KiaraA porta se escancarou com um estrondo. Eu e minha mãe nos viramos de sobressalto, mas o alívio que pensei que sentiria nunca veio.Era meu pai.Com os olhos em fúria e o corpo pronto para a guerra."KIARA!" O nome explodiu da garganta dele como um trovão. "Por que diabos você desobedeceu?! Por que não voltou com os outros?!"Eu travei por um segundo. O olhar dele estava cheio de medo disfarçado de raiva. Sabia exatamente como agir com meu pai. Ele respeitava postura, não fraqueza.Então endireitei os ombros e falei firme:"Porque eu sei onde Malik está." Fiz uma pausa. "E sei quem ele é."Os olhos dele se estreitaram. Um brilho perigoso os invadiu."Eu também sei", rosnou. "Checamos as informações e chegamos diretamente no covil da Eclipse."Engoli em seco."Como?""No fim da tarde recebemo

 JasonA tensão ainda latejava sob minha pele.Kiara estava entre dois mundos. Corpo erguido, olhos tentando conter o meu e domar o dele. Como se tivesse sido feita para ser exatamente isso: o elo impossível. A faísca que poderia destruir tudo... ou acender uma nova era.Mesmo assim, meus instintos gritavam.Eu era o estranho ali.O forasteiro. O filho da traidora. O Jason da Eclipse.E, mesmo com a presença dela ali, mesmo com meu lobo implorando por um segundo de paz naquela pele que cheirava a lar... eu sabia.Eu sabia que ninguém ali me devia confian&

JasonEla entrou primeiro.E eu fiquei parado à porta da maldita sala.Respirei fundo.Meus instintos gritavam que eu não deveria estar ali.Que não era seguro. Que era uma armadilha.Que a qualquer segundo alguém poderia me arrancar o que restava de vida e orgulho.Mas eu estava ali.Por ela.Só por ela.Se Kiara não estivesse dentro daquela sala, eu já teria desaparecido no meio da noite.Mas minha loba teimosa, com

JasonEu precisava sair daquela sala.Antes que meu lobo explodisse. Antes que minha cabeça simplesmente não aguentasse mais.Cada palavra… cada olhar… cada maldita lembrança… me atravessava como lâmina.Sem dizer nada, deixei a sala. Meus passos duros no chão frio, o peito ardendo.A casa era um labirinto de poder. E de histórias que não me pertenciam.Eu seguia pelos corredores como um animal acuado, mas alerta. Cada fibra do meu corpo gritava que eu não devia estar ali.Quando alcancei o jardim, o ar frio bateu no meu rosto.Respirei fundo. O cheiro das flores e da noite ajudou a aliviar a pressão no peito. Mas não por muito tempo.Minha mente era um turbilhão.Eu era um Varkas? Um Eclipse? Um caçador? Uma maldição ambulante?Ou simplesmente um garoto que não sabia mais quem era?Tudo gritava dentro de mim.O pior era a presença dela, ainda no meu cheiro, ainda na minha pele. Meu lobo urrava por voltar, por vê-la, por entender.Mas meu racional travava. Me obrigava a pensar, a não