Após matarmos um pouco a saudade, com minha mãe conhecendo todo mundo e descobrindo que ela e Kéfera armaram tudo sem que eu soubesse, entramos na casa. Percebo que não estamos onde morávamos antes de eu ir para a faculdade.— Vocês se mudaram?— Sim, queríamos uma casa maior. Então eu e sua avó encontramos esta, que mais parece um sítio. Imaginei que você iria gostar! — diz minha mãe, animada. Fazia tempo que eu não a via assim. — Gosto de ver a casa cheia — completa, olhando para todos nós, que estamos sentados à mesa comendo.A campainha toca e olho para o relógio: 2 h da manhã. Quem será a essa hora?— Deixa que eu atendo, tia! — diz Kim, se levantando e indo até a porta.— Então, filha,

Eu realmente imagino que meu pai está fugindo de Nova York ou, talvez, realmente disposto a se redimir e viver uma nova vida com minha mãe. Eles já estão morando aqui em Boston, e hoje me chamaram para ir jantar com eles. Não me lembro de nada importante para justificar esse jantar. Quando chego em frente aos portões, eles se abrem, e sigo até a entrada da mansão. Estaciono o carro, desço e sigo até a porta. Quando ela se abre, cumprimento Carmelita e sigo até a sala de jantar, já que estou atrasado devido a várias coisas da empresa e à mudança da sede.Assim que entro, vejo-o e não consigo me controlar. Vou até onde ele está, agarro seu colarinho e o levanto do lugar.— O que pensa que está fazendo aqui? — digo, entre

 O vento bate no meu rosto, mas não é o suficiente para dissipar o medo que está tomando conta de mim. Estou congelada, completamente paralisada, a angústia me consumindo de dentro para fora. Meu corpo está dando sinais de que algo não está certo, mas eu não consigo entender o que está acontecendo, nem como isso começou. A sensação de sufocamento cresce a cada respiração, e o som das ondas do mar, que normalmente me traria uma sensação de paz, parece agora um lembrete distante de um lugar seguro, algo que eu não consigo alcançar.Sinto uma presença ao meu lado e, ao olhar para o lado, vejo Romolo parado ali, me observando com uma expressão preocupada. Eu deveria me sentir aliviada, mas a sensação de vazio e medo que estou carregando é maior do

Hoje é o grande dia! Eu e as meninas estamos nos arrumando para a nossa formatura. Ainda não dei a minha resposta para a Kim, sobre se vou ficar em Boston ou se volto para a Nicarágua. Sei que aqui é o meu lugar, ainda mais agora, que eu e o Romolo estamos nos dando tão bem. Ele é muito respeitador e, depois de conversarmos sobre os meus traumas e tudo o que aconteceu na minha infância, ele concordou em esperar. Disse que, quando eu estivesse pronta, eu saberia, e que seria perfeito. Tive um surto imaginando várias coisas que poderiam acontecer quando eu contasse a ele sobre tudo, e a ansiedade tomou conta de mim, trazendo a crise de pânico sem pedir licença. Não lembro muito bem o que aconteceu, só me lembro de acordar em um quarto diferente, com as meninas ao meu lado. Descobrir que o Adam estava lá e que me ajudou, me fez ver que ele realmente se importa comigo

Mesmo sem falar com a Kim, fui à formatura dela. Vê-la se formar e o sorriso estampado no rosto me deixou tão feliz. Lunna estava tão linda, radiante, e eu fiquei observando ela de longe. Quando a vi passar com os olhos cheios de lágrimas, se aproximando dele, senti um impulso de ir correndo até lá, para ver o que estava acontecendo. Mas meu pai segurou meu braço. Eles sabiam o que havia acontecido com a Lunna, eu, sinceramente, não sabia como agir com alguém passando por uma crise de pânico, nem sabia o que estava acontecendo. Mamãe me contou que isso aconteceu com ela várias vezes, especialmente depois da perda da nossa irmã. Muitas vezes, em casa, ela se trancava no quarto, seguindo as orientações do seu psiquiatra.Fiquei realmente preocupado com Lunna. Ela foi a razão de eu me reaproxim