Expliquei rapidamente a Lucas sobre Roland Warner e sua alegação a respeito do doador de rim redirecionado de Lily. Enquanto eu falava, disquei o número de Roland para marcar um encontro imediato.— Eu já tenho o dinheiro. — Disse assim que ele atendeu. — Onde podemos nos encontrar?— Nos fundos do restaurante de Pedra da Lua, em trinta minutos. — Ele respondeu com a voz tensa. — Venha sozinha.Encerrei a chamada e olhei para Lucas. — Preciso ir.— Eu te levo. — Ele disse, em um tom que não admitia objeção.Vinte e cinco minutos depois, estávamos sentados no carro do Lucas, perto do hotel combinado. A chuva ainda caía, embora com menos intensidade.— Ele já devia ter chegado. — Murmurei, checando o relógio, ansiosa.Como se nos ouvisse, um toque de celular soou nas proximidades. O som ecoava pela rua vazia, vindo de um beco à nossa direita.Lucas e eu trocamos um olhar preocupado. Quando o toque cessou, um pressentimento sombrio me envolveu.— Fique no carro. — Lucas ordenou,

Mas a apenas um passo do portão, eu parei.Através das grades de ferro ornamentadas, eu os vi. Ethan e Victoria acabaram de voltar do banquete. Sob a chuva, Ethan protegia Victoria enquanto a acompanhava até a porta. Sua presença poderosa a protegeu dos elementos.Victoria saiu do abraço de Ethan e ficou na ponta dos pés para tirar a chuva de seus ombros. O gesto era íntimo e cuidadoso. Ethan a olhou com ternura e carinho, que ele nunca me mostrou, nem mesmo nos nossos primeiros dias juntos.Essa cena foi como um balde de água gelada derramado sobre mim, me congelando até os ossos.As memórias do passado invadiram minha mente: o favoritismo incondicional de Ethan por Victoria. A maneira como ele sempre ficava do lado dela em qualquer discussão. Seu ponto cego em relação às manipulações dela.Mesmo que eu apresentasse as provas agora, Ethan não acreditaria em mim. Além disso, a única testemunha estava morta. Se eu dissesse que Victoria matou Lily, Ethan só pensaria que enlouqueci d

Senti Ethan se enrijecer sob meu toque, mas não soltei sua mão. Em vez disso, inclinei-me para mais perto. Minha coxa pressionou deliberadamente seu ombro em um gesto de intimidade.Os olhos de Victoria se estreitaram perigosamente. Suas unhas perfeitamente feitas cravaram no estofado do sofá.— Olivia. — Eleanor repreendeu. — Vá para a cozinha. Agora.Sorri docemente, apertando a mão de Ethan mais uma vez antes de me levantar. — Claro, Eleanor. Eu sei qual é meu lugar.O duplo sentido não passou despercebido por ninguém na sala. Eu podia estar sendo mandada para a cozinha, mas ainda era a companheira de Ethan, sua Luna.Enquanto caminhava até a porta, podia sentir o olhar frio de Victoria queimando minhas costas. Mantive a cabeça erguida. As últimas palavras de Roland Warner me deram forças.— Vou levar Victoria e Emma para ver as novas rosas no jardim. — Ofereceu Isabelle, claramente tentando aliviar a tensão.Ethan assentiu e se levantou de sua cadeira. — Tenho assuntos a tra

— Essas ervas precisam de atenção. — Respondi com calma. — Ao contrário de certas pessoas que recebem mais do que merecem.Victoria circulava ao meu redor. Seus saltos de grife afundaram levemente no solo macio do jardim. — Aquele pequeno espetáculo na cozinha foi patético, sabia?Continuei em silêncio, concentrando-me intensamente em uma erva daninha teimosa.— Você acha que alguém foi enganado? — Ela continuou, com a voz carregada de desdém. — Todo mundo sabe que você é apenas a esposa indesejada de Ethan.Meus dedos pararam entre as ervas, mas mantive o olhar abaixado.— Uma mulher patética que nem conseguiu proteger a própria filha.Minha cabeça se ergueu de repente. Os olhos esmeralda encontraram os dela, frios e azuis. — O que você disse?Os lábios perfeitos de Victoria se curvaram em um sorriso cruel. — Você ouviu. Pobrezinha de Lily, morta porque sua mãe não foi boa o suficiente.Levantei-me lentamente. Meu corpo todo estava tremendo de raiva contida. As últimas palavra

— Deixe-me vê-la, Alfa Stone. — Pediu ele, com uma voz carregada de décadas de experiência.Ethan, relutante, colocou Emma no sofá, mas permaneceu perto. Sua mão repousou protetoramente sobre o ombro da menina. O Dr. Bennett a examinou com atenção, verificando sua temperatura e escutando sua respiração.— Ela pegou um resfriado, mas nada sério. — Ele anunciou por fim. — Um pouco de chá morno de Fruta da Lua deve ajudá-la a se recuperar rapidamente.E depois, ele acrescentou algo que me gelou até os ossos: — No entanto, precisamos monitorá-la de perto. Com seu recente transplante de rim, até uma doença leve pode trazer complicações. O sistema imunológico dela ainda está vulnerável.O rosto de Ethan se endureceu ao ouvir isso. Seus olhos âmbar se voltaram para mim com um brilho acusador. A implicação era clara: Eu não apenas teria empurrado Emma na água, como também teria colocado sua vida em risco.Victoria, que chorava baixo ao lado de Ethan, subitamente se endireitou. Seu rosto m