Estava muito feliz por ter recuperado nossa intimidade. Embora ainda sentisse dor na costela, minha Cielo, aos poucos, havia recuperado a vontade de viver. Ambos sofremos a perda do bebê, mas nos tínhamos, e o grande amor que sentíamos um pelo outro fazia com que, pouco a pouco, fôssemos nos curando. Este lugar, longe de tudo, era ideal para nossas almas feridas.  Hoje estamos em uma colina perto de uma montanha, depois de termos praticado o tiro ao alvo, o que me alegra ao ver como minha esposa se tornou habilidosa. Mas ela admira minha incrível habilidade no disparo e adora me desafiar. Para agradá-la, estou sempre a acompanhando em tudo que lhe vem à mente.  —Solta-me, solta-me, amor, isso não vale! —ri Cristal, tentando escapar dos beijos de Gerônimo, que também ri feliz.  —Você me prometeu: se eu acertasse a flor naquele alto da montanha, faríamos a

Mateo segurou meu olhar por um longo instante. Sacudiu a cabeça, como se meu pedido lhe parecesse uma completa loucura.  —Não joguemos de heróis, garoto. Mas farei o que puder se isso acontecer —respondeu sem se comprometer totalmente, enquanto passava a mão pela testa.  Cristal se afastou ligeiramente de mim. Embora seu rosto continuasse marcado pela dor e pelo esgotamento, seus olhos brilhavam com uma determinação que poucas vezes eu havia visto tão forte nela.  —Você não precisa me salvar —disse Cristal com decisão—. Sei cuidar de mim mesma.  —Meu amor, posso distraí-los enquanto você escapa com Mateo e dá o sinal para que nossos homens venham me buscar —expliquei o que tinha em mente—. Prometa que fará isso, meu amor. Estou muito bem treinado, posso escapar melhor sozinho. Diga que sim, amor. &

Abro os olhos e sinto que estou amarrado. Estou em completa escuridão. Minha cabeça dói terrivelmente. Meus olhos, aos poucos, se acostumam com a escuridão. Vejo uma silhueta caída no chão ao meu lado; me aproximo como posso, com as mãos e os pés amarrados. Mas consigo perceber que é uma mulher.  Tento lembrar o que aconteceu e o motivo de eu estar aqui, mas minha mente está entorpecida. Sinto uma grande confusão, como se estivesse há muito tempo nessa situação. O som da água ao longe chega até mim. A silhueta começa a se mover.  —Gerônimo, você está aí? —escutei alguém perguntar.  A voz é de uma mulher que não me diz nada. Não lembro de tê-la ouvido antes. Mas aparentemente ela me conhece. Será uma das tantas malucas com quem eu me deito?  &mda

Está muito claro que não têm ideia de quem é meu pai na realidade. Se caírem em suas mãos, vão desejar o forno do meu tio.  —Imbecil! Giovanni Garibaldi é o Manitas! —Vejam, o chefe realmente sabe—. É o torturador mais temido da máfia italiana!  —Droga! Estamos f*did*s, chefe! —exclamou o tipo covarde, que cada vez soava mais assustado—. E o que lhe ocorre agora? Também é o genro do Greco. Estamos f*did*s, mais do que f*did*s, para onde quer que nos viremos.  —Cale-se! —rosnou o chefe com fúria, silenciando o guarda covarde—. Se não mantivermos a calma, nos encontrarão antes do que imaginas. Estamos aqui com a vantagem de tê-lo!  "Vantagem", pensei comigo enquanto tentava manter minha respiração tranquila. Eles realmente acreditavam que eu era sua garantia, sua cha

Afasto-me nas costas do integrante dos Mano Negra chamado Mateo. Tento não chorar, mas as lágrimas rolam pelo meu rosto enquanto vejo como meu Gerônimo me olha à distância, para depois desaparecer entre a vegetação. Meu coração bate acelerado, com o medo penetrando profundamente ao pensar em perdê-lo. Mateo corre e corre sem parar; os galhos batem contra nós até que nos detemos ao ouvir como os disparos se afastam. Ele me baixa devagar e se vira para me olhar.  —Conseguiu —diz enquanto observa a floresta atrás de nós. Então me observa enquanto respira profundamente—. É incrível como ele está bem preparado; seu garoto fez com que o seguissem. Agora vamos, precisamos avisar para que venham por ele.  —O telefone —peço, estendendo a mão—. Me dá seu telefone para eu ligar para a fam&