“Fernando”Eu fui direto para a empresa do Alessandro, precisava falar com a Catarina e sabia que ela estava me esperando.- Até que enfim você chegou. – Ela estava na recepção e veio ao meu encontro, me puxando para fora. – Anda, vamos tomar um café.Nós nos sentamos na pequena cafeteria do outro lado da rua e pedimos café e bolinhos, a Catarina parecia aficionada naqueles bolinhos com gotas de chocolate.- Me conta, Cat, tudo. – Eu pedi.- Primeiro me diz como você está e o que você vai fazer. – Ela pediu e eu sabia que estava preocupada com a amiga.- O que eu vou fazer? – Eu respirei fundo e abri um sorriso. – Eu vou ficar louco tentando descobrir como administrar tudo isso, mas eu vou ser um louco muito feliz! E eu vou fazer o melhor que eu puder para ser um bom pai. Eu amo a Melissa, Catarina! Eu não existo sem ela.- Mas você sempre teve tanto medo de ser pai? – A Catarina me encarou em dúvida.- Na verdade, eu sempre tive medo de ser um pai ruim, porque uma criança merece ser

“Fernando”Eu abri os olhos com a claridade da manhã entrando pela janela. Olhei para o lado e vi a minha namorada dormindo tranquila, deitada de bruços, as mãos enfiadas sob o travesseiro e o seu cabelo esparramado. Seu rosto estava virado em minha direção e eu podia ver cada mínimo detalhe, suas feições delicadas quase como uma linda boneca eram um contraste com a sua personalidade forte, a fragilidade que ela aparentava fisicamente era como um disfarce para a mulher incrível, forte, determinada e que não se quebrava facilmente. Era fascinante!Eu me perdi no momento observando a mulher que sempre esteve na minha vida, que eu soube desde sempre que seria a dona do meu coração e que eu amava cada dia mais. Nós já havíamos passado por tantas coisas juntos, que eu sentia que nada poderia tirá-la de mim ou quase nada. Minha segurança foi abalada apenas quando eu a vi lutando tanto para desistir do que ela queria só para não desistir de mim e quando eu percebi que havia muitos homens em

“Fernando”Eu estava nervoso, o dia tinha sido intenso, mas nós conseguimos preparar tudo. Todos os convidados já estavam ali, na casa onde eu escolhi passar o resto da minha vida com a minha esposa e os filhos que teríamos. Não teria lugar melhor para fazer esse pedido, na casa que abrigaria toda a nossa felicidade. O pai da melissa, que parecia muito sorridente desde que chegou, se aproximou de mim.- Fernando, posso ter a sua atenção um minutinho? – Ele me puxou para um canto. – Você vai pedir a minha filha em casamento, não vai?Eu simplesmente fiz todos virem sem dizer o motivo da reunião, só pedi que estivessem aqui e que era importante, então me surpreendeu que ele soubesse.- Sr. Otávio, eu amo a Melissa e sim, eu vou pedi-la em casamento esta noite. – Eu falei solenemente.- Eu sabia! A minha esposa disse que eu estava louco, que você e a Melissa já tinham decidido não se casar e que provavelmente eu nem vou ser avô, o que eu realmente não aceito, o casamento até vá lá, mas e

“Melissa”Eu estava olhando para o Fernando atônita, eu duvidava que ele soubesse o meu segredinho, mas o que tudo aquilo significava então? Ele tinha um sorriso convencido e eu tinha um monte de dúvidas.E foi então que o Augusto entrou, também vestido como o Pedro, segurando uma plaquinha em uma mão e a mãzinha da Marisol, que era empurrada no carrinho pela Lisa, na outra. Dessa vez a plaquinha dizia: “Vocês são almas gêmeas, titia, acredite, disso nós entendemos.” Era muita fofura ver aqueles dois tão pequenininhos e tão apegados um ao outro.A Lisa levantou a plaquinha na mãozinha da Marissol, a plaquinha dela fez o meu coração falhar as batidas: “E o titio te ama tanto, tanto, que não deixaria que só você ficasse fora do ‘best maternity perfect’.” Eu fechei os meus olhos, foi como se o mundo tivesse sumido dos meus pés e eu estivesse caindo. Ele sabia!- Abre os olhos, abelhinha, você não vai querer perder essa parte. – Ele sussurrou e colocou o braço sobre os meus ombros.Eu abri

“Melissa”Eu estava vivendo um momento com o qual eu tinha sonhado muitas vezes, mas nem nos meus sonhos tinha sido tão perfeito. Cada pequeno detalhe de tudo o que o Fernando fez foi um catalisador de emoção. Talvez, depois disso, eu nunca mais chorasse, porque eu chorei tanto que deveria ter dado pane nos meus canais lacrimais. Mas o meu noivo parecia determinado a testar os meus limites emocionais. Quando nos despedimos dos últimos convidados o Fernando me abraçou e me levou para dentro da casa.- Você quer conhecer a casa agora? – Ele perguntou.- Achei que você nunca fosse perguntar. Eu estou ansiosa por isso. – Eu respondi sentindo um formigamento de contentamento pinicando o meu corpo.- Vem! Vamos começar pelo andar de cima. – Ele foi me levando em direção à escada.A casa era muito grande, tinha vários quartos, muitas janelas que permitiam entrada de muita luz natural. Era linda, moderna e confortável. Minha cabeça estava dando voltas, pensando em todas as possibilidades de d