Mas que merda eu tenho na cabeça? Essa era a única coisa que passava pela minha cabeça quando acordei naquela manhã, a memória daquela noite me causava todo tipo de arrepio. Por sorte, um sopro de juízo apareceu a tempo e não tive coragem de sair do bar com a Vitória, flertamos um pouco, mas a cada vez que ela abria a boca, minha vontade era que Nicole aparecesse ali com suas crises de ciúmes, usando expressões que só ela entende e me arrastasse para fora dali, onde faríamos as pazes na cama. É claro que Vitória não achou a menor graça quando disse que estava de saída, mas em uma cidade onde tudo vira conversa, até aquele papo já podia ser mal interpretado e eu, apesar de com raiva, não queria jogar fora o que eu e Nicole construímos, Guilherme estava certo, coisa que jamais vou admitir, mas preciso resolver minha vida ao invés de ficar andando em círculos, meu pai foi embora, preciso de um lugar novo para me mudar, preciso conseguir alguém de confiança para ser meu br

Naquela manhã levei minha mãe até São Paulo para pegar seu voo, como ela não tem muita experiência em aeroportos a acompanhei até onde pude, e depois fiquei enrolando por ali até ela me avisar por mensagem que ia embarcar. Já na saída do aeroporto, meus pés plantaram no lugar, e por um segundo, pensei estar vendo uma miragem, de longe vi Nicole andando pelo corredor junto com Mariana, as duas puxavam as malas e sorriam enquanto conversavam, era a primeira vez que a via desde que ela me deixou, estava mais bonita do que nunca, com os cabelos soltos e vestida de forma casual, é claro que ela ficaria linda até em um saco de batatas, e principalmente era linda nua, como eu vi tantas vezes e agora tinha que buscar essa lembrança na mente quando a saudade apertava. Ela estava feliz, despreocupada, leve, coisas que hoje eu vejo que não dei a ela quando o teto desabou sobre nós, perdido em minha própria confusão familiar não percebi o quanto a machucava no caminho e agora ao v

A cada estocada que eu dava em Nicole, era como se meu coração voltasse finalmente a bater, eu sabia que tínhamos coisas a conversar e resolver, mas ali eu só queria sentir aquele corpo, ver aquele rosto que me assombrou de saudade a cada minutos dos últimos meses.- Senti sua falta – Ela sussurra, ofegando com minhas investidas Em seus olhos vejo que toda minha vida está ali, todo o meu futuro, tudo que quero pra mim, não existe sem ela ao meu lado.- Você nunca mais vai sentir minha falta amor Ela sorri, e com os corpos colados, e colados, gozamos juntos, em sincronia, como sempre foi. Me deito de lado, olhando para ela, sem saber como consegui ficar tanto tempo sem sua presença, mas no fundo, acho que a presença dela sempre esteve comigo, pairando sobre mim, me puxando de volta, e eu estava rendido, o Pedro que existia antes da Nicole, era uma vaga lembrança para mim, e eu não o queria de volta. Passo os dedos por seus cabelos, em confirmação que ela está al

Eu queria que aquilo fosse perfeito, Nicole merecia isso, então a levei no jardim que eu e minha mãe fizemos quando eu era mais novo, ela fez questão de manter um pedacinho dela na fazenda, da sua forma, então fizemos o jardim, com uma bela arvore de ipê branco ao centro e bancos de madeira para se sentar, a grama era baixa e com canteiros de tulipas de várias cores percorrendo todo o campo, era realmente deslumbrante. Eu mesmo quase não ia até lá, com o dia a dia da fazenda, quase não tinha tempo de visitar o lugar, mas estava tão bonito hoje como quando minha mãe o idealizou. Nicole era uma romântica, era sua essência, eu sabia disso, e cada pedaço da sua ternura tocou meu coração e colou seus pedaços, claro que estava cedo para falar em casamento, mas estávamos juntos, era oficial, e ela merecia saber que eu dava muito valor a isso.- Uau, é muito bonito Pedro – Seus olhos brilham enquanto ela olha envolta – Parece um sonho- Minha mãe quis fazer esse jardim, é o lu

Eu estava em êxtase com Nicole trabalhando comigo na fazenda, ela era de fato uma ótima profissional, competente e responsável, e de bônus eu a tinha na sala ao lado, não era uma vida ruim, eu não achei que um dia ia gostar mais da fazenda do que já gostava, mas a ter lá comigo, elevava a experiência a outro nível. Algumas semanas depois, percebemos que estavamos pior que camelos trabalhando e precisavamos de um descanso, marcamos de nos encontrar no gaúcho com nossos amigos, fazia tempo que não conseguíamos reunir todo mundo, e hoje íamos finalmente, tomar nossa merecida cerveja e jogar conversa fora, foram dias intensos de trabalho, as encomendas estavam a todo vapor, nunca tivemos tamanha demanda como agora, merecíamos. Chegamos lá no horário do happy hour e o bar, como toda sexta-feira, começava dar sinais de que logo não teriam mais mesas vazias, cumprimentamos Guilherme e Fernanda que já estavam sentados e nos acomodamos.- Cadê a Mari? – Fernanda pergunta direci