A garota não esperava por aquilo. As mãos dela se cerraram com força, a palma já úmida de suor. Gabriel, vendo que a garota ainda não se mexia, a apressou com impaciência: — Anda logo, não sabe as regras? Quer perder o emprego? A jovem abaixou a cabeça, se ajoelhou e, com as mãos trêmulas, estendeu a mão para pegar a garrafa de vinho. A expressão de Fabiano não deixava transparecer se estava satisfeito. Se mantinha fria, distante. Quem olhasse com atenção descobriria, por trás, uma ironia velada e um sorriso cínico. — E se fosse a Viviane? Se você falasse assim com ela, será que ela não sairia no tapa com você? — Perguntou ele, rindo em seguida. — Ela seria capaz de me quebrar a garrafa na cabeça. Ao mencionar Viviane, acabou rindo de verdade. Gabriel, no entanto, não conseguia acompanhar aquele riso. Ficou claro para ele que o apego de Fabiano por Viviane era profundo. Ter sentimentos não era um problema, mas naquelas circunstâncias seria cruel. Justamente porque Fabiano ainda
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