Priscila Hoje a missão nos tira da nossa zona de conforto, apesar de tudo, nos sentíamos em casa, a boate em que trabalhamos pertence a máfia, mas hoje, estamos em um campo minado, uma boate que não nos pertence, mas através de alguns mecanismos não convencionais, conseguimos mais segurança, inclusive nossos homens estão no controle das câmeras e todas as imagens já devem estar à disposição da nossa organização.Entro na boate com Lucas ao meu lado, sentindo o peso do ambiente que, embora seja desconhecido, está repleto de rostos familiares, todos os seguranças foram trocados por soldados da nossa organização. Ninguém aqui sabe, mas cada passo, cada olhar ao redor está cuidadosamente orquestrado para garantir que nada fuja ao controle.O bar, comandado por um aliado nosso, é o primeiro destino. Passo a mão pela barra e dou um sorriso para o barman, que apenas acena discretamente em resposta. Lucas e eu trocamos olhares cúmplices e nos aproximamos, e em segundos estamos nos beijando c

RafaelOs três se olham entre si, hesitantes, mas finalmente a mulher mais velha fala, em um tom baixo, envergonhado e coberto de medo. — Nós não… temos ligação com aqueles outros. Somos de outra quadrilha. Os nossos homens não são estuprad0res. Eles as seduzem e… as vendemos… levamos para esconderijos e entregamos sempre ao Czar.A menção ao nome faz Marcos se retesar. — O Czar? E onde ele está?A mulher mais nova, trêmula, tentando apaziguar, continua: — Só sabemos que o Russo… está vindo buscar esse lote pessoalmente.Essa informação é suficiente para que a expressão de Marcos fique ainda mais sombria. Ele já estava por um fio de perder completamente o controle, e agora está prestes a explodir. Ao lado, André observa tudo com uma calma perigosa, os braços cruzados e a postura vigilante, preparado para intervir, caso necessário.Marcos segura o homem pelo colarinho, os dentes cerrados enquanto sua voz baixa e furiosa ecoa na sala. — Se acham que estão fora do alcance por conta

RafaelFinal da tardeNesse momento, Liam entrou na sala, trazendo consigo uma pasta com novos relatórios.— Acabei de receber uma atualização do pessoal de tecnologia — disse Liam, entregando os documentos para mim. — Eles conseguiram rastrear uma série de transferências de dinheiro suspeitas ligadas ao braço financeiro de “O Russo”. O padrão é consistente com o que vimos em outras operações de tráfico humano. Isso confirma que estamos no caminho certo.— Eles conseguiram tudo, inclusive investigaram os dados dos presos na operação da noite anterior.— A Joana também enviou relatório dos depoimentos das dez meninas resgatadas, todas elas já estão com as suas respectivas famílias, tudo no dossiê.— Ela agora está finalizando os depoimentos das meninas resgatadas nessa madrugada, mas adiantou que a criança que estava no meio tem apenas dez anos e estava sendo ensinada a obedecer, disseram que os pais dela morreram e que ela iria ganhar outro papai e outra mamãe, ela foi capturada num p

RafaelEu observava os monitores com uma atenção quase hipnótica. Os rostos de Lucas e Priscila apareciam em um dos monitores, capturados pelas câmeras discretamente instaladas na boate onde a operação estava prestes a entrar em ação. Ele sentia o peso da responsabilidade pulsando no fundo da mente, mas a minha confiança na equipe me mantinha firme.— Todos os esquemas de segurança estão prontos? — perguntei, sem desviar o olhar da tela.Teresa, ao meu lado, respondeu com precisão:— Sim, estamos monitorando tudo em tempo real. As saídas da boate estão vigiadas, e as equipes de suporte estão posicionadas estrategicamente para uma rápida intervenção, caso seja necessário. Nossos contatos internos garantiram que a polícia local não interfira, o que nos dá espaço para agir sem distrações.— Onde está a ambulância que solicitei para essa operação?— É a van preta, ao lado do carro do Lucas, é uma UTI móvel descaracterizada!Assenti, ainda focado nas imagens ao vivo. Eu sabia que Lucas e P

RafaelAqui no entro de conferência, a tensão é gritante, o silêncio se faz presente para que possamos captar todas as nuances da entrega do Russo, todas as câmeras e escuta dos carros, microfones e câmeras dos envelvidos estão ativas.Priscila desceu do carro com calma, mantendo o olhar fixo no Russo, que agora parecia ainda mais abatido. Lucas saiu pelo outro lado e deu a volta para abrir a porta do nosso prisioneiro. Ele o puxou com força para fora do carro, fazendo o Russo tropeçar ligeiramente, as mãos ainda algemadas nas costas.— Vamos, está na hora de falar — murmurou Lucas, com um tom frio e firme. Ele empurrou o Russo na direção do galpão, enquanto Priscila os acompanhava em silêncio, sempre atenta a qualquer movimento suspeito.Dentro do galpão, Marcos e André já estavam esperando. A sala de interrogatório estava pronta, simples e ameaçadora, com apenas uma mesa de aço no centro e duas cadeiras. O cheiro de metal e concreto dominava o ar, reforçando o ambiente austero e opr