Conhecendo o Conde

#Madalena

Eu só tenho que limpar tudo o mais discreta possível. Foi exatamente essa a ordem que recebi de Marta. Segundo ela, o patrão odeia ser incomodado, nunca devo me dirigir a ele, nunca devo encara-lo, conversa, ou qualquer coisa que o faça perceber a minha presença. Eu me senti tão insignificante que não era digna da atenção de um nobre. Fala sério, minha vontade era de perguntar a ela se tudo o que falavam sobre ele era verdade. Mas, o jeito que ela me falou isso é depois mudou de assunto mostrou que o assunto não deve ser incomodado.

Certo.

Eu podia fazer isso.

Estávamos todos sentados para o jantar, Catarina fez um delicioso ensopado de verduras e o cheiro fez meu estômago roncar. Sim, eu adorava comer e isso era evidente na minha forma física, o que por muito tempo me foi causa de sofrimento, hoje eu entendia que fazia parte de quem eu sou e tudo bem assim.

Depois do jantar, conversamos um pouco sobre a nossa vida. Descobri que a Marta e o André eram casados a quase trinta anos e infelizmente não tiveram filhos já que a senhora Robinson não pode. A senhora Catarina é viúva, o marido morreu a cinco anos e os dois filhos moram na cidade. Juliene não ficou conosco, ela deixou evidente seu desgosto por minha presença.

Agora estou deitada na cama tentando me acalmar depois de mais um pesadelo terrível.

Sempre os mesmos.

Desde que perde meus pais naquele acidente terrível, tenho pesadelos horríveis toda noite. Acabo acordando chorando e tremendo.

Eu sei que foi tudo culpa minha.

Se eu não tivesse chorado...

Sacudo minha cabeça e decido levantar, ir até a cozinha tomar uma água, ou qualquer coisa que me distraísse.

Saiu do meu quarto enrolada no meu robe rosa, aqui dentro está quente e confortável,  bem diferente do clima lá fora que está gelado devido a nevasca que cai incansavelmente.

Sigo pelo corredor para a cozinha, a casa está imersa na escuridão e tento tatear até chegar ao meu destino. Contudo, quando estava passando pela sala me bato em algo sólido que me fez dá um grito de medo e dor.

_ Droga! _ exclamo enquanto tento ver o que estava no meu caminho.

Sinto minha respiração acelera à medida que percebo que não bati em uma parede, sinto a presença dele aqui, do conde.

Tento chegar perto do interruptor para acender a luz e ver como ele é, mas quando estou quase chegando, sinto uma mão segurar a minha com força.

Sinto meu corpo volumoso estremecer com o contato. 

_ Não acenda! _ a voz rouca diz cortando o silêncio gritante ao nosso redor. _ quem é você e o que faz na minha casa?

Sua mão ainda continua segurando a minha sem diminuir a pressão. Meu coração está acelerado e a escuridão me faz tremer de medo. As palavras de Bella vem a minha mente me fazendo encolher.

_ Não me machuque! _ peço desesperada. _ eu sou a nova empregada.

Ele me solta ao ouvir meu pedido. Sinto sua respiração próximo de mim. Gostaria de vê-lo, saber como ele é realmente.

_ Está planejando roubar a minha casa na calada na noite? _ ele diz com sarcasmo.

Roubar?

Porque julgar alguém se nem conhece.

_ Olha aqui, você pode ser o conde e essas coisas, _ digo apontando o dedo para o seu peito musculoso. _ mas, não admito que me insulte assim, eu não dou ladra, trabalho duro para ter o que eu preciso, não vou roubar nada seu. _ digo e vejo que estou praticamente colada nele.

O silêncio se prolongou.

Tudo o que se ouvia era o som das nossas respirações.

_ Só saia do meu caminho, garota! _ ele diz por fim sumindo na escuridão.  Respiro aliviada e ao mesmo tempo me sinto curiosa para saber mais sobre ele.

Sobre o conde Westphalen.

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