O vento frio da madrugada entrava pela janela aberta, agitando as cortinas e meu sonho. A cama ainda me parecia enorme, e, sobressaltada, abri os olhos, fitando o quarto escuro. A janela recomeçou a bater e os clarões rasgavam o céu, que em breve deitaria chuva por terra. Afastei as cobertas e me ergui da cama, já estava próxima às cortinas quando ouvi um barulho sobre o assoalho. Seria um rato ou algo do tipo? Com passadas mais suaves, escorreguei para mais perto do lugar de onde viera o som. Num balé ensaiado, minha boca foi tampada por uma mão masculina no mesmo instante em que a sai entre meus dedos se alinhava ao seu pescoço.— Ler mais
O Cavalo
O dia se ergueu ensolarado, e eu me vi ajeitando uma cesta de guloseimas para uma manhã nos jardins em companhia de Lady Ellen e Lucas. Há dois dias que ela não colocava os pés para além da varanda da sala de leitura, e não faria bem ao menino, o ar viciado daquela casa cheia de adultos eternos. Ele precisava de espaço para correr. Nada melhor, então, do que um piquenique. Eu, por outro lado, ansiava por notícias da França que n&a
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O Gambito
Chegamos a Orléans era noite plena, e eu não trocara uma palavra sequer com Edmund desde que deixáramos Limoges. Em nossa última parada, eu cochilara um pouco dentro da própria carruagem, tencionava poupar todo tempo perdido desnecessariamente em minutos ganhos da nossa chegada à Paris antes do prazo previsto. Entretanto, as noites mal-dormidas começavam a verter seu efeito em meu humor, e com um meio sorriso, mesmo tendo sido descortês com ele inúmeras vezes naquela viagem, Edmund sugeriu:— Façamos um descanso merecido de algumas horas a mais do que o normal. — Estendeu-me o braço para que descesse do coche. — Os cavalos precisam de descanso, &aa
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