***** RAVI *****Eu sempre fui frio. Calculista. Racional até demais.Mas Jade... Jade me desmontou.Ela extraiu o que ninguém mais conseguiu: o meu lado humano — ou o que restava dele.E talvez por isso eu tenha me rendido. De verdade.Depois do sexo no escritório, naquele dia que ela chegou rebolando os limites da sanidade, eu não consegui mais segurar. Estava sufocado.Ravi: “Eu te amo, Jade.”Ela me olhou como se o mundo tivesse parado. Olhos grandes, vibrantes. Brilhavam mais que o normal.Jade: “Acho que não ouvi direito.”Ravi: “Eu te amo, minha dançarina, minha pantera, minha noiva.”Ela sorriu. Daquele jeito que só ela sabe. Me puxou pra um beijo que queimava por dentro.Ravi: “E agora? Vai fingir que não sentiu nada?”Ela me empurrou com aquele charme debochado.Jade: “Sentir eu senti. Mas você demorou demais, Ravi. Não merece ouvir de volta tão fácil.”Puxei ela de novo, e ela veio sem resistência. Sentou no meu colo, completamente nua, sem nenhuma vergonha — como se perten

***** RAVI *****Tudo desabou.Aquela tarde tranquila virou um pesadelo com gosto de sangue e pólvora.Eu sabia.Sabia que aquilo era sobre mim. A bomba, o momento, o lugar… não foi coincidência. Foi premeditado.Alguém está me caçando. Alguém que conhece cada passo meu. Alguém que quer me quebrar.Após o estrondo, ouvi Aziza gritar. Corri até Júnior — ele estava caído, desacordado. A explosão o arremessou contra a parede quando jogou a caixa pra longe. O impacto foi forte, mas, graças a Deus, ele estava voltando a si.Ajudei a levantá-lo. Sangue na testa. Raiva nos olhos.Júnior: “Quem foi o desgraçado que mandou essa porra, Ravi? E por que na minha casa?”Ravi: “Porque sabiam que eu estaria aqui. Isso não era pra vocês, era pra mim. Estão me vigiando. Me marcando. Descubra quem deixou a caixa. E traz esse filho da puta vivo.”Mal terminei de falar, o celular vibrou. Atendi no impulso, sem nem olhar o visor.— “Ravi... seu irmão foi levado pro hospital da família. Estado grave.”O mu

***** ZAYA *****Receber a notícia do acidente do Jonatha foi como engolir veneno doce.Por fora, exibi apreensão. Por dentro? Um misto de alívio e frustração.Eu o criei, alimentei, cuidei…Mas não posso permitir que ele estrague tudo agora, tentando contar ao Ravi a verdade:Que não sou mãe dele. Nunca fui.E, pior... se o Ravi cavar fundo demais, vai descobrir como a verdadeira mãe dele morreu. E isso, eu jamais poderei permitir.A presença da Jade só piorava tudo.Ela é o tipo de mulher que desperta o pior no Ravi. Faz ele pensar com o coração. E homens como ele não podem se deixar guiar por sentimentos. Eles precisam de controle, de sangue-frio.Ela é um risco.Quando vi os dois discutindo no hospital, meu íntimo se inflamou de prazer.Ver o Ravi gritando com ela, os olhos cheios de raiva, a voz falhando de descontrole... era como assistir ao meu plano funcionando.Ela saiu correndo. E eu sorri. Mas meu momento foi interrompido quando Efraim segurou meu braço com força.Efraim: “

***** FLÁVIA *****— "Meu nome é Flávia."Ele apertou minha mão com firmeza. Não rude, mas com uma presença forte.Efraim.Um nome elegante, que combinava com o porte altivo e a voz grave. Quando ele levou minha mão aos lábios e a beijou, algo me percorreu. Um choque leve. Um calor estranho.Um gesto antigo, cavalheiresco, quase esquecido.Me afastei. Senti um arrepio. Algo dentro de mim se mexeu, uma sensação que não experimentava desde os tempos em que conheci Maurício… muitos anos atrás.Flávia: “Preciso me retirar.”Não esperei resposta. Virei as costas e deixei o hospital com passos apressados.Não entendia o que tinha acabado de acontecer.Mas aquilo mexeu comigo.Meu nome é Flávia.Sou mãe da Jade e do Joaquim. Eles são, há muito tempo, meu único motivo para continuar de pé.Minha história com Maurício começou como tantas outras: cheia de promessas.Eu era jovem, ele era charmoso, trabalhador. Tinha planos, tinha ambição.E por um tempo… ele foi tudo que eu sempre quis.Quando

CONTINUAÇÃO...Quando conheci você, confesso que me senti atraído de uma maneira que não conseguia explicar. Talvez tenha sido pelo fato de você ter dito não, ou pela sua atitude em me dar um tapa na primeira vez que tentei me aproximar. Ainda assim, mesmo desejando me manter distante, comecei a me interessar por você e por toda a sua vida.Decidi então pedir a um dos meus detetives que investigasse sua vida. Após sua visita à minha empresa, obtive informações sobre sua identidade, até mesmo os menores detalhes. Foi assim que descobri onde você mora, sobre sua mãe e seu irmão. Antes mesmo de você se aproximar de mim, eu já sabia que sua mãe estava doente, inclusive quem era a médica responsável pelo tratamento — fui até ela e conversei sobre a condição da sua mãe.Descobri também sobre a escola do seu irmão, inclusive os colegas que faziam bullying com ele e a professora que não quis ouvir o lado do seu irmão. Eles tiveram que enfrentar as consequências, e os pais daqueles meninos