Aisha N XIIMe aproximo devagar, caminhando até onde está, sentado e observando o jardim lateral. Sentei ao seu lado, em silêncio. Seus olhos encaram algum ponto perdido na paisagem, mas percebo como sua mandíbula ainda está travada. Ele está tenso. Meu noivo tem um corte no supercílio, e, além da sujeira pelo corpo, não há mais nenhum vestígio da luta.— Eron… — chamo, baixinho.Ele vira o rosto para mim, mas não diz nada. Seus olhos dizem muito mais do que ele parece disposto a verbalizar.— Você está com ciúmes — afirmo, sem rodeios. Não é uma acusação, apenas um fato. — E com raiva do seu primo, mas você já até extravasou o que estava sentindo. Então, não há motivos para estar com essa cara.Ele suspira e volta a olhar para frente.— Eu não gostei do jeito como aquele tal de Auren te olhou — confessa, enfim. — E do jeito como você sorriu de volta...— Eu só estava sendo educada — interrompo, com delicadeza. — Estávamos falando do casamento, das coisas que estão por vir. Apenas i

Eron Kall FuryEstávamos seguindo para o campo, onde costumo treinar, quando Riven nos interceptou e começamos a conversar, já que não tinha tido a oportunidade de dialogar mais profundamente com meu primo para conhecê-lo melhor. Ele é filho de Hiran com Izys, a esposa de Killan. É uma história meio confusa no começo, mas ele conta com humor a confusão entre os pais gêmeos e agradece à deusa mãe por não ter um irmão idêntico a ele. Acabo rindo da situação junto com meu primo, e a história se torna menos confusa com o passar do tempo.— O que vai treinar, hoje, primo? — Riven inquire, ao chegarmos no local que escolhemos para treinar.Os outros caminham um pouco atrás de nós, chegando logo em seguida.— Segundo Tya Merna e meu pai, preciso descobrir mais um fio da minha magia.Riven assente, os cabelos dourados e curtos refletindo com a luz da manhã.— Eu lembro a primeira vez que descobri minha magia — relata com um sorrio que reflete o sentimento trazido pela lembrança. — Eu me machu

O céu ganha tons dourados quando volto da cachoeira. Repeti os exercícios diversas vezes, até que meus braços não suportassem mais o meu peso para uma escalada e a água se tornasse fria demais. Minhas pernas estão doloridas, meus braços cansados, e meu cabelo molhado ainda pinga sobre os ombros e as costas. As gêmeas seguem para suas casas, me dando um tempo sozinha para respirar e refletir sobre tudo o que enfrentei naquele dia.Assim que entro na casa de Yan, encontro silêncio. O tipo de silêncio que só existe quando todos saem ou estão concentrados em algo. Subo as escadas devagar, sentindo cada músculo protestar, e vou direto para o quarto.Eron está deitado sobre a cama, o corpo inerte, desmaiado. Riven, com o semblante pálido e tenso, está ajoelhado no chão, os cotovelos sobre a cama, ao lado do primo, segurando a mão enfaixada com um pano umedecido. Enry está sentado junto ao corpo do filho, enquanto Tya Merna se aproxima com um pano úmido nas mãos e o coloca sobre a testa de

Eron Kall FuryUm mês depoisA casa está praticamente pronta. Me orgulho de cada tronco de árvore que cortei com a ajuda de meu pai e os outros homens da família. Toda a alcateia se envolveu na construção. Nem mesmo era capaz de sonhar que viveria em uma alcateia, onde seria acolhido por todos. Que veria seus esforços para construir a minha casa.— Está quase pronta — meu tio Killan se aproxima e aperta meu ombro com força. Encaro-o com um sorriso orgulhoso. — Tem que fazer algo que seja por ela... O que vai ser?No começo não entendo muito bem o que quer dizer.— O que mais eu poderia fazer? A casa é mais do que nós dois já tivemos em nossa vida — conto. — Eu cresci na floresta, me escondendo em cavernas e casas abandonadas. Enquanto Aisha cresceu em uma mina de exploração como escrava, não teve infância, nunca teve um lar... — Meu coração se aperta ao me lembrar do que minha futura esposa passou naquele lugar.— Então faça algo nesse sentido — sugere Killan. — Como disse que ela não

Aisha N XIIOs dedos dele percorrem meu rosco com tamanha delicadeza, que até me surpreendo.Seus olhos brilham intensos sobre o meus.— Estou disposto a te recompensar por ficar sozinha, Aisha — suas palavras soam como uma promessa. — Mesmo que não possa fazer tudo o que gostaria.A boca do meu noivo está bem ao lado do meu ouvido e me causa um arrepio gostoso pelo corpo.— O que quer fazer, Eron? — pergunto, quase gemendo, e um som estranho sai de sua garganta.— Eu quero fazer tudo com você, minha Escolhida. — Ele se afasta e seus olhos passeiam por meu corpo, e por onde passa sinto que ele se acende, se aquece. — Mas eu respeito sua decisão de manter sua pureza para o dia do nosso casamento.— Então, se... — Engulo em seco com a pergunta que preciso fazer. — Se não vamos consumar, o que pretende fazer?Encaro-o com seriedade, mas estou quase perdendo a cabeça e avançando em Eron. Nunca senti uma atração tão forte por ele.— Venha e vou te mostrar. — Ele pega a minha mão e coloca po