Ele levantou a mão e apertou o rosto dela com delicadeza.— Casar comigo te deixa tão infeliz assim? É porque eu não estou à sua altura? Ou será que... Não fui bom o bastante com você? — Filipe sorriu com orgulho ao dizer. — Não é por me gabar, Patrícia, mas, nessa vida, você nunca vai encontrar alguém melhor do que eu.No coração de Patrícia, essas palavras não encontraram eco.Mas mesmo assim, ela sorriu e disse:— O Sr. Pinto com certeza é uma pessoa muito admirável. Quem não está à sua altura sou eu. Acredito que na Cidade J há muitas mulheres querendo se casar com você.— Isso é óbvio. — Filipe roçou os dedos no rosto dela e disse com um suspiro. — Mas o que eu posso fazer? Eu só quero você. Por isso... Só posso te pedir perdão.— Filipe.— Isso mesmo, só você.— Filipe... — O corpo de Patrícia tremia. — Não se iluda. Eu nunca vou aceitar. Eu vou me jogar do carro, vou tomar remédio. E da próxima vez... Eu ainda vou encontrar outro jeito.Filipe cerrou os dentes, tomado por uma fú

Patrícia realmente não conseguia mais dormir.— Entendi. — Patrícia se virou e se sentou na cama.— Você vai descer para comer ou quer que eu traga para você?— Vou me trocar, já desço.— Está bem.Patrícia se levantou, vestiu o casaco, lavou o rosto rapidamente e desceu as escadas....À tarde, depois de terminar tudo o que precisava fazer, Filipe já se preparava para voltar para casa.Ele recusou todos os compromissos daquela noite.Terminou de arrumar suas coisas e ligou para Patrícia:— O que está fazendo?Patrícia respondeu:— O que mais eu poderia estar fazendo? Estou deitada.— Não tem nada para fazer? — Filipe riu. — Já terminei tudo aqui. Logo estarei de volta.Ele olhou o relógio no pulso:— Chego em uns trinta minutos. Me espere.A secretária bateu na porta:— Sr. Pinto, a Srta. Zara chegou.Antes que terminasse de falar, Zara entrou pela porta.Todos no Grupo Pinto sabiam da relação entre ele e Zara. Por isso, quando ela aparecia na empresa, ninguém a impedia.Isso porque o

Então, Patrícia ouviu o que a secretária dele disse: a Srta. Zara havia chegado.— Srta. Zara. — Patrícia encarou o espelho com um sorriso irônico.A relação entre os dois não havia se encerrado por completo. Não estavam claramente separados, tampouco juntos, e ainda assim, insistiam em torturar justamente ela, que nada tinha a ver com isso.Quando Filipe subiu novamente, Patrícia já estava deitada.Depois que ele tomou banho e se deitou ao lado dela, Patrícia já havia adormecido.— Patrícia. — Filipe se aproximou e a envolveu nos braços.Na verdade, Patrícia não estava dormindo. Com aquele abraço, quase despertou por completo. No entanto, não queria abrir os olhos, não queria falar com ele.— Já dormiu? — Filipe levantou a mão e acariciou os cabelos dela.Ele suspirou suavemente e disse:— Durma bem. Boa noite....Após dois dias de descanso, o estado de Patrícia começou a melhorar aos poucos.Mais uma vez, Filipe disse:— Nesse fim de semana, vamos à sua casa.Patrícia segurava uma t

— Suas coisas? — Patrícia arqueou as sobrancelhas e sorriu. — Mas foi o Sr. Pinto quem trouxe isso lá de cima.— Sim. — Zara assentiu. — Fui eu que pedi para ele me ajudar. Isso é mesmo meu.— É mesmo?— Patrícia. — Filipe franziu o cenho e falou com expressão séria. — Entregue as coisas para a Zara. Não estou brincando.“Está com essa cara tão severa?”Desde que o conhecia, Patrícia não se lembrava de ter visto Filipe tão ríspido com ela.Mesmo quando ela fazia escândalo dizendo que ia deixá-lo, Filipe jamais reagiu assim.Patrícia pensou, resignada: “Está vendo? Essa é a diferença entre a original e a substituta. Agora que a original está aqui diante dele, o que eu sou? Nada. E ainda fui ousada demais... Uma substituta tentando desafiar a original? Que estupidez.”No fundo, aquilo até lhe agradava. Era o desfecho que combinava com seu estado de espírito.Patrícia sorriu, mantendo o envelope firme nas mãos:— E se eu não entregar? O que você vai fazer?Enquanto falava, ela abriu o env

— Conversar? — Patrícia sorriu. — Nós não temos como conversar, esqueceu? Foi você quem me mandou embora. Como homem, você mesmo disse aquelas palavras. O quê? Agora quer fingir que nunca disse?Sem esperar Filipe responder, Patrícia continuou:— Sr. Pinto, eu acredito que o senhor não é esse tipo de pessoa. Já disse tudo o que queria dizer. Daqui em diante, cada um segue seu próprio caminho. Não me procure mais.— Patrícia. — Filipe a interrompeu às pressas. — Eu errei em ter perdido a paciência com você agora há pouco, mas, se formos justos, quem foi que começou?— Fui eu. — Patrícia admitiu sem hesitação. — Eu errei, e daí? Mesmo que eu devesse morrer pelo que fiz, isso não muda o fato de que foi você quem me mandou embora.— Patrícia... — Filipe se sentiu profundamente angustiado.Desde o início, o relacionamento com Patrícia já era algo forçado, e agora ela havia encontrado um motivo definitivo para deixá-lo.— Eu entendo que esteja com raiva, mas...— Filipe. — Patrícia o interro