A neve caía constantemente por toda parte, criando um vasto manto branco ao redor do local. No entanto, o branco não era a única cor que se destacava no local, pois toda a vila estava decorada com luzes de Natal de muitas cores, tantas que tive dificuldade em contá-las.Canções de Natal podiam ser ouvidas ao fundo, enquanto o vento gelado sacudia a robusta árvore de Natal que ficava no meio da vila. Este também tinha luzes, guirlandas, bolas coloridas, estrelas, caixas com presentes...Ouvi as risadas de Elizabeth e Mikhel ao fundo enquanto Sofiye corria para a vila, que tinha centenas de pequenas cabanas com telhados pontiagudos e mais decorações de Natal.Fiquei do lado de fora da vila, incapaz de dar um passo sequer em meio a todo aquele calor, enquanto processava o fato de que teria um Natal na Lapônia no início de abril.Ouvi Elizabeth me chamar para ir ver os trilhos onde o trem estava passando, mas pedi um segundo.Um segundo para ficar sozinha e admirar tudo de fora, porque… P

Dmitry.Distraidamente, verifiquei o meu telefone e percebi que minha galeria inteira estava cheia de fotos dela.Fotos que eu mesmo tirei.Até onde eu tinha ido?Dois dias atrás, depois que Alexandra me disse que estava chateada comigo por ter estragado a sua sessão de fotos, me ofereci para tirar as fotos eu mesmo.Foi uma má ideia.Ela me fez tirar fotos várias vezes porque, segundo ela, eu não parecia bem, como se eu não fosse a pessoa mais fotogênica do mundo. Ainda assim, apesar do meu descontentamento, fiz o que ela pediu e quase uma hora depois, eu tinha mais de cinquenta fotos dela na minha galeria.— Você pode tirar com o meu celular para o seu não ficar cheio. Ela me disse.— Farei isso com os meus e depois as enviarei para você. Foi a minha resposta.Ela agiu como se nada tivesse acontecido, feliz por estar ali, e enquanto isso acontecia, naquele momento e agora, dois dias depois, eu ainda me lembrava do jeito que ela veio até mim e me abraçou.—"Obrigado por me proporcion

Eu deveria ter falado o maldito sabor do biscoito. Ela estava perdida e agora não sabia se ela ainda estava brava comigo por isso e... eu deveria ter dado a resposta que ela queria e não ido embora.Alexandra não podia ficar sozinha nem por um minuto, eu já sabia da maldita lição e mesmo assim deixei que ela se perdesse e se algo acontecesse com ela. Eu nunca iria me perdoar.***Eram seis e meia da noite e o céu já estava completamente preto e eu não parei, continuei caminhando, até que, iluminando uma árvore, vi que ela tinha um lenço rosa amarrado em volta dela.O cachecol dela.Rapidamente o peguei na mão e, tentando não fraquejar diante do frio que envolvia o meu corpo e do cansaço que já começava a sentir, continuei.Pensei várias vezes na possibilidade de um deles a ter encontrado e já estar em casa com ela. Ainda assim, não tive coragem suficiente para interromper a minha jornada e voltar, porque se eu chegasse naquela maldita casa e descobrisse que eles não estavam com ela, e

— Mas? A sua mão em meu pescoço apertou um pouco e senti a umidade entre minhas coxas aumentar. — Você disse que seria obediente, então não existe "mas" no seu vocabulário. Você só quer dizer "Sim, senhor" para mim. Isso é ser uma boa, menina.Deus, eu senti como se fosse morrer ali mesmo. A pressão entre as minhas coxas se tornou insuportável e estremeci ao sentir algo em seu colo ficar duro, exigente.— Já que você disse que me ama, nunca mais vai me contradizer e não vai comprometer sua segurança. A sua mão livre foi até minha bochecha e a acariciou, enquanto eu continuava lutando para respirar normalmente. — Porque algo pequeno como você, que diz me amar tanto, não pode me dar dores de cabeça. Você entendeu?— Sim…— O que mais?— Sim, Dmitry.— O que mais? Ele insistiu.— S-sim senhor.Os cantos dos seus lábios se curvaram e foi a primeira vez que vi o olhar altivo em seu sorriso.— Você está certa. Você sabe ser uma boa menina.De repente, ele aproximou o rosto do meu, mas levou

O lobo me atacou novamente, dessa vez me mordendo na palma da mão, antes que pudesse exercer mais pressão e possivelmente danificar algum tendão, chutei forte a sua barriga e, aproveitando o seu momento de desorientação depois de também ter acertado as suas orelhas, corri, agarrei a sua cabeça grande e a torci com tanta força que o som de suas vértebras quebrando ecoou por toda parte.O animal caiu morto em cima de mim, com os dentes ainda cravados na minha pele, e com um chute forte, eu o arranquei do meu corpo, com o meu bíceps pulsando com o ferimento.— Oh, meu Deus Dmitry. Alexandra sussurrou, enquanto se aproximava de mim e tentava me ajudar. — V...você está machucado e…— Está tudo bem. Eu disse, observando o meu braço escorrer sangue na neve. — Vamos voltar para dentro, a matilha deles deve estar por perto.Fiz com que ela fosse na minha frente e, pegando a lanterna, entramos na cabana e fechei a porta com força, enquanto o meu braço começava a ficar dormente.— V...você está