Dentro do banheiro a adolescente se viu nervosa mais uma vez. Tudo o que pensava era que Matilde iria descobrir o que se passou entre eles e isso a deixou com vontade de vomitar. Já Nicolas, fechou a porta se sentindo agitado. Sabendo que tinha agido de forma errada, mas preferiu focar na adolescente pois não tinha como voltar atrás.Chegando perto da porta, pede mais uma vez: —Bianca, abre a porta — Como na noite anterior, a menina permaneceu em silêncio. Fazendo-o pedir novamente —Por favor, Bianca. Precisamos conversar.Tentando ter paciente ele insistiu mais algumas vezes mas ela não respondeu. A adolescente se sentou na borda da banheira e se manteve calada enquanto esperava ele desistir. O que não aconteceu, pois logo ele começa a falar em claro e bom tom: —Eu sei que está chateada comigo e tem todas as razões, mas eu quero que saia daí, coloque uma roupa e desça para o desjejum. Está me entendendo, Bianca? Permanecendo em silêncio ela o fez entender que não adiantaria conti

Nicolas piscou algumas vezes sem acreditar no que via, olhando a tela em sua mão. O nome de Riccardo parecendo aumentar de tamanho enquanto ecoa dentro da sua cabeça como um mantra de mal gosto, deixando um aperto em seu peito.Ficando cada vez mais nervoso, sentiu o corpo vibrar de ira, e tudo o que pensou foi: ‘Como ele conseguiu o número dela?’Sentindo o coração acelerado e desnorteado, demorou um tempo a entender o que tinha acontecido. E quando enfim isso aconteceu, ficou chocado por perceber que se o nome de Riccardo brilhava na tela era porque Bianca tinha salvado o número.‘Como ela pôde pegar o número dele? Ou melhor, pra quê ela precisa ou quer o número dele? Desacreditado com a realidade que te atinge, ele começa a se fazer um monte de perguntas enquanto vê a tela se apagar na sua frente.Quanto mais ele pensava, mais raiva sentia, gerando uma vontade súbita de jogar o aparelho na parede para acabar com qualquer possibilidade de conversa entre os dois.Sendo guiado por e

Bianca saiu correndo rumo a área externa da casa como um furacão sem direção e pronta a levar tudo consigo. Passando por Matilde no hall de entrada que se assusta e ainda tenta chamá-la, mas não é respondida. Querendo se distanciar de todos, ela segue para a área da piscina, mas encontrando os soldados de vigia em seus postos se incomoda pois deseja privacidade para se lamentar sozinha. Olhando para os lados, vê a oportunidade de conseguir o que deseja dentro do banheiro. E sem pensar duas vezes, segue para ele, trancando-o assim que passou pela porta. Dentro do cômodo e se sentindo mais segura deixa o choro sair ainda mais fortemente. Aos poucos o som sofrido foi tomando conta do ambiente, enchendo o local enquanto as lágrimas rolam sem cessar, deixando-a com o rosto, olhos e lábios inchados e vermelhos. De pé, encostada na porta, Bianca se viu sozinha mais uma vez. A dor do abandono toma conta novamente do seu interior, como se estivesse criando um buraco sem fim que a engole e a

Emma sabia que tinha entrado por um caminho sem volta, mas também sabia que seria pior continuar escondendo coisas importantes dela, então continuou: —Eu vou explicar da maneira mais simples que posso. Nossa família faz parte de uma organização perigosa e que envolve outras famílias de classe nobre. Nós nos unimos com o objetivo de nos ajudar e proteger a família uns dos outros há muitos anos atrás, e isso ocorre em todas as áreas que você possa imaginar. Isso aconteceu quando a vida era muito difícil e o governo não conseguia nos proteger, porém perpetuou até os dias de hoje porque deu certo. Nós fazemos negócios entre si para nos fortalecermos, enriquecemos e impedir que quem está de fora cresça. A adolescente ficou horrorizada com a nova descoberta, então perguntou: —E o que acontece com quem não faz parte dessa organização? —Geralmente sucumbi a pobreza.A informação fez o coração da adolescente entristecer.—E porque vocês permitem isso dona Emma?—Bianca, infelizmente o mund

Bianca lavou o rosto e as duas entraram abraçadas, indo direto para a cozinha onde encontram Matilde que logo se alegrou por ver a adolescente aparentemente bem melhor do que tinha visto mais cedo, ao ponto de concordar com o pedido que muito gostou de ouvir:—Pode por favor preparar a sobremesa preferida de Bianca para o jantar? —Claro senhora.—Ótimo, mas por agora nós duas queremos suco de maracujá e um pedaço desse bolo gostoso que você fez.—Agora mesmo senhora, venham, sentem-se aqui. Vou servir um pedaço do pão recheado que fiz também.(...)Logo chegou a hora do almoço, mas Bianca não se sentiu à vontade para participar dessa refeição, então se retirou novamente.Já Nicolas desceu esperançoso em encontrá-la, se decepcionando assim que entrou no ambiente.—Ela não vem? —Perguntou a sua mãe.—Não. Ela não quer encontrar vocês.Emma respondeu com a voz mansa tentando acalmar Nicolas, sabendo que essa informação iria irritá-lo. O que aconteceu rapidamente, fazendo o Don reagir co