༺ Lúcia Montenegro ༻As coisas haviam saído dos trilhos, e se arrependimento matasse, eu já estaria morta. Não sei o que se passou pela minha cabeça quando resolvi me unir a Hassan. Deveria ter simplesmente feito aquele acordo e saído fora, mas agora é um pouco tarde para me lamentar.Preciso arrancar o máximo possível de Hassan e sumir para um lugar totalmente desconhecido. Sou apenas uma amante que compartilha o prazer e nada mais, e não estou disposta a me sacrificar por um homem que possui várias mulheres em seu harém.Estou determinada a tirar o máximo de dinheiro dele e desaparecer sem deixar rastros. Não tenho mais tempo para lamentos, e quanto a Hassan, bem, ele que se vire com Oliver no seu caminho. Eu sei o quão implacável Oliver pode ser quando se trata de eliminar seus inimigos, e não estou disposta a arriscar minha vida por Hassan.O estresse de Hassan com seu filho no hospital não me comove mais. Eu tenho minhas próprias prioridades agora. Com um suspiro resignado, perce

༺ Oliver Mourett ༻Não queria ter saído brigado da organização com a Mia, mas ela não me deu muita escolha. Tudo o que eu estava fazendo era para que fôssemos felizes, e Lúcia precisava sair do nosso caminho. Talvez Mia não entendesse o meu lado, mas Lúcia precisava ser afastada.Após um longo momento de reflexão, cheguei a um dos meus galpões antigos, onde Derick me aguardava, como sempre, paciente. Assim que saí do carro, ele me cumprimentou com um sorriso sombrio, e eu não pude evitar sorrir de volta.— Aquela rata já sentiu o gosto do medo, Derick? — perguntei, ansioso por saber dos detalhes.Ele, com seu jeito maldoso de sempre, respondeu:— Oh, Sr. Oliver, deixei toda a diversão para você. Ela está morrendo de medo do que virá a seguir.Nós dois começamos a caminhar em direção a Lúcia, e eu não pude deixar de rir.— Ela deve estar se borrando de medo de mim agora, Derick. Deveria ter pensado duas vezes antes de se unir ao meu inimigo. Odeio traição e ingratidão.Derick assentiu,

༺ Oliver Mourett ༻Depois de finalmente me livrar da Lúcia, decidi voltar à sede da organização para ordenar que meus homens fossem atrás de Hassan e o eliminassem de vez. Já havia prolongado essa guerra mais do que o necessário, e agora é a hora de mandá-lo para o quinto dos infernos.Cheguei à sede com um semblante sério, meus olhos refletindo a determinação que queimava em mim. Ao passar pelos corredores, cumprimentei alguns dos membros com um aceno de cabeça.Segui diretamente para o quarto onde eu e Mia compartilhávamos. A tensão estava palpável no ar, e eu sabia que algo estava errado. Ao entrar, deparei-me com o vazio, a cama desfeita e o closet escancarado. Minha raiva cresceu como uma tempestade iminente.Com um soco furioso, descarreguei minha frustração na parede, sentindo a dor latejar em minha mão, mas isso não importava. Mia havia desaparecido, o que era inaceitável.Agarrei meu celular com mãos trêmulas e disquei o número dela, mas apenas caía na caixa postal. As possi

༺ Mia Carrozzini ༻Uma semana depois…Havia se passado alguns dias, e eu continuava à mercê de Hassan. Ele novamente havia me transferido para outro local. Recentemente, fingi estar dormindo e consegui ouvir parte da conversa dele com Demétrio, que relatava que Oliver estava se tornando um verdadeiro demônio em Los Angeles enquanto procurava por mim.Hassan teve até que transferir seu filho de volta ao país de origem por medida de segurança. Eu precisava encontrar uma maneira de escapar, mas o local onde eu estava era extremamente desafiador. Era uma mansão com imensos muros.Não tinha certeza sobre minha localização exata, mas era improvável que estivesse em Los Angeles. Eu estava deitada em um quarto escuro e silencioso, indecisa sobre como agir nessa situação angustiante.Toda a mansão era uma fortaleza impenetrável, com muros altos e intransponíveis, tornando minha fuga quase impossível. No entanto, a necessidade de escapar e encontrar Oliver me impulsionava.O silêncio envolvia

༺ Mia Carrozzini ༻— Eu preciso de água. Estou com sede. Vocês estão querendo me matar antes do tempo?— gritei desesperada, pois já fazia horas que eu estava presa e não recebi nada para comer e muito menos beber. Eu não acreditava que Hassan pudesse ser tão cruel ao ponto de me punir dessa forma. Era desumano, mas já esperava isso, já que o costume do seu povo era esse. Ao perceber os meus gritos, um dos seguranças de Hassan se aproxima e comenta.— Dá pra você calar sua boca e parar de gritar? Vai acabar irritando mais o meu chefe que já está estressado com você e com aquele maldito do seu homem. Olhei pra ele com desdém e disse, não escondendo a minha indignação. — Eu só preciso que você me traga pelo menos água, pois eu não sou um animal pra ser tratado dessa forma. Se você não trazer algo pra que eu coma e beba, você pode ter certeza que eu vou fazer um inferno e vou gritar até eu cansar. O homem então me olhou seriamente e respondeu, de uma maneira cansada. — Espere um pouc