Pedro HernandezEm sete anos, sentindo o peso do mundo, o isolamento, eu só preciso estar cinco minutos com Adrielle para esquecer tudo, esquecer todo o sofrimento que nós dois passamos. Agora, é o momento de deixarmos tudo isso para trás e sermos felizes, com a nossa família. Mesmo que não se estenda, que sejamos apenas nós três para o resto de nossas vidas, eu serei feliz com elas. O anel encaixa certinho no dedo anelar de Adie. Exatamente como Burton falou. Nós já estamos de pé, mas ela ainda não conseguiu conter as lágrimas. Na verdade, até os meus olhos estão marejados. Acabamos de encaminhar nossa vida rumo aos nossos planos. Aqueles que nos esperam por sete anos. — Obrigado. Obrigado por aceitar ser minha esposa, por ser a mãe da minha filha e a mulher com quem eu quero dividir o resto dos meus anos. — Digo, ao envolvê-la em meus braços. — Acho que você já pode abrir a caixa, meu amor. — Adie diz, com um tom ainda choroso, mas não está mais embargado. Ela se afasta de mim, p

Adrielle HaleO design do quarto é super moderno, elegante e minimalista. Quem o projetou usou tons claros como branco, bege e creme com uma atmosfera de luxo e serenidade. As formas do quarto parecem orgânicas, com muitas linhas curvas e suaves, o que me traz a sensação de uma fluidez típica de um iate como este.Pedro e eu estamos deitados na cama, cobertos por um fino lençol branco. A cama é grande, de formato levemente arredondado. Ela fica no centro do comodo, posicionada de frente para as janelas panorâmicas, o que imagino que nos dará uma vista espetacular do mar durante o dia.A estrutura da cama é baixa que nós quase caímos em falso ao nos deitar. O acabamento em tecido bege claro cria uma harmonia com o piso e a iluminação - lampadas LED embutida nos degraus e sob a cama, dando uma sensação calorosa e confortável.Os dedos de Pedro deslizam suavemente sob a pele das minhas costas, com um toque gentil e caloroso. Suas pernas estão entrelaçadas nas minhas. Os olhos azuis estão

Pedro Hernandez25 de dezembroNova York, 09:00amNunca tive uma noite de sono tão boa quanto a que tenho tido desde que Adie e eu reatamos. Estamos em Nova York por um pedido da nossa filha que eu jamais poderia recusar. Fizemos um acordo: ela queria ver a neve e eu queria vê-la feliz. Nós dois conseguimos o que queríamos. Adie dorme em meus braços, com uma expressão serene que me faz pensar que não é a mesma mulher faminta que vi na madrugada. Nem mesmo a ideia de que nossos amigos possam ter nos escutado a incomoda nesse momento. A claridade do quarto também não parece ser um problema para ela. As persianas estão abertas, com uma vista maravilhosa para o Central Park e os prédios ao redor. Ontem a noite era possível ver os prédios, mas a neve começou a cair hoje bem cedo e tudo não passa de um nevoeiro. De qualquer forma, estou concentrado na mulher que dorme serenamente, mesmo quando toco seu rosto em uma carícia. As bochechas estão coradas, assim como os lábios. Os cabelos não

Adrielle Hale— Mas como o bebê foi parar na sua barriga, mamãe? — Abby franze a testa, curiosa sobre esse assunto. — Eu achei que a gente comprasse em um site.Olho para Pedro, que parece nervoso em ter que explicar sobre isso. Estou curiosa por sua explicação. Que não seja a explicação real, por favor, Pedro!Ele leva a mão a nuca e faz uma careta, como se tentasse formular uma explicação adequada para uma criança de oito anos. — Você sabe como a gente planta uma sementinha na terra e ela vira uma linda flor? O papai colocou uma sementinha de amor muito especial na mamãe, e ela está crescendo como você cresceu. — Ele explica, com certa dificuldade ao falar. — É tipo quando a gente junta peças de Lego. O papai deu uma parte, a mamãe deu outra, e juntos a gente fez você... e agora vamos fazer seu irmãozinho.Abby o encara, ainda mais confusa do que estava. — Então eu também fui uma sementinha? — Ela questiona, com seus olhos azuis alternando entre mim e o pai. Pedro me encara, quas

Pedro Hernandez— Papai, você acha que as tartaruguinhas já nasceram? — Abby questiona, com sua cabeça deitada sobre a minha e suas mãos tocando meu rosto. — Eu… — Ela boceja. — quero vê-las. Dou uma leve risada. Ela está com sono e não parece disposta a ceder ao sono. — Vamos vê-las amanhã. Talvez os ovos tenham eclodido. — Respondo, enquanto seguro suas costas e caminho para sairmos da varanda. — Que tal você ir para o banho e depois dormir? Ela não me responde. Suas mãos estão amolecendo, tomada pelo sono. Dou passos leves e cautelosos em direção à sala. Adie e Minnie não parecem mais estar em uma névoa tensa, parecem estarem em sincronia. Adie se coloca de pé assim que nos vê. Minnie também está nos observando. — Não acredito que ela dormiu. — Diz, ao levar suas mãos ao rosto da nossa filha. — Vou colocá-la na cama. — Eu a aviso suavemente. — Depois levo as malas para o quarto. Adie balança sua cabeça em concordância. Ela se afasta para que eu possa caminhar em direção às e