Com os olhos pidões, Luísa murmurou: — Tô com fome... — Fiz o café da manhã. É só esquentar um pouquinho. — Jaime segurou a mão dela com carinho. — Mas primeiro, vamos escovar os dentes. Luísa ainda puxava o cobertor sobre o corpo: — Eu preciso me vestir. Ao ver a reação dela, Jaime riu: — Ainda com vergonha? Do seu corpo, acho que já vi tudo. Beijei também, lembra? Ela correu para tapar a boca dele com a mão. Jaime riu mais ainda e tirou a mão dela com delicadeza: — Tá bom, não falo mais. Mas sabe por que eu pedi três dias de folga? Luísa respondeu: — Na verdade, nem precisava tanto. Hoje você pode ficar comigo, mas amanhã já pode voltar pra o exército. Jaime disse: — É que antes, um colega meu tirou três dias de folga depois da primeira vez com a namorada... E os dois passaram os três dias inteiros sem sair da cama. Luísa ficou em choque. — O quê?! Ela levou a mão ao peito, assustada: — Impossível! Três dias? Mas... como eles comeram? — Não acredita? — Jaime a puxou para o

Mariana e Lucas foram buscar o avô. A saúde do avô exigia repouso, afinal, nessa idade não se recomendava viagens longas. Felizmente, a Cidade do Norte não ficava tão longe da capital, e o carro era confortável o bastante para que ele pudesse se deitar. Além disso, estava prestes a rever o bisneto, que não via há tempos, e isso deixava o vovô radiante. Quando estavam prestes a chegar à capital, Mariana ligou para Renato e pediu que levasse Didi com antecedência. Assim, tão logo o carro estacionou, o bisneto correu ao encontro do bisavô com uma recepção calorosa. Diego carregava um buquê e, assim que se viram, os dois trocaram um abraço apertado. Renato permaneceu por ali para cumprimentar o vovô. O vovô já ouviu falar dele antes, e agora, ao o conhecer pessoalmente, já era o irmão de Mariana. Ao ver Renato era uma pessoa estável e confiável, e que em cada palavra demonstrava cuidado com Mariana quanto por Diego, o vovô finalmente ficou totalmente tranquilo. Renato se desped

Assim que ouviu isso, o rosto de Luísa ficou vermelho. Camila, vendo a cena, percebeu que o clima estava estranho. Ela se aproximou, direta: — Vocês dois já dormiram juntos? Mariana deu um empurrãozinho nela: — Para de perguntar assim na lata, Luísa é tímida, né? Camila respondeu com um "ah", e logo mudou a abordagem: — E aí, vocês já foram pra cama? Mariana quase não segurou o riso: — Qual a diferença? Camila falou: — Ai, gente, em pleno século XXI, qual o problema de falar sobre isso? Vai, conta tudo com detalhes! Luísa cobriu o rosto com as mãos: — Vocês dois são insuportáveis! — Pela sua cara... rolou mesmo! — Camila cutucou o braço dela, maliciosa. — Conta aí, Jaime manda bem na cama? — Parem de perguntar isso... — Ela respondeu, ainda escondendo o rosto. — Não quero mais papo com vocês! — Tô achando que Jaime não é lá essas coisas na cama, não. Olha só, parecia todo viril, mas no fim das contas era só fachada... — Não é nada disso! Ele é ótimo, sim! Camila e Mariana

Na verdade, quando Jaime mandou a mensagem, Lucas e Mariana ainda estavam dormindo. Não foi que os dois estivessem enrolando na cama, foi que Lucas, mal tinha reatado com Mariana, já teve que ir pra a Cidade do Norte, sem nem ter chance de um momento a sós com ela. Agora que estava de volta, era difícil mesmo se segurar. Mariana ainda achou curioso e comentou: — Eu ouvi dizer que homem depois dos vinte e cinco já começa a ratear. Você tomou alguma coisa, foi? Lucas nem entendeu de primeira: — Tomar o quê? — Ué, aquele tipo que deixa o homem... animado, sabe? Lucas ficou indignado: — Você tá mesmo achando que eu tomei esse tipo de coisa? Mariana respondeu: — Estudos médicos indicam que... — Indicam o quê? — Lucas nem esperou ela terminar. Já a segurou de novo e falou com firmeza: — Nenhum estudo supera a prática. Tá achando que eu tomei alguma coisa? Então vou te provar se tomei ou não! E aí, não teve mais volta. Homem, quando quer provar um ponto... se empenha mesmo. Lucas,

— Será que o avô... Mas Lucas a interrompeu: — Não é isso. Quero saber se você já pensou em mudar de sobrenome. Para mim, não faz diferença qual sobrenome você usa, claro. Mas me preocupo com o que sua mãe e os outros pensam. Embora não digam nada, no fundo eles provavelmente esperam que você mude. Mariana respondeu: — Eu também não sei. Para mim, o nome é só um símbolo, não tem um significado especial. Talvez a única coisa que eu sinta pelo sobrenome Silva seja o carinho que recebi do avô e da avó. Quando era pequena, foi criada pelos pais de Mário. Apesar de saber que não era filha biológica deles, o casal sempre a tratou melhor do que a própria neta. Por isso, mesmo depois de tudo que Mário e Mónica fizeram para a magoar, ela não quis brigar com eles, por consideração aos dois idosos. — Da próxima vez que voltarmos para a Cidade do Norte, eu te acompanho para visitar os túmulos dos dois velhinhos. — Tudo bem. — Mariana balançou a cabeça. — Mas chega de falar nisso. Sobre mudar