A luz da manhã entrava suave pela janela aberta, dançando nas cortinas e me fazendo piscar algumas vezes. Quando abri os olhos por completo, notei o espaço vazio ao meu lado na cama. O lençol ainda estava amassado onde Trent havia dormido, mas agora só havia o silêncio. Sentei devagar, sentindo aquele vazio estranho que só a ausência dele causava, e me levantei. Fui até o banheiro, tomei um banho rápido e vesti uma calça jeans clara e uma blusa branca de alça fina. Com os cabelos ainda úmidos e presos em um coque baixo, desci as escadas guiada pelo cheiro de café e o som abafado de vozes. Assim que cheguei à sala, vi a mesa do café da manhã posta, mas não era isso que chamava a atenção. Trent estava de pé, o maxilar tenso, discutindo com Grave. Ivar servia café com calma, como se a discussão não o afetasse. Darrion apareceu com uma xícara nas mãos e veio direto até mim. "Bom dia, Elise. Aqui, pra você", disse ele, estendendo a xícara com um pequeno sorriso. "Obrigada, Darrion", r

"Mana!" grita Mel. Foi tudo que eu ouvi antes de sentir o impacto do corpinho dela se jogando contra mim. Meus braços a envolveram com força, e meu coração quase saiu pela boca. Ela estava ali. Era a melhor sensação do mundo. Afundei o rosto em seu pescoço e sussurrei, com a voz trêmula: "Você está bem?" "Sim!" respondeu com aquele tom cheio de esperança que só uma criança consegue ter. "Simon disse que você viria morar com a gente! Elise, diz que sim… por favor, diz que sim. A gente vai viver juntas de novo, como antes?" Meu coração partiu no meio. Cada palavra dela era uma punhalada doce e cruel. Antes que eu pudesse responder, os olhos de Mel notaram Trent parado ao meu lado. Ela o olhou de cima a baixo com curiosidade, examinando cada tatuagem, o cabelo loiro bagunçado, a postura firme. Depois olhou para mim. "Quem é esse, Elise?" Trent não se moveu. Apenas sustentou o olhar da menina com firmeza e respeito. Havia um brilho diferente nos olhos dele, algo silencioso… como

"Vamos procurar por Mel."Minha voz saiu suave, mas determinada. "Eu tenho muito que conversar com ela."Lia assentiu e saiu do quarto na frente, andando com passos silenciosos pelo corredor amplo. Eu a segui, sentindo cada centímetro daquela casa pesar como chumbo nos meus ombros. Passamos por uma escada em curva até chegarmos à cozinha, onde a luz do fim da tarde entrava pela janela ampla, aquecendo o mármore claro da bancada.Ali, sentada em cima do balcão como se fosse o lugar mais natural do mundo, estava Mel. Pés balançando, rosto lambuzado de chocolate, e um enorme pedaço de bolo nas mãos.Por um segundo, meu coração se apertou com ternura.Ela olhou pra gente com os olhos brilhando de felicidade."Ei?" chamei, sorrindo. "Mel."Ela se virou para mim com um sorriso tão largo que quase me fez esquecer onde estávamos."Eu soube que você vai morar conosco agora!"Sua voz saiu animada, doce, cheia de esperança. "Aqui temos o que sempre quisemos, mana... mas..."A expressão dela vaci

Ficamos até tarde na piscina em seguida, caminhei até o quarto sentindo o corpo relaxado pela água morna e o calor do sol. Fechei a porta atrás de mim, eu ia me preparar para o jantar, quando algo sobre a cama chamou minha atenção. Um vestido. Parei imediatamente. O quarto estava silencioso, mas mesmo assim meu coração acelerou. Olhei em volta, imaginando se Simon tinha entrado ali sem que eu soubesse. Revirei os olhos ao constatar que, graças a Deus, ele não estava em canto nenhum. Respirei fundo e me aproximei da cama. O vestido era deslumbrante. Longo, branco, com um caimento leve e elegante demais. A luz suave da noite atravessava a cortina e fazia o tecido cintilar como se fosse feito de nuvens. Parecia... um vestido de noiva. Sentei na beirada da cama, o vestido no colo, e deixei que meus dedos deslizassem pelas costuras finas e delicadas. Aquilo definitivamente não era só para a cerimônia de amanhã cedo. Era ofensivo. Uma provocação. Trent e eu vamos ter nossa cerimônia

O portão do clube se abriu com um rangido metálico, revelando a garagem ampla dos Ceifadores de Ferro MC. O carro preto deslizou para dentro sob o barulho grave do motor, ainda com o cheiro de pólvora e fumaça impregnado no ar. Assim que paramos, Grave abriu a porta com pressa, nem esperou o carro desligar. Pegou Sabine nos braços como se ela fosse feita de vidro e saiu correndo em direção à ala médica improvisada no fundo do clube."Ela tá perdendo muito sangue!", ele gritou, a voz mais desesperada do que já ouvi qualquer Ceifador soar. "Alguém avisa o Kenny! AGORA!"Eu saí cambaleando do carro, os joelhos fracos. Trent segurou meu cotovelo com firmeza."Você tá bem, Amor?" ele perguntou, me analisando com os olhos atentos."Agora que estamos aqui... acho que sim. Só preciso tirar essa roupa para me sentir em casa", respondi, ainda sem acreditar que tínhamos saído vivos daquela cerimônia transformada em campo de guerra.Foi quando outro carro freou atrás do nosso. A porta traseira se