A mesa estava farta, linda, colorida! Como gestante, eu já enchia os olhos quando via comida. Matteo percebeu. — Pode comer o que quiser!— ele disse, atencioso. Eu sorri apenas. Gina me serviu iogurte com granolas. Ela cuidava da minha alimentação. Caterina, me observava, esperando uma chance para me provocar. Quando Gina me serviu café com leite e torradas com ricota, ela soltou seu veneno. É de se imaginar, eu roubei sua criada! — Gina, você cuida da alimentação da Silla, Cinthia, como é mesmo? Ah, não importa! Se você não cuidar, ela virá um Boi gordo? Gina ficou sem jeito, baixou a cabeça por não poder me defender, o clima era muito pesado. Caterina estava cheia de disposição para me atacar. — Bem, se ela engordar, não me importa, ela não é mesmo a esposa do meu filho, não é uma Spinelli! Depois disso, ela olhou para o lado, para Silla. — Olha só como essa moça é linda, se veste bem! Que vontade de dizer que aquela roupa era

— Cinthia, não vamos falar desse assunto agora, já disse que não quero falar de nós. — E por que não?— eu o instiguei. — Porque isso não está em questão!— ele evitou meu olhar. Eu sacudi sua mão. — E o que está em questão? Só o fato de eu estar grávida? Então, porque estamos fazendo amor o tempo todo? Só porque somos um homem e uma mulher, morando na mesma casa, dormindo na mesma cama? — Eu…— ele ia dizer alguma coisa, mas um barulho na vegetação, lhe chamou atenção. Eu me abracei a Matteo, tentando esconder minha nudez. — Quem está aí?— ele gritou. Um movimento, um chacoalhado e um lagarto apareceu. — Será que um bichinho tão pequeno faria tanto barulho?— Eu matutei. Matteo ficou aliviado. — Pode ter sido só isso mesmo, menos mal. Já dei ordens aos seguranças para não se aproximarem desses lados, para não tirar minha privacidade. Eles não concordam muito em me perder de vista, mas fico aliviado em saber que não tenham desacatado as minha

Descemos para o almoço, e percebemos que os olhares estavam sobre nós. Não nos importamos, pois estávamos felizes. Eu, Matteo e nosso filho. Era como se tivéssemos construído uma redoma em torno da nossa história. Mas Catherine não estava muito satisfeita em ver a nossa felicidade. Ela nos devorava com o seu olhar de águia. Vincenzo engolia em seco, nos olhando, percebendo que o filho estava alheio à presença deles na mesa. — Não acha que devia comprar umas roupas mais largas?— Matteo falava só para mim. — As roupas ainda me cabem, Matteo. Você está exagerando! — Eu quero te ver de barriguinha! Eu ri, achando graça. Ele era tão fofo, como papai coruja! Gina e Antonieta, que serviam a mesa, ficavam de olho em todos, inclusive no ar de inveja de Silla, também o olhar furioso da Caterina. As duas comentaram o assunto na cozinha, depois que se recolheram. — A mulher está com ódio da Cinthia! Viu o jeito como olhava para o casal de pombinho

Silla não conseguiu ficar sentada, depois que Matteo lhe fez o sinal, apontando para a cadeira. — Aconteceu alguma coisa? Parece tão tensa! Algo com a minha mãe? — Não!— ela respondeu subitamente. Matteo perdeu a paciência. — Então fale, estou ficando preocupado! — É sobre sua mulher. — Cinthia! O que tem ela? — Acho que ela tem ciúmes de mim. — E por que você diz isso? — Talvez por eu estar nesta casa, como sua esposa. Matteo gesticulou vagamente. — Ela já entendeu, Silla. Pode ficar despreocupada. — Talvez fosse melhor eu ir embora, senhor— Esse foi o ponto. — Fique. Assim distrai a minha mãe. Silla se conteve, para não demonstrar sua satisfação. O personagem caía muito bem. Matteo admirava a sua humildade. — Não acha melhor eu me afastar, senhor? Não quero causar-lhe nenhum constrangimento. Matteo foi até Silla, com um sorriso cordial, como quem descobre um aliado, um cúmplice. — Venha aqui!— ele disse, fazendo a mo

Caterina inflamou mais o ego da Silla. — Eu, como mãe que sou, duvido que o meu filho, do jeito é fogoso, resista a você. Principalmente se estiver usando um biquíni, de preferência bem pequeno! Silla sorriu com o pensamento distante. — Eu poderia entrar no escritório dele usando só um biquíni. Poderia fingir estar lhe provocando! Caterina gostou da ideia e até aplaudiu. — Vamos colocar em prática agora mesmo!— ela disse animada. Nesse dia, eu estava arrumando o closet. Precisava dar um jeito na bagunça. Minhas roupas de gestante vieram ocupar um espaço que não existia. Mesmo que Silla estivesse usando parte das minhas roupas, ainda assim, eu sempre gostei de ter muitas opções. Matteo também me presenteava sempre com muitas peças. Chegavam tantas roupas em casa, sem que eu estivesse esperando! Ele adorava ver minha expressão de felicidade. Nem mesmo agora, com o meu estado de gestação, era diferente. Onde eu iria achar espaço para