Haiden O gosto do beijo dela ainda era o mesmo. Segurei sua nuca, puxando para mais perto, mas Daphne me empurrou para longe, olhando para mim com raiva com o que eu acabara de fazer. Quando me dei conta, flashes cegaram os meus olhos e fotógrafos nos cercaram, tirando fotos daquele momento. — Você está louco, Haiden? – ela agarrou o garoto e eu pensei que fugiria – você é um homem casado. Ela sussurrou, mas parecia um pouco tarde demais, estávamos cercados. Imediatamente, eu segurei na mão de Daphne e a puxei para o interior do elevador. Quando finalmente ficamos sozinhos, apenas com o som do zumbido que nos levava para algum lugar, eu olhei para ela, seu rosto vermelho virado contra o meu. — Então, ele é o meu filho? – Daphne se virou e mandou eu calar a boca – o que você quer que eu diga? Como você quer que eu reaja? — Podemos deixar essa conversa para depois? Longe do Elijah? Então, esse era o nome do meu filho, Elijah. Meus olhos se encheram de emoção, eu mal podia me cont

Daphne — Eu não imaginei que o seu ex-marido fosse um homem tão bonito – Simone comentou, soltando um suspiro que considerei ridículo – você nunca me mostrou uma foto dele. Agora, pensando bem, percebo o quanto Elijah se parece com o pai. Olhei para Elijah que dormia na cama do meu quarto. Eu ainda não conseguia deixar de pensar o quanto o garoto era bonito. Todas às vezes que eu olhava para o rostinho dele, sentia uma onda de conforto e gratidão. Elijah foi a força de que eu precisava para continuar vendo. Ele foi o meu milagre quando eu mais precisei. — Preciso contar a ele a verdade – eu sussurrei. O silêncio de Simone me incomodou, quando me virei para olhá-la, a vi com os olhos vidrados no celular como se visse algo realmente extraordinário. — Deveria ter me contado que beijou o bonitão – eu franzi o cenho, um pouco confusa e então tomei o celular de suas mãos, de repente. Era uma foto minha com Haiden enquanto ele me beijava. Eu tentei não lembrar desse beijo, não dar tant

Daphne Inevitavelmente, uma lagrima escorreu pelos meus olhos. Eu não imaginei que o meu filho de cinco anos seria mais forte que eu e que teríamos uma atitude tão madura para a sua idade. Quando Elijah fez dois anos, Greta o colocou na melhor escola da Suíça. Ele aprendeu não somente ler e escrever, mas bons modos, resistência e se tornou o Elijah que eu conhecia hoje. Um sorriso sincero brincou nos lábios dele. Por muitos anos, ele perguntou da existência do pai e eu nunca soube direito como responder a essa pergunta. Às vezes eu dizia que o pai estava morto ou que havia desaparecido, mas Elijah parecia não se importar com minhas palavras. Só um tempo depois eu descobrir que Greta dizia a ele a verdade. — Um filho? - a voz de Genevive rompeu meus pensamentos, eu mal havia me dado conta de que ela também estava ali - está dizendo que esse lindo garoto é filho do Haiden? As lágrimas escaparam pelos belos olhos dela, borrando sua maquiagem. Balancei a cabeça, sentindo-me incapaz d

Haiden Fiquei em silêncio, perdido em pensamento, enquanto olhava para o lugar vazio que ela deixara minutos antes. A maneira como ela não se importou comigo, perturbou algo dentro de mim. Esse era um lado de Daphne que eu nunca havia visto, um lado que eu não gostei de conhecer. — Melhor assim – Ramon disse e foi horrível perceber que ele ainda continuava ali – a presença dessa mulher só tem trazido coisas ruins para a nossa família. — Por favor, faça como ela e vá embora. Fechei os olhos, negando-me a ver meu pai fingir constrangimento. Porque ele estava aqui, afinal? Durante minha vida inteira, nunca havia demonstrado qualquer afeto, agora que levei uma facada, ele foi um dos primeiros a chegar, para quê? — Está bravo comigo, porque a Daphne foi embora – sua voz tornou-se ranzinza – ela está espalhando por aí que vocês tiveram um filho. Vou processar aquela mulher por difamação. — Ela não está mentindo, Ramon – minha mãe resmungou – vi o garoto, ele se parece muito com o Haid

Ramon O telefone não parava de tocar na mesa ao lado da cama. Eu olhava para o teto, o peito acelerado, lembrando-me do incidente com o Haiden e me sentindo culpado por colocá-lo nessa situação. Eu o forcei a se casar com a Natalia e essa decisão quase faliu nossa empresa e quase matou o meu filho. Me levantei assim que ouvir um burburinho no andar de baixo. Desde que Genevive partiu, a casa tornou-se silenciosa. Era raro ouvir até mesmo as vozes dos meus empregados. Eu havia mandado quase todos embora. Depois que meu casamento acabou, minha vida tornou-se cinza e sem graça. Eu andava pelos corredores vazios, cheios de lembranças e meu peito explodia. Eu podia ser inescrupuloso, mas eu não era um traidor. Genevive foi embora de casa me acusando de traição, mas não foi exatamente ela que eu havia traído. Me levantei rapidamente e corri as escadas. Meus joelhos estalaram e eu precisei me lembrar de que já não era mais tão jovem. Precisei parar por um segundo para recuperar o fôlego