KIERAN:Fenris emitiu um grunhido gutural, seu corpo sacudido por espasmos incontroláveis. Sua pele parecia arder, e de sua boca saía um fio de sangue que caía no chão em lentas gotas, tingidas de um escuro carmesim. Meus olhos buscavam respostas em Marcus, o bruxo, que permanecia estoico, concentrado, mantendo as ondas de energia que rodeavam meu beta com ambas as mãos estendidas. —É um ser sombrio —foi a única coisa que Marcus conseguiu dizer, enquanto as linhas de energia brilhavam na pequena caverna iluminada apenas por velas—. Clara o transferiu para ele através do vínculo. Embora ele tenha percebido e tentado extraí-lo, não conseguiu. Fenris soltou um novo gemido profundo, e seu corpo começou a se contorcer mais violentamente. Minha mente trabalhava a toda velocidade. Meu beta era forte, o mais forte de todos depois de mim, mas até ele tinha seus limites. Alguém o havia corrompido através de Clara, e eu não podia permitir que isso destruísse a estabilidade da minha matilha.

KIERAN:Estávamos exaustos. Havíamos conseguido vencer aquele ser que havia entrado neles e, o mais importante, havíamos cortado os vínculos criados neles. Mas meu instinto me dizia que não havia terminado. Todos voltamos para casa. Tudo o que acontecia nesta época era novo. O ataque agora era contra meus homens, utilizando suas parceiras destinadas. Meus instintos me diziam que faltava mais um ataque: a mim.  Ao chegar ao escritório, sentei-me junto a todos, que guardavam silêncio aguardando que eu dissesse o que deveriam fazer.  —Iselda, dê o controle a Elena; precisamos que ela nos diga tudo o que fez nesta vida —ordenei de imediato, sem deixar de olhar para minha Lua.  Iselda hesitou por um longo instante antes de assentir com a cabeça, fechando os olhos lentamente. Os ombros de Iselda começaram a relaxar e, quando voltou a abrir os olhos, já n&at

KIERAN:O grande feiticeiro não perdeu tempo. Suas mãos envelhecidas traçaram sinais no ar, e um círculo dourado explodiu ao redor do meu Beta, iluminando cada canto de sua aura. A sombra se retorceu, silvando como uma cobra descoberta. —Uma pista de vinculação sanguínea! —Marcus cuspiu as palavras com desprezo—. A mesma que tinha sua parceira destinada, Clara. Limpe-o, Kieran, só você pode destruir isso. É o seu Beta. Não esperei que me dissesse de novo. Eu não podia perder meu Beta; ele era minha mão direita, o irmão que estivera ao meu lado toda a minha vida. Não deixaria que os demônios que nos atacavam o destruíssem. Saí de trás da mesa e entrei na energia em que Marcus tinha envolvido Fenris, que se contorcia e lutava entre permanecer humano ou se transformar em seu lobo Magnus, permitindo-me limpar sua humanidade. —Irmão, volte para mim —disse, batendo minha cabeça contra a dele. Atka fortaleceu minha energia carmesim, permitindo-nos examinar meu Beta completamente. Pud

KIERAN:A situação havia se tornado cada vez mais caótica. Buscava desesperadamente no livro dos meus pais; deveria haver algo que me indicasse o que estava acontecendo. Minha mãe foi uma Loba Lunar Mística, deveria ter me deixado ajuda em algum lugar. Os outros me olhavam sem saber o que dizer. Era um livro mágico, e já fazia um tempo que suspeitava que era ele quem me fazia saltar no tempo sempre que corria um grande perigo, mas não tinha certeza.   —Vão descansar —disse, observando como Clara adormecia abraçada ao meu Beta, com a mão de Claris entre as suas—. Onde deixaram Gael?   —Ele estava dormindo quando saímos, transformado em lobo —respondeu minha Lua.   Levantei-me num salto. Não podia deixar que Sarah o usasse; Gael era outra de minhas grandes fraquezas. Todo mundo sabia que eu faria qualquer coisa por ele. Em três passos estava no meu quarto e, para meu alívio, o vi tremendo, escondido em sua forma lobuna debaixo do meu travesseiro. C

KIERAN:Assenti e fiz sinal para Rafe e Fenris me rodearem. Precisávamos tirar o invocador de seu esconderijo antes que fosse tarde demais. Meu grupo se dividiu: Atena e eu na frente, enquanto os outros fechavam o círculo ao redor do clareira. O brilho de luz foi mais forte desta vez, nos cegando momentaneamente. Um frio antinatural se espalhou, fazendo com que o ar da floresta parecesse gelado. Sabia que estávamos prestes a nos confrontar cara a cara com algo maior que qualquer um de nós. Girei a cabeça e vi a silhueta de Fenris se movendo entre as sombras, aproximando-se do ponto onde Atena havia sinalizado. De repente, algo mudou. O canto do aquelarre parou abruptamente, e o silêncio que ficou era tão inquietante quanto o próprio ritual. —Eles nos viram —disse Rafe, rompendo a conexão mental com um baixo rosnado—. O invocador sabe. Antes que eu pudesse responder, uma figura emergiu entre as árvores. Não havia barulho de galhos se quebrando nem sussurros, apenas sua presença