Finalmente, a mulher percebeu que deveria ter medo e começou a falar, constrangida:— Tudo bem, vou ir embora agora. Não fique irritado. Vamos nos acalmar e podemos conversar depois que você voltar para a Cidade B.Ademir olhou para ela friamente, achando que não tinha mais nada para falar.Normalmente, ele não se importava quando suas namoradas faziam birras ou usavam pequenos truques, desde que não ultrapassassem seus limites. No entanto, quando se tratava de Vitória, a situação era diferente.Ele falou baixo, concordando em mandar a mulher chata de volta para a Cidade B por enquanto, para evitar problemas na Cidade A. O que preocupava ele de verdade era ela incomodar a Vitória!Assim que ouviu a resposta, a mulher começou a arrumar as malas, feliz que o Ademir não tinha terminado tudo. Ela achava que, quando Ademir voltasse para a Cidade B, ia conseguir controlar ele de novo.Ademir trocou de roupa e se dirigiu à sala, encontrando Vitória de costas para o quarto. Ele não conseguiu e

Vitória exibiu um sorriso:— Claro, eu quero tentar.Afinal, ela agora não precisava mais se preocupar com dinheiro. Quando era criança, não pôde aprender piano por falta de recursos, o que deixou uma certa lacuna em sua vida.Ela tinha o desejo de compensar esse arrependimento.Hanna, animada, disse:— Vitória, vá lá aprender, o Ademir também ensina piano, ele pode te ensinar bastante coisa.Como pianista, Ademir, mantinha suas habilidades e reputação em segredo. Ele planejava abrir um estúdio de piano na Cidade A, afinal, precisava sustentar a própria mentira.A ideia era que esse estúdio tivesse só uma aluna, a Vitória, e que ele mesmo fosse dar as aulas.Vitória e Ademir conversaram um pouco sobre piano. Em seguida, ela foi ao banheiro e, quando voltou, Ademir já não estava mais na sala.Ela olhou para a varanda e não viu ninguém:— Onde está o Ademir?— Ele falou que tinha um compromisso e já foi, ele pediu para eu te dar isso aqui.Vitória olhou para o cartão preto que Ademir dei

— Vitória, você terminou o que estava fazendo?Vitória levantou a cabeça e viu Paulo se aproximando. Ela pareceu um pouco tensa:— Quase lá. E você, conseguiu resolver o problema do empréstimo?Depois de falar, Paulo suspirou:— Ainda não, tem umas burocracias complicadas. De qualquer forma, essas coisas levam tempo, não se resolvem de um momento para o outro. Vamos, aonde você quer ir?— Estou pensando em ir para o auditório da universidade estudar, não é no caminho do estúdio, vou sozinha.— Coincidentemente, eu também preciso passar na universidade hoje. Que sorte, vamos juntos.Vitória não esperava essa coincidência e não pensou muito sobre isso. Afinal, o estúdio do Paulo começou com recursos da universidade, e ele às vezes ia lá para fazer propaganda ou coisa parecida.Enquanto dirigia, Paulo disse:— Vitória, que tipo de serviço você estava fazendo no banco? Você foi até a sala VIP?— Eu só estava consultando algumas coisas, nem notei se era alguma sala VIP.Vitória não menciono

— Ele não se importa que você já foi casada. Por que ainda hesitar?— É, Paulo é tão romântico. Aceita ele, aceita. Por que hesitar quando tem um homem tão bom disponível?Ao ouvir essas palavras, Paulo exibia um sorriso orgulhoso. Ao longo dos anos, perseguiu muitas mulheres e quase nunca falhou.Decidiu perseguir Vitória, o que parecia uma tarefa fácil, mas agora ele finalmente entendia por que Vitória estava evitando seus avanços. Era porque ela se sentia inferior por ter sido casada e tinha medo de aceitar seu amor.Com esse pensamento, Paulo sentiu que sua chance era certa.Tudo que precisava era se casar com Vitória e convencer seus irmãos a investir em seu estúdio para expandi-lo. No futuro, quando fosse bem-sucedido, ele poderia até trocar de esposa.Vitória parecia perturbada e, apesar de ser difícil recusar na frente de tantas pessoas, ela ainda queria esclarecer as coisas para evitar mal-entendidos.Vitória respirou fundo e começou a falar:— Paulo, você é uma boa pessoa, ma

Depois de ouvir, Dario não só não se zangou, mas até se sentiu um pouco contente.“Será que isso quer dizer que a Vitória não gosta do Paulo? Como é que minha situação com esse cara, Paulo, pode ser a mesma? Eu com certeza não sou alguém confuso, nunca faço tantas intrigas contra ela!”O homem curvou levemente os lábios finos e disse:— Isso prova que seu gosto ainda não é tão ruim. O Paulo tem um caráter questionável, ele é irrealista, vaidoso e calculista.— Dario, tem sentido você falar mal dos outros assim?Vitória, embora não gostasse de Paulo, achava que ele era ambicioso, mas não tão desprezível como o Dario dizia.— Só estou falando a verdade.— Fale menos dessa forma da próxima vez.Vitória virou a cabeça para olhar pela janela do carro, claramente se recusando a continuar a conversa.Dario viu a parte de trás da cabeça dela e ficou irritado, sem motivo, especialmente ao lembrar de quando ela saiu do hotel com aquele homem na manhã anterior, sem saber para onde tinha ido depoi