Logo, um aroma de lírios começou a se espalhar pelo carro. Ao sentir o cheiro, Jaqueline se sentiu bastante confortável e não pôde deixar de comentar:— A vovó adora lírios, você foi bastante atencioso. — Ela realmente falou isso de coração, sem nenhuma outra intenção.— Minha dedicação também só pode ser aplicada nisso. Quando se trata de outras pessoas, elas não gostam. — Roberto continuou dirigindo para frente.Jaqueline entendeu o que ele quis dizer.— Se você está falando de, de repente, correr até a pessoa e dizer que a ama, de maneira muito agressiva, arrogante e sem educação, então de fato não deveriam gostar disso.Se ela não o retrucasse, pareceria que não gostar disso seria erro dela.— Então, o que você acha que eu deveria fazer para que a pessoa aceitasse?Jaqueline, com as mãos sobre os joelhos, as apertou levemente em um punho, com a palma das mãos suando:— Às vezes, se a pessoa não quer algo, o melhor é não insistir e tirar isso de volta.— Espalhei sem querer, agora

Mentir para a vovó era uma das coisas que ela menos queria fazer, mas ela não podia contar que as coisas entre ela e Roberto estavam muito mal. A vovó com certeza ficaria muito triste.— Isso é bom, isso é bom mesmo. — Catarina abaixou ligeiramente a cabeça, um olhar de decepção passando por seus olhos. Ela sabia, no fundo, que, não importava como Jaqueline e Roberto estivessem se relacionando, os dois já estavam divorciados.— Sim, vovó. — Roberto completou. — Fique tranquila, não importa o que aconteça com Jaqueline, eu sempre vou ajudar ela, sempre.As palavras de Roberto eram sinceras, não apenas para confortar a vovó.Jaqueline virou a cabeça, olhando fixamente para Roberto, de repente se lembrando de todas as confusões que ocorreram entre eles. Não conseguia imaginar como podia haver um momento tão calmo e harmonioso assim.Ela não sabia até que ponto aquela calma era verdadeira ou falsa, mas pelo menos, naquele momento, eles não estavam brigando como antes.— Roberto. — Catarina

— Vovó, vou ao banheiro. — Jaqueline colocou os talheres na mesa e se levantou da cadeira.Depois que Jaqueline saiu, Catarina olhou para Roberto:— Você tá sentado aí esse tempo todo sem falar nada. Por quê?Roberto sorriu com amargura:— E o que mais eu podia dizer? Mesmo que eu concordasse, a Jaqueline talvez não concordaria. Ela não quer se aproximar de mim. Mesmo que fosse só pra fingir, ainda seria muito estressante pra ela.Era por isso que ele não tinha dito nada. Sentia que qualquer coisa que dissesse só ia deixar ela ainda mais incomodada.Aquelas palavras, mesmo ditas à avó, não o assustavam, porque ele sabia que, no fundo, a avó entendia tudo perfeitamente. Continuar escondendo aquilo deixava todo mundo ainda mais ansioso.Catarina suspirou, percebendo que tudo aquilo estava dentro do que ela já imaginava:— Se a Jaqueline te trata assim agora é porque você merece. Uma esposa tão boa foi destruída por você mesmo. Você é igualzinho ao seu pai! Como é que não aprendeu com os

— Por que você achou que eu não concordaria? — Perguntou Roberto.— Não é que eu achasse que você não concordaria, é que eu não sabia se você concordaria ou não. Por isso quis perguntar separadamente para você.— Você realmente é muito cautelosa. Posso interpretar que tá considerando meus sentimentos? Caso contrário, poderia simplesmente ter me avisado direto, dizendo que ela é minha avó e que eu tenho a responsabilidade de realizar o desejo dela.— Não me interprete mal, isso não tem a ver com considerar ou não os teus sentimentos. Só achei que isso era uma questão de cortesia. Afinal, já estamos divorciados, e não dá mais para agir como antigamente. Além disso, estritamente falando, você vir visitar a vovó é uma responsabilidade, mas não tem obrigação nenhuma de satisfazer esse espírito competitivo dela. Você pode recusar, e isso não significa que você não seja um bom neto. — Disse Jaqueline, com a voz o mais calma possível.— Quer dizer então que você acha que a vovó não devia nos c