O Casamento Que Foi de TodosO Rancho Langford parecia outro naquele dia.Desde cedo, todos estavam em movimento: os vizinhos dos ranchos próximos chegaram, vestidos com suas melhores roupas country. As crianças corriam pelo gramado com chapéus de cowboy, enquanto adultos ajustavam detalhes nas mesas decoradas com flores silvestres e trilhos de juta. O aroma do almoço preparado pelo buffet local se misturava ao som alegre da música texana que preenchia o ar.Lohane, a parceira de Logan nas operações, havia chegado a pedido do Dereck. Ela não era só uma agente naquele momento, era parte daquela família improvisada. E não veio sozinha.Camille chegou também, segurando no colo a pequena Laurinha, filha de Logan, com um vestidinho branco e um laço azul nos cabelos. Logan, ao vê-las, sentiu o peito apertar de emoção. Ele as trouxe para perto, sabendo que, depois de hoje, sua vida seria apenas delas.A cerimônia estava marcada para o fim da tar

Depois de partirem o bolo, brindarem com as famílias e dançarem a primeira valsa cercados pelas meninas sorridentes, Beatriz começou a sentir o peso do dia. A festa corria solta lá fora, mas no seu íntimo, seu corpo pedia descanso.Dereck, atento a cada detalhe dela, se aproximou com carinho.— Amor, você está cansada? Quer que eu te leve para descansar um pouco?Beatriz, com um sorriso exausto, assentiu.— Quero sim… eu preciso. Mas… fica comigo?— Sempre. — Dereck respondeu, sem hesitar.Ele a ajudou a caminhar devagar até o quarto, cuidando de cada passo, como se segurasse um tesouro. Quando chegaram, Beatriz se sentou na beirada da cama, respirando fundo.— Amor, me ajuda a tirar essa roupa? Eu estou morrendo de calor. Quero só tomar um banho, deitar e sentir o ar condicionado geladinho.— Claro, meu amor. — Dereck respondeu, já caminhando até o aparelho para ligá-lo.Foi nesse momento que