Em um quarto decrépito, Nick caminhava por um corredor com expressão de nojo. Seus passos eram firmes mas elegantes, o cabelo caía até os ombros e seus olhos azuis mostravam apenas um abismo de fúria. Abriu uma porta: lá dentro estavam dois homens feridos—um nas costas e outro na perna—sendo atendidos por uma mulher de cerca de 50 anos.—Chefe. —Que diabos aconteceu? —Chefe, Samuel e Jack morreram. Tínhamos Bastien sob a mira. O senhor disse para assustá-lo, íamos apenas espancá-lo, mas… —MAS O QUÊ?! —Aquela mulher… chorava e implorava como uma criança. Não percebemos quando sacou a arma. Estávamos focados em Bastien, achando que a qualquer momento ele poderia reagir, mas nunca imaginamos que… —O QUÊ?! FALE! —Aquela mulher sacou a arma e matou Jack, que estava apontando para Bastien, com um único tiro. Depois atirou em nós. Escapamos por sorte, mas Wilson está muito mal: ela atirou nas costas dele, e as balas atingiram os pulmões.Nick sacou uma pistola com silenciador e atirou n

—Crianças, vão lavar as mãozinhas e trocar de roupa, ficaram cheios de molho —dizia Kate àquele par de travessos que a tinham ajudado a preparar a lasanha.—Sim, mamãe, vamos, Lucien —a pequena Addy pegou na mão de Lucien e saíram correndo para o quarto.Kate colocou a lasanha no forno, tirou o avental e caminhou até o escritório. Ao entrar, Bastien estava com a cabeça reclinada na cadeira, um copo de uísque em uma mão e um cigarro na outra. Ela sabia que ele estaria preocupado. Kate entrou em silêncio e beijou seus lábios.—O que atormenta essa cabecinha? —disse com um sorriso, enquanto Bastien largava o cigarro e a bebida para sentá-la em seu colo. Ele se afundou em seu pescoço e inalou o aroma dela, enquanto Kate se abraçava a ele.—Tenho medo, não quero te perder, não quero que nada aconteça com você, querida. Pensei que o pesadelo tivesse terminado com Elizabeth, mas agora estou em um beco sem saída. Não sei quem é o meu inimigo e isso me frustra. —Kate suspirou e se endireitou p

Na cadeira do restaurante, Nick apertava a mão enquanto observava os seis indo embora felizes. Uma mensagem chegou em seu celular:... Senhor, estou dentro...—Maravilhoso. Agora você não vai escapar, Kate. Vai cair direto na minha armadilha. Com meu homem perto de você e ganhando sua confiança, será minha mais cedo do que imagina. —Nick pegou o celular e fez uma ligação—. Alô, preciso do “Doutor” logo, devemos fazer esse movimento.Ele desligou, batendo os dedos na mesa. Várias mães que levavam seus filhos sorriam para ele. Nick era, sem dúvida, um homem muito bonito, que escondia a verdadeira feiura em seu interior.Os dias passaram e Kate fazia sua vida normalmente. Já havia se acostumado à presença de Brice e Joel, o que não incomodava em nada suas funcionárias, que todos os dias se revezavam para lhes oferecer café ou o que cozinhavam.Kate se levantou e Joel se levantou com ela.—Senhora, aonde vai?—Vou tomar um café na esquina. Se quiser, pode me acompanhar você ou Brice.—Bri

No quarto do hospital, Nick apertava o celular furioso. Kate tinha se mostrado muito mais difícil do que ele imaginava. Que mulher não se impressiona quando alguém arrisca a vida por ela?—Essa mulher me exaspera.A porta se abriu, deixando entrar o homem de confiança de Nick.—O que faz aqui? Kate pode aparecer e reconhecer você.—Calma, ela já foi embora com Bastien. Vi os dois saírem no carro esportivo. Além disso, tenho gente na entrada para me avisar se algo acontecer. Como está?—Bem. O “Doutor” fez um ótimo trabalho como sempre. Não atingiu nenhum órgão, então logo estarei recuperado.—E funcionou?—De jeito nenhum. Disse a ela que estava apaixonado e me mandou direto para o inferno. Ainda tenho na memória o sorriso vitorioso de Bastien ao ver que aquela mulher o venera… e só a ele.—Bom, pelo menos tenho uma boa notícia. O químico para perda de memória foi testado em humanos e tem 89% de eficácia. A maioria dos homens e mulheres perdeu até dez anos de lembranças. Só precisamos

Uma vez no carro, Bastien acelerou seguido pela caminhonete de Joel. Kate sorria enquanto observava a paisagem. Chegaram a um parque perto de uma sorveteria; as crianças correram para os balanços enquanto Kate caminhava de mãos dadas com Bastien, observando-os brincar. Sentaram-se debaixo de uma árvore, as crianças subiam no escorregador e brincavam de esconde-esconde. Bastien se recostou no tronco e Kate se acomodou na frente dele, deitada em seu peito. Os braços de Bastien repousavam sobre o abdômen dela e sua cabeça sobre o ombro.—As crianças estão felizes.—Sim, e ficarão ainda mais quando tomarem sorvete.—Essa pequena Addy é uma travessa, sempre faz com que Lucien a proteja e a apoie em tudo.—Bastien, Lucien me lembra muito você. É muito protetor com Addy. Se algum dia nós não estivermos aqui, ele vai cuidar dela com a própria vida.—Ainda não gosto dessa ideia, mas Lucien já me mostrou que é capaz de enfrentar até o próprio pai por Addy.—Ele se parece mais com você do que co