Fred e Natália continuaram sem falar um com o outro por mais dois dias. Ambos orgulhosos e ninguém dava o braço a torcer. Sofriam calados e torturavam-se com olhares as poucas vezes que cruzavam-se no trabalho.Natália teve seu dia de folga e por várias vezes pensou em ligar para Fred e acabar com aquele clima pesado entre eles. Mas ao mesmo tempo ela pensava que era oportunidade perfeita para começar a distanciar-se dele.  Quando seu dia de folga terminou ela já não tinha tanta certeza de querer ficar longe dele. Dormiu apreensiva e acordou ansiosa por vê-lo.Chegou ao trabalho e contou os minutos para vê-lo passar pela recepção e sentir de novo o aroma do seu perfume. Mas meia hora passou e nem sinal dele. Quando Ana aproximou-se da recepção ela decidiu perguntar por ele.-  Ele cancelou todas suas consultas ontem e hoje. A única informação que tive é que ele não se sente bem.- Ele não trabalhou ontem?-Natália perguntou preocupada.- Esteve por alg

No dia seguinte a vida parecia ter voltado ao normal. Fred estava de volta ao trabalho e mais feliz que nunca. Apesar da forma como Natália saiu do seu apartamento, ele decidiu não fazer disso um problema.Ele passou pela recepção com aquele sorriso largo estampando em seu rosto. As enfermeiras suspiraram mas só o sorriso de Natália conseguia roubar toda sua atenção.Natália havia chegado ao trabalho de mau humor depois de uma conversa desagradável com seus filhos pela manhã. Mas só de ver Fred sorrir para ela , todas suas preocupações desapareceram.Ela acompanhou discretamente seus passos até ele desaparecer entrando em seu gabinete e teve que controlar-se para não suspirar como uma adolescente apaixonada.Passaram o dia trocando olhares e sorrisos. Arranjaram pretextos para ficar a sós e roubar um e outro beijo quando ninguém vi

Fred entrou em seu gabinete irritado. Ver aquelas flores e e ouvir que eram de Stélio doeu mais do que ele imaginou que seria quando algo similar acontecesse. Ele sabia que Stélio não desistiria fácil. Mas imaginar e viver a experiencia eram coisas diferentes.Sentou e respirou fundo , tentando esquecer tudo que aconteceu. Natália estava com ele e isso é que importava.Seu celular tocou e viu o nome do Stélio. Pensou em não atender mas depois de ouvir o celular tocar mais algumas vezes rendeu-se.-Alô!-Tudo bem? Desculpa te ligar a esta hora, mas já estás no trabalho?-Sim. Porquê? Passa-se alguma coisa?-Não. Só queria saber se Natália recebeu as flores que enviei pra ela? Fred se segurou pra não dizer nada que comprometesse Natália ou que denunciasse o que ele sentia no momento.-Recebeu.- E como ela está? Viste-a? Estavas ai quando as recebeu?- Stélio falava sem parar , sem dar espaço para Fred responder.-Não es

Minutos depois de chegar a casa , ouvia batidas na porta. Ela foi a porta imaginando quem seria.-Stélio ,  estou cansada, e sem paciência .- Natália falou logo que ficou frente a frente com ele.Stélio praticamente a empurrou entrando na casa. Natália suspirou e fechou a porta.- Eu esperava isso de qualquer outra mulher , menos de ti. Meu melhor amigo?-Tu és a última pessoa que devia estar aqui a dar-me sermões.-Ela falou impaciente.- Porque fui infiel não tenho o direito de me escandalizar com as tuas atitudes? Olha só para ti, a te comportares como uma mulher vulgar. Quando foi que perdeste respeito por ti, pelo teu corpo. Para onde foi aquela mulher cheia de virtudes e responsável.Natália estava cansada de ouvi-lo julga-la, como se ele fosse a vítima agora. Sim, ela sabia que logo que seu envolvimento com Fred deixasse de ser segredo haveria julgamentos. Mas ela não iria ficar ali a ouvir sem dizer nada.-Para começar, não v

Natália deixou passar alguns dias para que todos pudessem acalmar seus ânimos. Depois procurou por Stélio para conversar. Uma última tentativa para apelar ao seu bom senso.Natália chegou a casa para tomar um banho e trocar a roupa antes de sair ao encontro de Stélio no local combinado. Preparou-se rapidamente, pegou suas chaves e abriu a porta para sair. Mas foi surpreendida por Stélio que estava parado a porta da sua casa.-O que fazes aqui? -Ela perguntou estranhando sua presença a porta de casa.-Mudei de ideias quanto ao local. Acho que prefiro a privacidade da nossa casa.- Ele falou e passou por ela sem esperar ser convidado a entrar.Natália fechou a porta e deixou a bolsa por cima da mesa de jantar. Ela era a maior interessada neste encontro então precisava ficar calma e não reagir as provocações de Stélio. Respirou fundo   e sentou-se no sofá oposto ao que Stélio estava sentado.- Confesso que esperava que me procurasses mais cedo.-Ele