Todos os capítulos do A Dama da Morte: Capítulo 31 - Capítulo 40
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Capítulo 31 – A cidade abandonada
“Que espelho da alma refletiria a imaginação de algo que jamais esteve diante dela?”.   Espelho da alma Lagos profundos, sem forma, só refletem o céu e o que há ao redor... Superfície projetadora da imagem de qualquer montanha ou retrato de qualquer nuvem, de todos os nossos olhares... Clareza, limpeza, tribulações internas como a chuva serviram para que dentro de si se reconheça que por detrás dos turbilhões se enxerga as pequenas riquezas que habitam o coração, como quando um véu de ilusão transparente cai dos seus olhos... Você pode parar o turbilhão? Apenas espere ele acalmar e observe a água da chuva escorrer por entre as folhas, enrugadas, com cristais brilhantes. Impossível é a luz projetar num objeto se ele não existe, logo os olhos veem uma sombra. Nada para ser visto, ouvido nem sentido se não for real ao que os sentidos consegu
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Capítulo 32 – Telepatia
- “Eu gosto da companhia dela”. – Essa frase invadiu a mente de Aurora, na voz de Pierre, mas de uma maneira diferente, quase que inexplicável. Ela pensava que poderia ser o reflexo dos pensamentos dos outros.Eu escuto vozes o tempo todo. Quem sabe esteja lendo mentes humanas. Se eu invadisse a intimidade de alguém, isso poderia ser algo rebelde, falho, desrespeitoso. Mas, às vezes, ler pensamentos poderia ser uma dádiva rara. Eu escutava frases dentro da minha mente na voz de alguém que eu conhecia, mesmo a pessoa não estando por perto. Será que eu sou telepata?As vozes de Pierre se uniam como sombras de trevas e luzes infinitas; parecia que elas pertenciam a ele realmente, mas ao mesmo tempo, naquela serenidade, elas partiam muito rápido e estavam dentro de mim.  O que estava em torno de mim era um vazio e se voltava para mim como uma parte preenchida pela
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Capítulo 33 – A proposta
Aurora conta ao dono do Cabaret de la Mort as suas experiências com o contato com o mundo sobrenatural. Ele tem uma ideia de fazer um show com ela contando sobre suas investigações paranormais.- Imagine isso tudo como uma grande atração! Seria um espetáculo inigualável, cheio de mistérios e terror! Certamente os espectadores ficariam extasiados, maravilhados e isso poderia servir até de comédia para seus ouvidos! Os seus medos se tornariam encantadores! Hoje em dia não há nada que atraia mais o público do que histórias de fantasmas! Pessoas viriam de todo o mundo ao Cabaret de la Mort! – dizia o sujeito todo entusiasmado, querendo deixar o público de cabelo em pé.- Você quer mesmo que eu faça uma apresentação dessas?- Aurora, já posso ver os olhinhos brilhando e o arrepio que dá no p&ua
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Capítulo 34 – Os prédios mal-assombrados
“Ele queria se tornar pássaro, mas mortais devem seguir o propósito de Deus.” “Estou cansada dessas mentiras se espalhado como água por todos os lugares... Isso me afetou no âmago. Quem mente não é confiável. Mas e agora? Em quem acreditar? Às vezes o melhor é esquecer tudo, pois o tempo passa e não aproveitamos nada em nossas vidas. Eu acho egoísta demais centrar a alma em algo que não te deixaria nem respirar direito. E os pulmões que não respiram na água, não respiram sangue, precisam de ar. E de um ar que não sufoca. Eis que aqui expus os meus pensamentos e todo o amor que eu deixei se libertar do meu coração, que parecia acorrentado. É por esta estrada que eu caminho: a da fé, a da justiça onde não há juízes justos, mas há
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Capítulo 35 – Telecinese
Eu estava em minha casa, quando, porventura, algo parece muito irreal. Eu tocava um pouco do meu piano antigo e deixava a imaginação com suas próprias asas, a sinfonia ia crescendo até o som desaparecer no ar. Mas um ruído incomum aparece na sala:- “O que foi isso?” – se perguntou Aurora.Não dei atenção para aquilo e continuei a música. Até que uma nota ficou desafinada.Naquele instante, senti algo além do piano vibrar. Um objeto metálico havia se movimentado sozinho e voou em disparada para outro local da sala. Eu só percebi um vulto se movendo rapidamente no ambiente.Aurora leva um susto pelo ocorrido e mal sabe o que fazer. Sentia uma nova vibração no local, era como se algum espírito tentasse se comunicar com ela.Se havia mais alguém ali, com toda aquela força, - o suficiente para lan&cced
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Capítulo 36 – Maus espíritos
De repente, como se uma nuvem atravessasse o ambiente, os ecos se arrebentassem e dissessem palavras frias, que cortam mais que objetos afiadas, um espírito fala:- Nos entretenha, maldita! – disse uma voz amaldiçoada aparentemente poderosa. O som era tão inquietante que chegava a causar arrepios e medo profundo de morte. Não era possível ver nenhuma aparição, mas as cortinas balançavam como um vento colérico. E alguns objetos de vidro haviam se quebrado sozinhos com aquela força estupenda.Aurora pressentia que aquele tinha cheiro de espírito irônico, fraco demais vencer as próprias tentações, mas poderoso o suficiente por poder fazer aquilo tudo contra ela. Era como um ser das trevas querendo habitar o local e torná-lo para si sua própria morada.- Vá embora daqui! – gritava Aurora, amedrontada.- Dê-me a sua alm
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Capítulo 37 – A cidade fantasmagórica
“Nós estamos aqui falando sob a atmosfera e a morte anda dançando nos nossos túmulos secretos da mente”.  “Hoje é uma sexta-feira de dezembro de 1896. Um ano após a morte de meu bebê e um ano e três meses após a do meu marido. Oh, como é dura a vida solitária de uma dama que todos os dias pela manhã se olha em seu espelho com certa angústia estampada no rosto por não poder voltar mais ao passado e relembrar os bons momentos de uma vida que já se foi. Meu marido faleceu porque se viciara num veneno mortal: o ópio. Minha criança faleceu de uma doença misteriosa, três semanas após seu nascimento”.Aurora encarava seu próprio reflexo, na superfície de seu espelho oval emoldurado. Ela sentia a solidão por não ter por perto as pessoas que
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Capítulo 38 – O sanatório
“Tudo o que eu vi e ainda vejo... Será que eles querem que nos amedrontemos com as próprias sombras? Eles dizem que eu sou louca e tenho que ficar no hospício, mas quando eu vejo a quem queria ver, eu sei que há algo muito além do que eu posso explicar: é quando eu sei que eles estão verdadeiramente errados. [...].”  – Eu vi a imagem do meu bebê e meu marido falecidos no reflexo de um espelho em um hotel da Índia. Eu precisava ficar lá, para ver o que eles queriam, mas não posso... Eu vivo aqui, todos os dias tenho vontade de me encontrar com eles... A minha angústia é tão grande, que eu sinto um vazio por dentro... É como se a vida fosse uma triste tarde de inverno, álgida, como se me consumisse por inteira e eu não tivesse como me proteger das nevascas... É como se eu me sentisse frágil... – disse
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Capítulo 39 – O porvir
“Esperar as tormentas se aquietarem para um novo sol se abrir é uma virtude que devemos ter: resiliência.”  Depois de duas semanas no sanatório, Aurora finalmente sai daquele ambiente. O médico receitou algumas medicações para ela tomar e ela acaba se sentindo mais aliviada. Nos jornais descobre que muitos médiuns estavam sendo perseguidos e as autoridades estavam tentando sanar o problema com os revoltosos. Muitos já haviam sido presos, mas não se sabia ao certo se a moradia de alguém havia sido prejudicada. O que havia era um grande caso de intolerância religiosa em seus país e Aurora pensou em reagir.Talvez seja o momento para eu falar algo realmente importante para conter essa revolta. Quem sabe se houvesse uma assembleia extraordinária na frente da rainha Vitória e as autoridades. Eu vejo que as vezes precisamos lutar
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Capítulo 40 – O clamor
O meu ser clama em alto desesperoQue como águia voa e me olha de cima.Fagulhas penetram minha mente e eu me pergunto:Como se afogar na imensidão de águas negras?Será que a mais nobre causa de minh’alma sofrer,Se encontra aonde eu não posso tocar?E se nas águas escondidas,Eu me tornasse ninfa e lá vivesse para sempre?Em meu espírito a dor oculta se revelaE como um parasita devora os meus dias,Cavando a minha ida para o túmulo.Partir ou viver?A tão dolorosa partida de quem não mais pode sonharDe quem sente os calafrios duros da morteOs vermes estão à espera do banqueteO que vive em mim agora?Se eu pudesse ultrapassar os obstáculosDa minha jornada, a infeliz caminhadaPor onde eu me tornei uma escrava do medo...Minha boca professa pala
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