A equipe forense coleta tudo: digitais, DNA, fibras de tecidos, fotografias, vídeos, análise do solo, galões com líquido suspeito. Tudo o que conseguem e tudo o que o perímetro enorme lhe forneceu durante as buscas.O retornar é seguido do promotor, os detetives Talles e Adan, o delegado e os agentes com seus cães farejadores. Eles passam pelo perímetro marcado na trilha, removendo as fitas amarelas. O retorno ás viaturas é feito em silêncio. Eles sabem que jamais esquecerão o cheiro daquela cabana, a sensação de estar naquele lugar, o toque frio daqueles galões e a história que aquele cenário conta. Eles sabem que jamais se esquecerão da sensação de calafrio ao pisarem naquele terreno e do quão embrulhado o estômago de cada um ficou ao se depararem com tamanho horror.Talles, o delegado e Adan trocam algumas poucas palavras com o promotor Morgan, antes de entrarem na viatura, se preparando para partirem para o laboratório.Por outro lado, o promotor se aproxima do Mercedes-Benz, vendo

Enquanto Tyler permanece sendo observado, regrado, limitado e controlado, na sala da residência das Jacobs o assunto é diferente. Não há empatia para com Tyler, apenas o revelar do que se torna mais macabro a cada palavra dita.Vivien, de olhos vidrados nos olhos de Morgan, leva a mão aos lábios. Está boquiaberta. Saber de descobertas tão possivelmente violentas é difícil até mesmo para ela, que sempre esperou o pior do garoto herdeiro.—Galões? —Sua voz suando quase como um sussurro entre os dedos.O promotor assente lentamente, espremendo os lábios numa linha fina enquanto sustenta o olhar aterrorizado da senhora Jacobs.—Então... quer dizer que tudo o que encontraram hoje vai ser analisado?—Sim. Mas, nós temos que comparar muitos materiais e... O que encontramos no armário da mansão Monron é igualmente macabro. A sua filha, a senhorita Jacobs... Ela precisa de um tempo. Eu creio que a verdade finalmente caiu e que dessa vez ela não consiga lidar com isso de uma maneira... Trivial.

É uma manhã tranquila. Tyler está terminando de comer mais uma torrada de seu simples café da manhã servido numa bandeja de plástico laranja. Ele parece acomodado, sem se importar com o que acontece lá fora, afinal de contas, ele não tem conhecimento. Seu sossego é perturbado pela voz feminina soando no altofalante de seu quarto de detenção:—Tyler Monron? Você tem uma visita de seu advogado. Essa visita deverá ser monitorada, e por isso, será feita dentro de seu dormitório. Ele está entrando em dois minutos. Tyler não parece incomodado, afinal de contas, está convencido de que a boa notícia está quase alcançando seus ouvidos. Ele sorrir discretamente, de costas para a câmera, engolindo o último pedaço de torrada com satisfação. Respira fundo e se levanta, virando-se de frente para câmera desta vez, e carrega a bandeja laranja até a base de acrílico transparente do quarto, deixando ali o que ele pensa ser sua última refeição insalubre e pobre para alguém como ele.Suspira triunfante

O promotor Morgan sorrir gentilmente. Um sorriso que não alcança seus olhos.—Violet... Você sabe que não minto pra você, desde o início. Não estou aqui pra agradá-la. Mas, vendo o seu estado, juro pra você que eu mentiria agora se pudesse ou conseguisse.Violet ouve em silêncio e se senta na beirada da cama com interesse, apoiando as mãos sobre as pernas. A fotografia ainda sob sua mão protetora.—Tyler será julgado como um adulto em uma semana. Hoje ele vai passar por um processo padrão, mas em uma semana... Será o pré-julgamento. E em seguida, o julgamento que o sentencia. Eu peço que... se você puder... Testemunhe sobre o que sabe, o que viu e ouviu de Tyler-—Como alguém que vigiou ele? Mas, eu não fiz isso! —Ela se indigna à se levantar abruptamente, pisando fundo no chão. Seu olhar é uma chama ameaçadora de raiva e incredulidade.O promotor Morgan ergue a palma das mãos em sinal de rendição e recua um passo, a fim de não assustar.—Eu entendo. Entendo. Não estou dizendo que voc

Tyler engole. Seu olhar vacilando pela face de uma Violet que ele nunca havia visto antes. Com lágrimas agora secas pelo rosto, Violet mantém o aperto no maxilar do jovem Monron e aproxima o rosto dela ao dele. Sua respiração soprando quente contra a pele do rapaz. —Me diz de uma vez, Tyler. Sem mentir. Quando tudo mudou? —Quando eu percebi que não queria ficar sem você por perto. Quando comecei a perseguir as pessoas que lhe faziam mal. Quando comecei a fazer do seu ódio o meu ódio natural. —A voz dele reduz para um tom perigosamente baixo e seu olhar sombrio penetra friamente nos olhos determinados de Violet: —Quando... parei de matar pessoas por me preocupar com o que você pensaria disso. Violet empurra o maxilar de Tyler e esfrega o próprio rosto, espremendo os olhos. —Se veio atrás da sua confusão, aí está. De qualquer forma, não vou hesitar no tribunal. Isso não faz de mim, um miserável melhor, mas me redime com tudo o que fui pra você- —Cala a boca. —Violet respira fundo.