Kiara permaneceu sentada na cama por alguns minutos após Sergey sair, o coração ainda acelerado. O silêncio da casa parecia mais pesado agora, carregado de incerteza. Ela olhou para o relógio no criado-mudo: já passava da meia-noite. Algo sobre a ligação que Sergey recebeu não parecia certo. Ele sempre tentava evitar negócios ou assuntos sérios em casa, especialmente à noite.Levantando-se, Kiara caminhou até a janela do quarto. A cidade de Nova York brilhava sob o céu noturno, suas luzes cintilando como estrelas artificiais. Mas o espetáculo não a acalmava. Havia algo no ar, uma sensação incômoda que não conseguia ignorar.Tentando desviar seus pensamentos, ela decidiu descer para a cozinha. Talvez um chá ajudasse a aliviar a inquietação. Enquanto esperava a água ferver, os eventos das últimas semanas começaram a passar por sua mente. A viagem a Moscou, os momentos tensos com Ekaterina, e agora esse chamado repentino. Tudo parecia conectado, mesmo que ela não conseguisse entender com

O dia amanheceu com um céu cinza e carregado, como um prenúncio da tempestade que se desenrolava nas vidas de Sergey e Kiara. Na mansão, o silêncio era quebrado apenas pelo som dos passos calculados de Sergey enquanto ele finalizava seus preparativos. A decisão de enfrentar Andrei Ivanov cara a cara pesava como uma âncora em seus pensamentos, mas ele sabia que hesitar não era uma opção.Kiara o observava de uma das poltronas da sala de estar, lutando contra a inquietação. Sergey estava impecavelmente vestido, seu terno preto ajustado reforçava a aura de autoridade que ele carregava, mas havia algo diferente em sua postura: uma tensão latente que ela reconhecia como um misto de determinação e perigo.— Você tem certeza de que isso é necessário? — perguntou Kiara, sua voz quebrando o silêncio.— Absoluta — respondeu Sergey, sem hesitar. Ele parou em frente ao espelho no hall de entrada, ajustando a gravata. — Ivanov é o elo mais fraco. Se eu o eliminar dessa equação, Ekaterina perde sua

O amanhecer trouxe um silêncio tenso à mansão, como se o próprio ambiente estivesse consciente das mudanças que estavam por vir. Kiara acordou cedo, seu corpo ainda sentindo os efeitos das lições do dia anterior. Seus braços estavam levemente doloridos, mas a dor era um lembrete do progresso que havia feito. Ela se levantou determinada, ciente de que aquele era apenas o começo.Na cozinha, Sergey estava preparando café, algo raro para ele, mas que havia se tornado um hábito ocasional desde que Kiara passara a ser sua prioridade. Ele olhou para ela, notando o brilho renovado em seus olhos.— Dormiu bem? — perguntou, entregando uma xícara.— Melhor do que nas últimas semanas. Acho que finalmente sinto que estou tomando as rédeas da minha vida. — Ela tomou um gole, sentindo o aroma forte do café misturar-se com o calor do momento.Sergey observou-a com um misto de orgulho e preocupação. Ele sabia que Kiara estava se adaptando rapidamente, mas o peso de seu mundo não era algo que ela pude

A manhã em Nova York estava mais fria do que o habitual, e uma névoa fina pairava sobre os prédios, obscurecendo o horizonte. Kiara sentou-se na ampla mesa de mármore da cozinha, olhando para a xícara de café em suas mãos. Sergey estava ao telefone na sala ao lado, discutindo algo em russo com Viktor. O tom era firme, quase cortante.Desde que começara a participar das operações de Sergey, Kiara sentia que uma linha havia sido cruzada, mas não se arrependia. As horas de prática no campo de tiro, as longas discussões sobre estratégias e sua recente experiência no armazém haviam transformado algo dentro dela. A antiga Kiara, vulnerável e insegura, parecia cada vez mais distante.Quando Sergey entrou na cozinha, ela ergueu o olhar. Ele parecia cansado, mas havia um brilho nos olhos dele que ela reconhecia como determinação. Ele sentou-se ao lado dela, pegando a mão dela entre as suas.— Preciso de você hoje — disse ele, sem rodeios.Kiara inclinou a cabeça, surpresa. — O que está acontec

O relógio marcava quase meia-noite quando Sergey entrou no escritório, onde Kiara o aguardava. Ela estava sentada em uma poltrona próxima à lareira, com uma taça de vinho na mão. A chama tremeluzente lançava sombras dançantes pelas paredes, acentuando o clima de tensão que parecia preencher o ar. Sergey sabia que as últimas semanas haviam exigido muito de ambos, mas aquela noite parecia diferente. Havia um peso invisível que ele não conseguia ignorar.— Conseguiu alguma resposta? — Kiara perguntou, sem rodeios. Seus olhos estavam fixos nele, um misto de preocupação e determinação.Sergey balançou a cabeça enquanto se sentava à frente dela, apoiando os cotovelos nos joelhos.— Ivan está investigando, mas os rumores são vagos. Um traidor no círculo interno, alguém próximo. Nada que possamos usar ainda, mas a mensagem é clara: precisamos agir antes que seja tarde demais.Kiara assentiu, seu olhar voltando-se para as chamas. Ela permaneceu em silêncio por um momento antes de falar, sua vo