FernandaAo ouvir tudo aquilo de dona Júlia, encaro Anna com ódio, pois ali estava mais uma prova de sua culpa e para minha desgraça, eu não tinha como comprovar absolutamente nada. Respiro fundo, me contenho ao vê-la finalmente se afastar e fico sentada ansiosa por novidades à respeito da minha mãe. Minutos depois, dona Júlia é solicitada por uma médica, com certeza para saber algo sobre a filha. Ela prontamente levanta, e eu fico ali, sentada, com minhas angústias, incertezas, pensamentos e lembranças que não me deixavam em paz. Fecho os olhos, e em minha memória surge o rosto do Pietro, o seu sorriso, suas palavras de conforto e tudo o que vivemos à poucas horas. Solto um suspiro, cheio de saudades, mas também de preocupação por não saber do seu paradeiro e não vou negar, que estava louca que ele estivesse ali comigo. Pois, só através dele e do seu amor, que eu conseguiria a força necessária, para suportar todas essas punhaladas, que eu insistentemente, estava recebendo da vida.

"Un giorno da cacciatore e un altro da cacciatore."*******************Na parte externa do Hospital GeralMomentos antes da ligação de Fernanda para Antônio PietroEu não poderia ver tudo aquilo acontecendo com a minha bela e me manter apático. Então, aproveitei que Fernanda estaria visitando sua mama por alguns minutos, e tratei de dar início ao fim definitivo dessa guerra com os Grecco, algo que eu já deveria ter feito a muito tempo. Assim que sai do hospital, liguei para Marco, o consigliere (conselheiro), grande amigo de meu pai e consequentemente seu braço direito, dizendo que precisávamos nos encontrar no bunker, juntamente com todos da organização. Meu pai ainda estava a frente das movimentações e era o chefe de tudo. Mas, muito em breve eu seria nomeado o seu sucessor e consequentemente o novo Don ou Capo como muitos conhecem. E assim como modifiquei as empresas, as fazendo evoluir ainda mais, o mesmo faria com todos os negócios da organização. Porém, esse era um assunto par

"Ci sono due lupi in costante lotta nel cuore dell'uomo. Uno è l'amore e l'altro è l'odio. Chi vincerà? Quello che viene nutrito di più".[Parabola dei lupi]"Há dois lobos em constante batalha, dentro do coração do homem. Um é o amor, e o outro é o ódio. Quem vencerá? Aquele que for mais alimentado."[Parábola dos lobos]×××××××××××~♤~××××××××××××PietroAinda no CalabouçoO tempo parecia correr, sempre tinha essa sensação, quando estava diante de um inimigo e prestes a concluir uma missão. E dessa vez não era diferente, se eu pudesse pausaria os ponteiros do relógio, unicamente para ter o privilégio de sentir um pouco mais a sensação de dever cumprido. Observo o líquido com um forte odor escorrendo pelo chão de pedra do calabouço e já não suportando, estalo os dedos e dois de meus homens retiram as correntes do corpo de Luan. Um deles, com codinome Aquiles, o segura pelo pescoço e o empurra de uma só vez no chão, o obrigando a limpar toda a urina que ele havia feito. — Como vou l

PietroAtentamente, observo a mistura sendo preparada dentro da cantoneira e através dela se formando o concreto, que aprisionaria Luan para sempre. A caixa serviria apenas para moldar os novos pés, do até então fodão# da vez, que agora mais parecia com uma criança chorona, sem saber o que fazer ou a quem recorrer. O concreto que seria colocado naquela caixa, seria o suficiente para levá-lo direto para as profundezas do oceano e o fazendo desaparecer para sempre. Ao perceber a cena que estava sendo formada dentro da minha cabeça, de repente, sinto uma sensação estranha. Uma energia sinistra começa a permeiar o ambiente, tornando-o ainda mais sombrio. Respiro fundo, sorrindo ao perceber que o próprio inferno reivindicava o que era seu.As forças das trevas se manifestam, envolvendo Luan em sua teia de tormento. As chamas do inferno rastejam ao seu redor, devorando sua alma, arrancando dele qualquer fio de humanidade que ainda pudesse existir.Observo, impiedoso, a cena diante de mim. A

Algum tempo depois...No hospitalFernandaO tempo passava, e com ele, a minha aflição por não ter notícias do Pietro só aumentava. Meu coração já nem tinha forças para bater, estava a ponto de congelar, por tamanha angústia que eu sentia. Eu temia por ele, pela sua integridade e meu maior receio era que aquela maldita tivesse mudado de ideia e decidisse matar o Pietro. Ai sim, eu morreria de vez, pois ele é o meu oxigênio, a minha rocha, em que eu me apoiava sempre que me sentia frágil, desprotegida e sem rumo. Sem tê-lo na minha vida, me dando força e todo o seu amor, eu não suportaria viver.Já havia tentado localiza-lo inúmeras vezes, mas em todas a resposta era sempre a mesma, dizendo que o aparelho estava desligado ou fora da área de cobertura. Onde ele se meteu para o telefone ficar fora de área, debaixo da terra? Reviro os olhos com meu pensamento insano, pois só mesmo sendo louca para imaginar que um homem como Pietro estaria em um lugar sombrio, isso é coisa de gangster e nã