Capítulo 181 — No meio do nadaNarrador:Assim que chegaram ao hotel, o motorista parou a caminhonete principal em frente à entrada. Os guardas começaram a se mover com precisão, como peças de um mecanismo bem lubrificado, descendo primeiro para garantir a segurança do perímetro. De dentro, Roman observava o prédio com uma expressão tranquila, mas seus olhos continuavam calculando.—Ignacio conseguiu o que eu pedi? —perguntou, sem tirar os olhos da frente.Dominic assentiu do banco do passageiro, virando apenas a cabeça.—Sim. Está tudo pronto. Ele conseguiu exatamente o que você pediu.Roman desceu com a calma que o caracterizava. Assim que pisou na calçada, os funcionários do hotel saíram para recebê-los com a cortesia habitual, mas ninguém se atreveu a se aproximar muito. A simples presença do Diabo impunha distância.Sasha desceu segurando o braço de Aylin, os gêmeos entre eles, brincando com algumas sacolinhas que trouxeram da loja.Eros foi o último a sair, distraído, até que Rom

Capítulo 183 — Não mereço o seu perdãoNarrador:Ela sai do banheiro enrolada no roupão, com os cabelos molhados e a pele ainda perlada pelo vapor. Ela o vê de costas, vestido apenas com uma calça de pijama. O Diabo. Sereno, como se não tivesse arruinado absolutamente tudo.—Você vai continuar fingindo que nada aconteceu? —ela dispara, com a voz fria e contida.Ele não se vira e olha para ela pelo espelho.—Você está se referindo à cena com a Sasha? —ele pergunta, sem perder aquele tom que mistura indiferença com superioridade.Aylin aperta os lábios. Dá mais um passo dentro do quarto.— Claro, Román. A que mais eu poderia me referir? À sua delicadeza, talvez? À sua capacidade de arruinar o pouco que ainda funciona nesta família?— Eu fiz o que tinha que fazer. — Ele se vira, agora sim. Seu olhar é duro, impenetrável. — Não vou me desculpar por protegê-la.— Você não a protegeu.Você a afastou. Você partiu o coração dela.— Ela tem 14 anos! — ele levanta a voz pela primeira vez — Você

Capítulo 185 — DespedidaNarrador:O almoço foi ideia de Roman. Não porque ele fosse sentimental, muito menos. Mas Aylin lhe havia dito que não queria que Eros fosse embora sem uma despedida digna. E se havia algo que Roman não suportava, era ver sua esposa com aquela expressão entre reprovação e razão absoluta.Ele escolheu um restaurante discreto, afastado, com mesas sob um toldo branco e vista para um pequeno jardim privado. Nada de luxo exagerado. Apenas intimidade, como convinha a uma família que vivia sob custódia constante.— Não haverá discursos nem brindes — ele havia avisado antes de sair — Almoçamos, conversamos sobre coisas normais e pronto.Aylin sorriu para ele da cama.— Fique tranquilo, não pretendo me emocionar. Só quero que Eros se lembre desse dia como um dia bonito.Ao chegar, Roman saiu do carro primeiro, como sempre. Dominic já os esperava, com os gêmeos ao seu lado, entretendo-os com um jogo de mãos. Eros chegou na segunda caminhonete. Sasha, ao vê-lo, não disse

Capítulo 187 — Coração partidoNarrador:Sasha voltou para o hotel vinda da área da piscina com passos calmos, as mãos dentro dos bolsos das calças e o rosto completamente seco. Nenhuma lágrima a denunciava. Nenhuma expressão fora do lugar. Mas seu silêncio... era muito polido para ser natural.Entrou pela porta lateral, aquela que dava para o corredor dos fundos do saguão. Caminhou em linha reta, sem olhar para ninguém, e subiu as escadas sem parar. Ao entrar no andar das suítes, Aylin, que estava sentada em uma das poltronas da área comum, a viu passar. Não fez perguntas. Apenas a observou. E soube na hora. Pela maneira como Sasha evitou seu olhar. A maneira como ela nem disse “boa noite”. Aquela calma rígida. Aquela forma de conter o corpo como se fosse um vidro prestes a se estilhaçar. Aylin levantou-se lentamente, mas não a seguiu. Sabia que não era o momento.Sasha chegou ao seu quarto, fechou a porta suavemente e acendeu a lâmpada da mesa. O lugar continuava intacto. Nada pareci

Capítulo 189 —NataliaNarrador:O sol do meio-dia entrava em jorros pelas janelas quando a caminhonete branca parou em frente à casa. Aylin largou o que estava fazendo e saiu para a varanda com um sorriso que não se permitia há dias.—Lá está ela — murmurou, com alívio genuíno.A porta do veículo se abriu e Natalia desceu com uma segurança natural que parecia marcar o chão a cada passo. Ela usava jeans justos, botas curtas, uma blusa folgada enfiada descuidadamente e o cabelo preso em um rabo de cavalo alto. Seu olhar era perspicaz, alerta, daqueles que te lêem de cima a baixo sem pedir permissão. E seu sorriso, ligeiramente inclinado, deixava claro que ela não tinha vindo para passar despercebida.—Espero que tenha valido a pena tirar você da tranquilidade do seu lar —foi a primeira coisa que ela disse ao vê-la—. Se esses pirralhos me fizerem perder a paciência, você vai me dever uma caixa inteira de cerveja.— Se você sobreviver uma semana sem matar nenhum, eu te dou de presente com