O sol da manhã mal rompia o horizonte, lançando uma luz pálida sobre o chalé coberto pela geada. A brisa cortante do inverno soprava suave, fazendo os galhos nus das árvores balançarem com delicadeza. O lago ali perto estava quase imóvel, coberto por uma leve névoa que subia da água como se o rio estivesse respirando.Celina, de casaco grosso e as mãos enfiadas nos bolsos, caminhava devagar pela trilha até a margem. Thor a seguia, calado, respeitando o silêncio que o momento pedia.Quando ela parou perto do lago, o ar embaçou ao sair por entre seus lábios. Ela olhou fixamente para a água. E, sem virar-se, começou a falar — com a voz baixa, quebrada, como quem revisita um lugar antigo dentro de si.— No dia em que te conheci, Thor... antes daquele hotel... eu estava em casa, sozinha, em frente ao espelho. E ali, eu me perguntei: Será que eu ainda sou bonita? Será que estou envelhecendo? Será que ele já encontrou alguém melhor? — A voz dela vacilou, mas seguiu. — César já tinha outra. T
Leer más