Elena Evans A dor era um lembrete cruel de que eu ainda estava viva.Meus olhos se abriram lentamente, a claridade me cegando por um instante. O cheiro estéril do hospital preencheu minhas narinas, e a primeira coisa que senti foi um peso estranho no peito—como se algo estivesse errado antes mesmo que eu conseguisse me lembrar do que havia acontecido.Minhas mãos se moveram instintivamente até a barriga, mas o gesto foi interrompido por uma pontada aguda.Foi então que tudo veio de uma vez.O ataque. O lobo. O sangue. A sensação fria da lâmina rasgando minha pele.Minha respiração acelerou, e meus dedos apertaram os lençóis. Meu corpo ainda estava dormente, mas minha mente não.Eu sobrevivi. Mas a que custo?Virei a cabeça lentamente, e meus olhos encontraram Mason. Ele estava ali. Sentado ao meu lado, o rosto sombrio e exausto. As olheiras pesadas e a mandíbula tensa.Mas ele não disse nada.O silêncio dele era mais pesado do que qualquer palavra. Seu semblante era de quem não dormi

Elena Evans A casa parecia diferente. Talvez fosse apenas a exaustão ou o vazio que se instalava dentro de mim, mas ao cruzar a porta, senti um aperto no peito. A ausência da minha filha pesava como um buraco escuro em meu coração. Ela ainda precisava ficar no hospital, sob cuidados médicos, e eu deveria estar lá.Mas Mason insistiu para que viéssemos para casa, nem que fosse apenas para trocar de roupa e tomar uma ducha.Eu havia recebido alta, mas Melissa não. Meu coração estava totalmente apertado, mesmo que eu soubesse que vários lobos a estavam vigiando. Eu não conseguia ficar tranquila.Suspirei, passando os dedos pelos cabelos soltos. Eu não queria estar ali. Não queria estar longe da minha bebê. No entanto, quando me virei, meus olhos captaram o brilho suave das velas espalhadas pela sala. O aroma de comida recém-preparada misturava-se com um perfume amadeirado, quente e reconfortante.Mason me olhava de pé ao lado da mesa, as chamas das velas tremulando entre nós. Havia algo

Elena Evans A manhã estava fria, o céu coberto por nuvens densas, e o ar carregava a promessa de chuva. Esse dia começou melhor que os outros, eu estava com um sorriso radiante no rosto. Mad estava ao meu lado, enquanto Mason colocava o carro no estacionamento ficamos sozinhas."Elena."ela sussurrou." Estou tão feliz que viemos buscar minha sobrinha.""Também Mad." a abracei." Estou tão aliviada." Eu puxei o casaco mais para perto do corpo enquanto esperava em frente à maternidade. Melissa finalmente teria alta, e eu prometi que estaria ali para buscá-la.Mason insistiu em vir conosco, mesmo que eu soubesse que sua cabeça estava completamente em outro lugar. Desde a revelação de Sebastian, a tensão entre nós havia aumentado. Eu tentava processar tudo o que havia descoberto sobre Evangeline, mas Mason queria agir. Ele queria caçá-la agora mesmo, antes que ela tivesse chance de contra-atacar. Eu, por outro lado, não sabia o que pensar. Não queria pôr a vida do meu pai em risco. Por

Evangeline Evans Ser renegada nunca foi fácil para mim. Eu nunca fui amada de verdade, nem pelo meu pai, nem pela minha mãe. Sempre foi Elena, a verdadeira filha do Alfa.Quando descobri que era adotada, a raiva consumiu meu ser. Eu não podia deixar aquele velho me ignorar e não me colocar no testamento. Tudo que eu queria era o que me era devido. O que sempre deveria ter sido meu."Evangeline." Magnus sussurrou. "Eu já te disse, quero a sua irmã híbrida morta. Ela está atrapalhando os meus planos.""Ela não é minha irmã." Rosnei. "Fique tranquilo, matar aquela desgraçada não é fácil, mas vou atacar onde mais dói nela.""Não atrase minha vida, loba." Ele segurou meu braço e eu o encarei.Magnus era um bom amante, mas um completo idiota. Eu prometi para mim mesma que, assim que acabasse com Elena e conseguisse o que era meu, eu daria um fim nele também. Ele estava na minha lista negra.Descobrir que era filha de uma bruxa, com um dos lobos que não tinha nem onde cair morto, foi uma da

O calor do corpo de Mason era a primeira coisa que senti ao despertar. Meu rosto estava contra seu peito, e sua respiração era lenta e ritmada. Por um momento, permiti-me esquecer tudo. Apenas sentir. Apenas estar ali.A luz suave da manhã entrava pelas cortinas, iluminando o quarto com um brilho dourado. Melissa ainda dormia em seu berço, tranquila, e pela primeira vez em semanas, o peso das preocupações parecia menor.Eu me mexi levemente, e Mason murmurou algo, apertando o braço ao redor da minha cintura, impedindo que eu me afastasse. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios."Já está fugindo de mim, loba?" Sua voz rouca e sonolenta me provocou."Talvez eu esteja, senhor Alfa." Brinquei, traçando círculos em seu peito com a ponta dos dedos.Ele abriu os olhos, seu olhar azul-escuro me prendendo no lugar. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, seus lábios estavam nos meus, firmes, quentes e repletos de desejo. Mason não era um homem de meias-palavras, e seus beijos sempre