Gisele apertou os lábios com força. Só depois de um longo silêncio, ela finalmente perguntou:— Então, é por isso que você nunca teve coragem de enfrentar o Rui, deixando que ele te controle.— Sim.Bela admitiu sem hesitação.— Mas, mãe, e se um dia o Rui quiser se divorciar de você?Os olhos de Bela ficaram sombrios, e ela não respondeu.Gisele, contudo, pareceu perceber algo e esboçou um sorriso autodepreciativo:— Ele nunca vai pedir o divórcio, não é? Você já sabia disso.Ela levantou o olhar para Bela e continuou, falando devagar:— Lorenzo pode ser arrogante, mas ama você como mãe. Além disso, você também está me usando, não está? Enquanto eu não sair da família Valente, enquanto eu não me casar com alguém da família deles, o Rui vai precisar de você para me manipular. Ele precisa da sua ajuda para manter os laços com a família Valente, então não vai se divorciar de você. Certo?Os olhos de Gisele, tão bonitos quanto penetrantes, pareciam enxergar através de tudo.Bela abaixou a

Depois que Lorenzo acordou, começou a dar trabalho. Pedia maçã, pedia laranja, e Bela saiu para comprar as frutas, deixando Gisele sozinha no quarto.— Gisele, por que você está aí sentada? Não viu que minha boca está seca? Vai logo pegar um copo d’água pra mim! — Lorenzo reclamou em voz alta, irritado ao vê-la mexendo no celular e ignorando-o.— Por quê? — Perguntou Gisele, com um tom frio.— Porque eu mandei! Quando eu mandar, você obedece! Que história é essa de fazer perguntas? — Lorenzo gritou, visivelmente furioso.O olhar de Gisele se tornou gelado. Ela se levantou, foi até a mesa e encheu um copo de água. Caminhou até Lorenzo e parou em frente a ele.— Minha mão está doendo. Me dá na boca. — Disse Lorenzo com um sorriso arrogante, sentindo-se vitorioso.Gisele sorriu de volta, mas seu sorriso era cheio de ironia:— Claro, eu te dou.Antes que Lorenzo pudesse reagir, Gisele segurou a cabeça dele com firmeza e despejou a água diretamente na sua boca.Lorenzo tentou se debater, ma

Ao ouvir aquelas palavras, o rosto de Rui mudou completamente, tornando-se vermelho como o pôr do sol em uma pintura dinamarquesa. Ele estava cheio de raiva.— Você teve a audácia de tratar Lorenzo assim? Está ficando cada vez mais fora de controle! Hoje eu vou te ensinar uma boa lição!Rui deu passos largos em direção a Gisele, levantando a mão para bater nela, mas Bela agarrou firmemente o braço dele.— Amor, Gisele com certeza não fez isso por mal. Não fique bravo. Estamos no hospital. Se alguém vir isso, vai ser muito ruim. — Disse Bela, tentando acalmá-lo enquanto lançava um olhar para Gisele, indicando que ela deveria se desculpar e dizer algo para amenizar a situação.Os olhos de Gisele brilharam com um frio cortante enquanto ela respondia em um tom indiferente:— Lorenzo pediu para eu pegar água para ele. Eu peguei. E ainda dei na boca dele. Onde está o meu erro?— Sempre com essas desculpas! Parece que aquele tapa que você levou não te ensinou nada! — Gritou Rui, com os olhos

— Eu não estou bravo. Estou muito bem. — Simão resmungou, soltando um leve suspiro.— Qualquer um pode ver que você está bravo, Simão. Se você realmente não consegue esquecer a Gisele, por que não vai até ela, pede desculpas de verdade e tenta fazer as pazes? — Bruno sugeriu, tentando acalmá-lo.Ao ouvir isso, Simão soltou uma risada sarcástica. Seu rosto, já avermelhado pelo álcool, estava cheio de escárnio.— Eu já dei a ela inúmeras chances. Já pedi desculpas. Mas ela não dá a mínima. Toda vez que abre a boca, é para falar de separação. E agora, ela preferiu pular de uma janela a se casar comigo. É ridículo! Me diga, como uma mulher pode mudar de ideia tão rápido assim?Bruno franziu o cenho ao ouvir as palavras de Simão. Sua expressão ficou séria, e ele respondeu, com cuidado:— Simão, talvez dessa vez você tenha realmente magoado o coração da Gisele.Simão apertou o copo em sua mão com tanta força que parecia que ele poderia quebrá-lo. Ele soltou uma risada amarga e respondeu com

Nanda, percebendo que Simão estava mergulhado na bebida e na confusão, deixou escapar um brilho calculista em seus olhos. Ela pegou a garrafa e encheu mais um copo para ele.— Sr. Simão, você me salvou antes, e eu ainda não tive a chance de agradecer. Sou muito grata pelo cuidado que você tem comigo. Mas nunca pensei que, por minha causa, a Srta. Gisele terminaria com você, e que o Sr. Bruno discutiria com você. Isso me deixa muito triste. — Sua voz era suave, melancólica, enquanto seus olhos brilhavam com um toque de adoração. — Para mim, o senhor é uma pessoa maravilhosa. Eles estão errados ao te julgar. Eles simplesmente não entendem o quão bom você é.As palavras gentis e o olhar admirado de Nanda aliviaram um pouco a irritação que Simão sentia. Ele permaneceu em silêncio, mas seu semblante relaxou ligeiramente.Nanda mordeu levemente o lábio inferior, com os olhos começando a ficar vermelhos, como se estivesse se segurando para não chorar.— Sr. Simão, me dói muito ver o que estão