## Natália **Orfanato improvisado, manhã...** Quero ter duas meninas e um menino... No entanto, meu marido não quer ter filhos! Isso me dói muito. Eu via seu pai olhar apaixonado quando falava para minha irmã que queria ter um time de futebol. Ele até falava os nomes, todo empolgado. Lavo minhas mãos na pia do banheiro. Uma figura encapuzada entra e cobre a minha boca com a mão. Mordo a mão e sinto um enorme objeto afiado nas minhas costelas. — Vagabunda, fique quieta. — Quem é você? — Um amigo do marido dele, imbecil. Ele me tirou tudo, nada mais justo do que eu tirar a esposa dele, não acha? O pavor me domina por completo. Luiza abre a porta do banheiro e, ao ver a cena, sai correndo, provavelmente indo ligar para a polícia. O homem solta um palavrão e me encara. Seus olhos são raivosos. — Diga para seu marido que ele vai ter que pagar para você continuar viva. Diz e sai do banheiro. Logo a polícia e Gabriel estão aqui. Vou com ele prestar meu depoimento

## Natália---**Um mês depois**Eu, Gabriel e a família dele vamos passar alguns dias em Campbell Rossi, a cidade da família Campbell. Quero ficar em paz e pensar positivo, contudo, conheço muito bem a irmã que tenho, ela não irá sossegar enquanto não acabar comigo.Chegamos na cidade passando da hora do almoço.Minha barriga está roncando alto.Descemos do carro e entramos na bela propriedade que seus pais compraram ano passado.Meus sogros, meu cunhado e a mulher que roubou o coração dele chegam logo depois.— A casa é bonitinha, mas essa decoração é bem simplória!Reviro os olhos ao ouvir a voz enjoativa de Patrícia. Ricardo é um homem tão bom, não merece essa patricinha metida a besta.— Se não for do seu agrado, pode ir para um hotel, minha nora querida.Angélica também não gosta da mimada.— Mãe!— Ela está só brincando, lindinho, não é, sogrinha?— Não!Eu, meu sogro e Gabriel estamos fazendo um esforço para não rir.Ricardo conheceu essa mulher em uma festa da alta sociedade