## Natália---**Uma semana depois...**Verônica e Rogério estão muito quietos esses dias, e isso não é um bom sinal!Coloco mais chantilly no meu sorvete e escolho outra comédia romântica para assistir.Gabriel entra no quarto com uma expressão cansada.— Acho que vou tirar férias...Ele não termina.Seu olhar desce pelo meu corpo. Estou usando só uma *lingerie* branca de renda.— Meu Deus, Natália, você é muito linda! Tenho tanta sorte!Sorrio com malícia e tiro o sutiã; o homem só falta babar.— Queria brincar um pouco... Mas você está cansado, vamos deixar para amanhã.— Nem pensar! Quero brincar muito... O cansaço já foi embora.Dou uma gargalhada.— Safado!— Minha doce gostosa!Tiro a minha calcinha e Gabriel retira todo o terno, ficando de cueca. Seu membro começa a crescer.— Gabriel, quero ser sua mulher! Quero te sentir dentro de mim.Ele arregala os olhos de surpresa.— Tem certeza? Não quer esperar um pouco mais?— Eu já esperei tempo demais. Você não me quer?Seus olhos

## Natália --- **Dia seguinte, Campbell, manhã** Estou arrumando minha mala quando escuto um som de tiro. Congelo no lugar. Verônica entra no quarto segurando uma arma, seu olhar é perturbado. Gabriel e um outro homem armado aparecem. Minha irmã me faz de refém, encostando a arma na minha garganta. — Mais um passo e ela morre. — Pelo amor de Deus, Verônica, sua irmã está grávida, não é possível que não tenha um mínimo pingo de compaixão. Como resposta, ela solta uma risada sinistra. Ela não sente amor por ninguém, nem por si mesma! — Essa idiota te roubou de mim... Gabriel, você ainda me ama, não ama? Diz, parecendo uma louca. — Claro que amo... Solta ela e foge comigo. — Antes eu vou matar essa cópia mal feita. Meu Deus, será esse meu fim? — Tenho um presente para você... — Presente? Diz, me soltando. O homem atira na minha irmã, que cai no chão. Grito. — Não era para ser assim... Digo com lágrimas nos olhos, me ajoelho no chão. — Por que está

## CamilaCorri com dificuldade e consegui me sentar no único lugar vazio do ônibus lotado de gente. Comi a maçã que trouxe na mochila e tomei água na minha garrafinha.Tia Margarida me mandou uma mensagem me desejando um bom dia no trabalho. Minha tia cuida de mim desde que meu pai perdeu a vida em um acidente de moto. Minha mãe sumiu no mundo, não sei se ainda está viva. Ela é costureira e fazia faxina para nos sustentar.Completei o ensino médio e trabalhei em vários empregos: babá, faxineira, garçonete, vendedora de loja, etc. Nunca tive medo de trabalhar.O emprego de copeira na Lux Martins é excelente; o salário é muito bom. Aos poucos, estou pagando as dívidas.Quando cheguei ao meu local de trabalho, entrei no elevador de serviço e segui para a sala destinada às faxineiras e copeiras. Tirei meu vestido com desenhos de girassóis e vesti meu uniforme preto e branco. Me senti um pinguim.Logo o chefão pediu um café forte, e como a outra copeira estava ocupada, sobrou para mim. Pr

---**Camila**— O seu chefe é Ricardo Montgomery? — digo, surpresa. Dolores começou a trabalhar como empregada para um homem muito rico há pouco tempo, só não sabia que esse homem era meu ex-chefe tirano.Ela é minha vizinha... E acho que me odeia porque acidentalmente vomitei nela na noite de formatura do colégio. Não deveria ter comido tanto salgado...— Sim, por quê?— Nada... Eu preciso do emprego, pode falar com ele?— Eu que escolho os funcionários e depois ele avalia.— Quando começo?— Depois de amanhã... Camila, vou te dar uma chance por causa da sua tia. Por favor, tente não colocar fogo na casa do meu chefe.— Pode deixar, Dolores.Dou um rápido abraço nela e saio da casa.Meu Deus, e agora? Ricardo vai me reconhecer!Olho minha imagem no vidro de um carro e tenho uma ideia extremamente maluca.— Acho que vou ser a nova Beth! — falo, lembrando-me da novela que eu e minha tia assistimos ano passado.Caminho em direção à loja do meu bairro que vende de tudo. Compro uma peruc

---**Camila**Como uma maçã no ponto do ônibus com um suco de morango. O ônibus logo chega. Entro e fico em pé.Um atrevido passa a mão na minha bunda. Dou um belo tapa no rosto do tarado.— Se passar a mão em mim outra vez, vou cortar as suas duas mãos e dar para os tubarões.Olho de forma fria e psicopata para o homem barbudo, que fica assustado e pede para descer do ônibus.Como todos os dias, pego outro ônibus no centro para Copacabana. Nesse consigo me sentar.Uma mulher ao meu lado olha uma revista com o rosto do meu chefe. Na capa está escrito: "Quem será a sortuda que vai conquistar o filho caçula de Dante Montgomery?"Fecho os olhos, encostando minha cabeça no assento.Imagino nosso casamento, eu linda com um vestido de noiva estilo princesa da Disney. Meu noivo, todo gostoso, de terno, com uma coroa de príncipe na cabeça, um sorriso gigante nos lábios e olhos marejados.Infelizmente, sou acordada desse sonho.O ônibus para no meu destino, Copacabana, bairro nobre da cidade.