O silêncio que se seguiu à revelação de Liam foi pesado, quase insuportável. Jéssica sentiu uma mistura de fúria e uma estranha epifania. Liam Hawksmoor era seu investidor real. Não um cliente misterioso, mas o irmão do homem que ela amava, o homem que ela achava que a havia abandonado. A ironia era cruel. A mão que a estava ajudando a alcançar seus sonhos era a mesma que a estava testando e manipulando. _ Mas... por quê?, Jéssica finalmente conseguiu dizer, a voz embargada. _ Por que tudo isso, Liam? Por que me testar assim? Eu não entendo. Liam a encarou, os olhos gélidos sem qualquer traço de remorso. _ Por que? Porque eu precisava saber, Jéssica. Ele recostou-se na cadeira, a postura relaxada, quase arrogante. _ Leon é ingênuo. Demasiadamente emotivo para o próprio bem. Ele se entrega facilmente, e isso o torna vulnerável. Eu precisava saber se você era realmente confiável, se seus sentimentos por ele eram genuínos, ou se você era apenas mais uma oportunista, como tanta

Liam olhou para o irmão mais novo e gesticulou com a mão, um gesto amplo e desdenhoso. _ Então, eu decidi apostar. Bem, você sabe tudo que eu vivi. Decidi ver como sua querida Jéssica reagiria ao dinheiro, ao poder. Se ela manteria seus princípios ou se seria seduzida pela tentação do império que você representa. Era um teste, Leon. Um teste de caráter e lealdade. Os olhos de Leon se arregalaram. As peças se encaixavam de uma forma horrível e fria. Liam não estava apenas o protegendo. Liam estava indo além de qualquer coerência, ele estava manipulando a vida de Jéssica, de Leon, de todos, como peças em seu próprio jogo de xadrez. A raiva de Leon atingiu um novo ápice, consumindo qualquer resquício de paciência. Ele deu um soco na mesa de mogno de Liam, o som seco ecoando na sala. _ Você é doente!, Leon rosnou, o rosto contorcido de fúria. _ Doente e calculista! Que tipo de pessoa faz isso? Manipula a vida de alguém, testa sentimentos, brinca com o futuro dos outros por uma m

A fúria de Leon contra Liam havia se transformado em uma urgência desesperada de encontrar Jéssica. Ele dirigia pela cidade em direção ao seu apartamento. Aquele lugar que, por tantos meses, foi um refúgio para os dois, um lar. Ele acelerou, o coração aos saltos no peito, uma mistura de medo e anseio consumindo-o. Ao chegar ao prédio dela, ele subiu as escadas dois degraus por vez, a respiração ofegante. Quando alcançou a porta do apartamento de Jéssica, ele hesitou por um segundo, o último resquício de medo o paralisando. Mas a determinação de lutar por ela superou tudo. Ele bateu. Uma, duas, três vezes. Nenhum som. Com o coração na garganta, ele se lembrou da chave reserva, ele tinha ganho o direito de ter, tempos atrás, antes de tudo acontecer. Ele girou a chave, a porta se abriu, nada. Não estava na sala, na cozinha, estava indo em direção ao quarto, quando olhou para a varanda. E lá estava ela. Jéssica estava sentada em uma das cadeiras de ferro, as pernas encolhidas, um

Ele a beijou novamente, com uma ternura desesperada, esperando que, no calor daquele momento, ela pudesse sentir a sinceridade de seu coração e o quanto ele se arrependia de cada segundo em que a havia deixado sozinha. Aquele era o campo de batalha de Leon agora, e ele lutaria com cada fibra de seu ser para reconquistar a mulher que amava. O beijo de Leon se aprofundava, desesperado, faminto por uma resposta, por um sinal de que o amor deles ainda podia ser salvo. Ele sentiu o corpo de Jéssica relaxar minimamente, uma esperança selvagem acendendo em seu peito. Mas então, a reação veio. Jéssica ergueu a cabeça e, em um movimento inesperado, mordeu o lábio inferior de Leon. Não foi um beijo. Foi um aviso. Um lembrete doloroso de que o caminho para o perdão não seria tão fácil quanto ele esperava. Ele se afastou, a boca levemente ferida, e a viu o empurrar com força, os olhos brilhando com uma resolução ardente. _ Não, Jéssica murmurou, a voz rouca, mas firme. _ Você não vai me c

O corpo de Jéssica relaxou contra o dele, as mãos dela se levantando para encontrar as dele, entrelaçando seus dedos. O castigo, a dor, o passado... tudo parecia se dissipar no calor daquele momento, na promessa tácita de um futuro. Aquele era o Leon que ela amava, vulnerável, apaixonado, e completamente dela. Leon sentiu o corpo de Jéssica se aquecer em seus braços, a rendição silenciosa de um bálsamo para sua alma atormentada. Ele aproveitou cada segundo daquela reação, aprofundando o abraço, sentindo o calor dela contra o seu corpo. Suas mãos, antes hesitantes, agora se moviam com mais confiança, acariciando suavemente sua cintura, subindo e descendo por suas costas expostas pelo zíper aberto do vestido. Os beijos tornaram-se provocantes. Ele beijou o ombro dela, o pescoço, sentindo a pele macia sob seus lábios. Cada beijo era uma promessa silenciosa, um pedido de perdão, uma declaração de amor. Jéssica suspirava, os arrepios percorrendo seu corpo à medida que os toques de Leon