As primeiras lágrimas começaram a cair.Não podia acreditar que estava realmente debaixo do mesmo teto que o homem que a fez sofrer tanto durante cinco anos. Ela ofegou quase perdendo a consciência completamente. Dois minutos atrás estava sorrindo e feliz ao lado de dois homens maravilhoso, e agora, chorava com medo de outro que estava perto, perto do seu corpo. Ele não podia mais a tocar.— Ellie - A voz de Vicent foi ouvida. Ellie levantou a cabeça em direção à porta. Rylian e Vicent estavam na sala, junto a Taylor que não falou mais nada. — Não se preocupe.Rylian encarava o homem a sua frente com todo desprezo possível. Sim, seus lábios estavam sangrando porque o soco que recebeu ao abrir a porta foi forte. Vicent estava ao seu lado, ambos de frente para Taylor que não passou da porta.— O que você quer aqui? - Rylian perguntou, terminando de limpar sua boca.— Eu vim pegar minha mulher. - Colocou as mãos na cintura como se fosse obvio a sua presença — Mas alguma coisa me interess

— O Taylor também veio para a cidade, e atrás da Ellie.— O que? - Os dois olharam para a filha.— Noite passada, nós tivemos a visita de esse ser humano horrível que acabou brigando comigo e o Rylian quando tentamos defender a Ellie. E ele disse que estava de volta e que queria o que era dele, a mulher dele, palavras daquele idiota enquanto gritava para todo mundo do meu prédio ouvir. - Contou fazendo os dois se assustarem ainda mais — Eu quero dizer que ela viria até vocês a qualquer momento, estava apenas esperando o coração ter certeza de que vocês a aceitariam de volta, mas ter a visita daquele homem no lugar onde ela achou refugio, não ajudou muito.— Nós precisamos ir à delegacia ainda hoje. Colocar um ponto final nisso. Esse homem está ameaçando a minha filha - Bradou o pai ainda sentindo o coração machucar, o ar faltar, jurava que teria um infarto a qualquer momento.— Isso mesmo. Mas antes de qualquer coisa, precisamos manter a Ellie segura. Acho que talvez se ela ficasse um

Como prometido, Sadie levou sua amiga para o prédio que conhecia muito bem, desde o porteiro até o centro do apartamento a qual visitou por anos. Parou em frente a aquele lugar dando uma breve olhada ao redor não querendo encontrar por Taylor ou qualquer ameaça que fizesse com que Ellie surtasse de vez. Uma coisa seria estranha não a ajudar no momento, nunca foi uma pessoa ruim e era por esses momentos que ainda não entendia porque o universo levou sua melhor amiga, depois seu noivo, depois o amor de seu pai e mais outras coisas que ninguém precisava saber. Segredos dentro de si que nem mesmo sua psicóloga com todo talento não conseguiu fazê-la contar. Certas coisas precisam ser guardadas conosco. Estacionou na garagem ao lado de Ellie que também reparava em cada canto. O medo ainda a cobria e não sabia dizer se estava mesmo disposta a sair na rua outra vez. Suspirou para se acalmar mantendo sua cabeça no lugar, não iria adiantar começar a surtar no momento. — Como você se sente? -

Antes de o sol nascer naquela manhã de segunda, Ellie já estava de pé, acordou ansiosa para o que seria seu primeiro dia de trabalho. Não sabia o que poderia esperar, mas desejava que fosse um dia próspero, que as pessoas gostassem do seu atendimento e o que o novo patrão a respeitasse como tal. Bom, se a tratassem como gente já devia ser alguma coisa. Seu primeiro emprego foi na agência de modelo longe da sua cidade, as pessoas passaram a gostar dela e a convidar para qualquer tipo de trabalho, mas quando se é convidada e muito solicitada por ser bonita e gentil, suas colegas de trabalho que deviam a deixar cheia de orgulho de si mesmas, acabaram desejando ter aquela mesma atenção. Brigas e algumas mentiras foram espalhadas por todo lugar, e a reputação de Taylor todas as vezes que ia a um dos locais que trabalhava não ajudava. Sempre arrumava confusão com todos, até com os clientes homens que estavam presentes. Aos poucos, aquele sonho foi se acabando, se perdendo por entre os dedos

O galpão no final da estrada de barro parecia silencioso quando Ellie desceu do carro batendo a porta logo em seguida. Olhou ao redor procurando qualquer movimento de pessoas ou do próprio Taylor. Não ia negar que estava com medo e que agora entendia o motivo dos garotos quererem se proteger. Talvez se não soubesse que a polícia chegaria a algum momento, não tivesse a coragem de realmente ir até Taylor e o olhar de novo, ouvir sua voz ou estar em sua presença. Como isso desencadeia tantos momentos ruins, momentos em que ela achou que morreria sozinha em um chão frio e úmido. Respirou fundo colocando as mãos dentro do casaco e andou em direção à entrada daquele galpão. Suas pernas estavam mais trêmulas do que nunca, o coração acelerado como se fosse morrer a qualquer momento, e quem sabe isso podia mesmo acontecer. Taylor era um homem perigoso por diversão, imaginava sentindo raiva? Ele seria capaz de tudo, até mesmo um assassinato. Parou na entrada quando escutou um gemido baixo, con