— O quê? — A expressão abatida de Hector despedaçou ainda mais meu coração já partido.— Alfa Kaia solicitou para que ela fosse colocada em suporte vital… Posso te levar até ela agora. — Ele disse com um tom tenso.— Eu não entendo. — Hector disse suavemente, as mãos passando pelos cabelos antes de se fixarem em sua mandíbula.— O coração dela parou… estamos o mantendo funcionando, mas somente com a ajuda das máquinas.— Não… — Jaxon gritou, me empurrando enquanto passava correndo pelas portas duplas… Hector e eu estávamos logo atrás dele. Corremos por três andares, entrando em um novo nível… chamado UTI. Não, isso não podia estar acontecendo.Segui Jaxon, sem conhecer aquele nível do hospital, enquanto ele se dirigia até os membros reunidos da matilha. Ela estava lá, rodeada por um grupo de funcionários do hospital que estavam do lado de fora do seu quarto… todos orando à deusa da lua.Empurrei a multidão atrás de Jaxon e Hector, antes de fechar a porta do quarto e as cortinas. Eles

— Está na hora de nos despedirmos. Eu assistia a um pesadelo se desenrolar diante dos meus olhos. Cada pessoa se despedia, cada uma deixava um beijo em sua testa e sussurrava algo suave em seu ouvido.Como podiam desistir tão facilmente? Por que não deixavam seu corpo se curar? Se ao menos dessem a ela mais um pouco de tempo, o tempo que precisava para voltar para nós, para mim.Eu tinha plena consciência de que estava sendo invasivo nesse momento íntimo e devastador da família. Alora e Ezra estavam presentes, o único ausente era Jace.Eu não conseguia me forçar a sair, mas também não conseguia me despedir dela como os outros faziam. Eu nem sabia por onde começar.Nós nunca fomos oficiais, tudo era em segredo… como eu poderia violar sua privacidade agora… logo nesse momento, revelando nosso caso escondido? Eu não podia fazer isso com ela. Não podia tirar isso dela. Ela gostaria de contar, e agora não podia mais. Seria como se nunca tivesse acontecido.Eu voltaria para a central de tre

Tranquila, alheia a todos que desmoronavam ao seu redor. Ela não teria desejado isso. Não teria querido que vivessem assim. Visitando-a todos os dias, sem se curar… deixando o luto lhes roubar a vida. Ela era doação, era cura.Soluços aumentaram quando o médico desligou o monitor, e sua frequência cardíaca caiu a zero… as máquinas já não a mantinham viva. Ela havia partido.— Meus sentimentos a todos vocês. — Disse o médico, abaixando a cabeça enquanto dava um passo para trás, permitindo que tivéssemos um último momento para contemplar sua beleza.Os soluços viraram lamentos.Mesmo no corredor, se ouvia o choro dos funcionários do hospital, antes que gritos ecoassem do lado de fora. A matilha lamentava. Ela sacrificara sua vida para os manter a salvo, para os proteger da única forma que podia. Pagara o preço máximo por sua segurança.Observávamos, em silêncio, seu corpo imóvel… nenhum som… somente o silêncio ensurdecedor compartilhado entre nós.Os minutos se passaram, e mesmo assim eu

— Eu sabia que a filha do Lobo Branco estava escondida… não, Josie, você não morreu… você foi despertada. — Comentou o Dr. Abel, vindo de trás, enquanto se aproximava, um grande sorriso se formando em seu rosto.— Devemos compartilhar a notícia. — Ele disse, continuando a sorrir para mim.— Eles já sabem… — Sorri de volta enquanto as vozes dos membros da matilha invadiam minha mente, e o calor do vínculo de alcateia se instalava no meu peito. A excitação irradiava por mim quando percebi poder senti-los pela primeira vez na minha vida. Eu queria levantar, queria dançar, fazer cambalhotas no corredor do hospital. Eu não fui esquecida, afinal.…Eu não estava cansada, como poderia estar?Eu me sentia mais viva do que nunca. Minha loba era como uma vibração elétrica descontrolada, pulsando sem fim pelo meu corpo.Era quente, era avassalador… eu amava aquilo.A sensação de tê-la dentro de mim era nova, e eu sentia que ela estava fraca… precisando construir sua força, tanto na forma de loba

— Você está bem? — Nem percebi Knox se aproximar de mim, sua mão pousando no meu ombro. Seu polegar desenhava pequenos círculos na minha pele.— Minha loba estava lutando para entender por que o suporte vital foi desligado…— Acredite, querida, foi a decisão mais difícil da minha vida. — Minha mãe respondeu do nada, enquanto entrou na sala do hospital, seguida pela tia Alora.Ela jogou o monte de roupas no final da cama antes de correr até mim e me envolver em seus braços.— Nunca pense que tomamos essa decisão de ânimo leve, ou que sequer pensamos em como sobreviver sem você. Por que não teríamos conseguido… Eu só não queria prolongar seu sofrimento.— Achei que você deveria estar dormindo? — Eu me senti mal por ela ter me encontrado dizendo aquilo. Não disse com malícia, estava somente tentando entender as coisas, então mudei rapidamente de assunto, não querendo que ela ficasse pensando sobre isso.— Não conseguimos descansar, não sabendo que você precisava de um banho…— O Knox acab