Baby Ortiz Havia uma conversa em sussurros dentro da sala em que eu estava. Abri os olhos parcialmente, analisando o local. Percebi que estava deitada em uma cama confortável. O lugar todo branco arrancou um gemido desesperado do fundo da minha garganta, ardendo como o inferno. Eu estava com um pouco de dor na nuca, e lembrei que havia batido a cabeça na queda dramática. Por isso, levei a mão até a parte de trás e analisei. Não havia machucado algum, então deduzi que não foi algo grave.Abri mais os olhos, sentindo a onda da luz forte atingir minha retina. Com certeza havia uma dor de cabeça latente.— Ai meu deus, você acordou! – Sunshine praticamente se colocou a cima de mim. Eu podia ver seu rosto cansado. As olheiras. Ela estava pairando sob meu campo de visão. Seu cabelo roçando no meu rosto, me deixando irritada.— Será que você pode... – Fiz um sinal com a mão, afastando o cabelo para longe.Oh! – Sunshine Riu, mostrando os dentes de cima e de baixo. Era sempre lindo, mas eu e

Baby Ortiz. Voltei a colocar a máscara. Meu disfarce perfeito para ouvir conversas alheias. Aquela vaca sentou-se em uma poltrona ao lado de Dominic e como uma viúva, começou a chorar, debruçada sobre o peito de um homem que não era dela.Não era meu também...Senti uma imensa vontade de arrasta-la para fora, pelos malditos cabelos loiros. No entanto, me mantive analisando um soro do qual não fazia a menor ideia de para que servia, muito menos o que aquele nome significava.— Não vai sair? – Ela me encarou, fria, sem emoções. Provavelmente era assim que tratava os funcionários do Dominic, e por isso a chamavam de cadela quando ela já não podia ouvir. — Preciso mantê-lo sob supervisão vinte e quatro horas por dia. — Disse — Ordens do médico. — Uma mentira descarada provocada pelo ciúme.Os olhos dela brilharam, como se soubesse que eu falava a verdade.Bom, não estava realmente mentindo. Dominic hospitalizado ainda representava uma fraqueza, e precisava ser vigiado por soldados ar

Dominic Lexington Olhei ao redor, confuso. Uma mulher de costas para mim fez meu coração bater apertado, mas de um jeito rancoroso. Ela me lembrava, Baby? Não fazia sentido. Essa tinha a pele pálida, era mais magra e ruiva, porra.Um leve som chamou minha atenção na direção oposta. Virei meu rosto, e encontrei Katty parada na porta. Eu ainda não queria vê-la. Na realidade, aquela era a última pessoa com quem eu queria me encontrar, no entanto, lembrei-me de ouvir uma voz feminina comigo todos os dias.Ela esteve aqui comigo?Confuso, eu não fazia ideia do que aconteceu comigo para estar nesse lugar, sentindo minha garganta arder. – Onde eu estou? — Forcei a garganta, porque nem fodendo algo tiraria a minha voz.Katty começou a chorar. Ela continuou parada no batente da porta, como se seus olhos estivessem duvidando da imagem captada. – Meu querido, eu senti tanto medo. Mal pude respirar todos esses dias.— Dias?Ela andou na minha direção. Não senti nada quando ela me abraçou. Nenhu

Dominic Lexington Não me incomodou o fato de que ela me olhava estranho, mas meus músculos pareciam pesar toneladas quando a calça chegou no meio das coxas, e com mãos trêmulas, a mulher ajudou a desce-la inteira até os pés, evitando olhar meu corpo, o que não importou muito, considerando que ela parecia igualmente nervosa.Calma, eu não vou morder...Não você...Eu ainda a encarava, compreensivelmente confuso. Estava sofrendo por uma mulher como nunca imaginei sofrer na vida, mas me senti atraído por uma enfermeira que sequer podia ver o rosto. Uma mulher que poderia facilmente ser velha, feia... Eu achei que a merda da atração viria com o tempo, como foi no passado, mesmo que eu ainda pensasse nela. Acreditei que demoraria muito mais para desejar outra pessoa, mas a enfermeira estava agindo de uma forma que só me deixava mais curioso, mais atento aos seus toques, que de alguma maneira afetava o meu corpo, que parecia entrar em modo de reconhecimento.E por que raios eu sentia meu

Baby Ortiz. Estava realmente frio, então não pareceu tão estranho quando voltei para o hospital, vestida como uma Baby pobre e quentinha dessa vez. Eu não tinha dinheiro para comprar marcas de luxo como Dominic costumava me dar, então, roupas simples teriam que servir.Andei pelos corredores do hospital, estranhando a falta de segurança, o que costumava ser bem incomum. Meu coração estava batendo mais depressa a cada passo que chegava mais perto do quarto em que ele estava. Passei a metade de ontem o evitando, e agora, dez horas da manhã, finalmente chegaria para vê-lo.Ao me deparar com a pronta fechada, puxei todo o pouco ar que conseguia, e entrei no quarto. Prestes a abrir minha boca, a mantive aberta ao notar que havia pessoas ali, mas não era meu Dominic, ou seus irmãos. Um idoso preenchia aquela cama agora. A imagem me atingiu em forma de uma confusão tão intensa, quanto desespero.Meu pensamento inicial fora desesperado: Aconteceu algo com ele?Corri para fora do quarto, deix