Em fim em casa

Dias atuais....

                       Cindy Collins

Saímos do aeroporto em um táxi. Fiquei o tempo todo pensativa no que ouvi, não que tivesse duvidado de algo, mas porque não seria uma jornada fácil.

— Fofinha, está tudo bem? – pergunta papai tocando em meu ombro.

— Está sim –  respondo forçando um sorriso e volto a olhar para a janela.

Não gosto muito de expor meus problemas para meu pai, não quero que ele vire um pai coruja.

O carro para em frente a nossa casa me fazendo sorrir feito boba. Ela estava perfeitamente linda, tio John caprichou mesmo na reforma.

Saímos do carro. Pego minhas malas e começo a me aproximar da casa, relembrando cada momento que passei ali.

A porta se abriu antes que eu pudesse alcançar a maçaneta.

— SEJA BEM VINDA!!!!!! –  Grita Bella, me dando um enorme susto.

— Você quer me matar, garota!? –  digo colocando a mão no coração.

— Prima, que saudade –  diz me abraçando bem forte, retribui o abraço da mesma forma.

— Assim você vai acabar quebrando os ossos dela, Bel – Ouço uma voz atrás de mim.

Ela me solta e logo recebo um abraço por trás.

— Seja bem vinda de volta, prima –  diz Lucas.

— Não me diga que essa voz linda é do meu priminho fofo! – Me viro e o abraço forte.

— Priminho não,  fofo também não, mas gato sim – fala, dando uma piscadela.

Sorrio de sua brincadeira, e o abraço novamente.

— É muito bom estar de volta.

Meus primos eram tão diferentes quanto a dois irmãos gêmeos poderiam ser. Lucas tinha cabelos e olhos castanhos, enquanto Bella tinha olhos mais claros e cabelos curtos. Ambos sempre vivem brigando mas acho isso normal entre irmãos.

Tio John e tia Naya logo aparecem na porta.

Meu tio é gato igual ao meu pai, tem cabelos pretos e olhos verdes quase azuis. Já tia Naya é loira de olhos claros.

— Tio! Tia! – Corro para abraça-los.

— Menina, como você cresceu! –  fala Naya.

— É de tanto eu comer – digo rindo.

— Não acredito que você continua com essa fome enorme de sempre? –  pergunta Lucas.

Balanço a cabeça afirmando e, todos riem.

— Mas pelo menos não engorda e está muito linda – diz John.

Entramos na casa e eles nos mostrou as reformas magníficas que fizeram.

A sala estava muito diferente, o estilo bem moderno com sofás e poltronas de cores vibrantes, as cortinas brancas com detalhes em vinho. A TV era tão grande que por um momento tive a impressão de estar dentro dela. Havia também alguns quadros que compramos na África e mandamos para Naya.

A cozinha também era moderna, havia uma geladeira de inox e um armário que cobria as paredes, uma mesa de vidro e seis cadeiras acompanhando.

Estava admirando a cozinha quando Bella me puxa pelo braço, me levando para o andar de cima.

Ela me fez subir os degraus correndo, fiquei até sem fôlego.

Dei de cara com um enorme corredor com quarto portas. Uma delas era cor de rosa.

— Dá uma olhada no seu novo quarto – fala com um longo sorriso no rosto, tocando na maçaneta da porta.

Bel logo abre a porta, revelando o mais lindo quarto que já vi.

Ela tinha tudo que uma garota desejava ter, era muito bem organizado. Tudo se dividia em rosa claro, me deixando praticamente sem reação.

Sei que muitas garotas não gostam de rosa, mas eu AMO essa cor!

— Oh my god! –  digo colocando a mão na boca.

— Ficou lindo, não foi?

— Espetacular, a Yuna iria amar –  falo passando a mão na cama.

— Yuna? –  pergunta Bel.

— Sim, é uma amiga da África, na aldeia onde fizemos a obra de Deus, as pessoas são carentes. A vida lá é muito complicada, não em todos os lugares, porque a África tem sua beleza e lugares magníficos. Mas na maioria sim – respondo, relembrado do sofrimento que vi aquelas pessoas passarem.

— Foi uma missão e tanto né?

— E como. – Solto um suspiro de frustração.

Meu quarto é lindo e espetacular. Mas os anos que passei naquela aldeia me ensinaram a gostar menos dos bens materiais.

— Então, está disposta para enfrentar a escola novamente? –  pergunta ela, quebrando o silêncio.

— Sim, só um pouco com medo, faz anos que não coloco o pé em uma escola – digo arregalando os olhos.

— Vai ser divertido.

— Tomara –  faço questão de me jogar na cama.

“Uma nova jornada se iniciava na minha vida e eu espero que dê tudo certo. Não vejo a hora de terminar meus estudos e ir logo para a faculdade, mesmo que ainda eu não saiba que curso escolher”, penso.

Bel me ajudou a desfazer minhas malas e arrumar tudo no guarda roupa. Descemos e fomos assistir um filme que Lucas estava vendo.

Eram nove da noite quando a pizza chegou.

— Olha a Pizza!!!! – Tio Jhon grita, passando pela sala e indo para a cozinha.

Eu, Bel e Lucas nos levantamos do sofá e saímos correndo. Foi uma briga e tanto, pois os três queriam passar ao mesmo tempo na porta.

— Cheguei primeiro –  fala Lucas se sentando na cadeira.

— Porque você nos empurrou – Bel o encara e senta.

— É, não vale – digo pegando um pedaço de pizza. Fazia anos que não comia uma. — Hum... que delícia.

— Só não vale comer tudo – Brinca Lucas.

— Sem graça – Mostro a língua pra ele, que faz o mesmo.

Meus primos continuam do mesmo jeito, amorosos e brincalhões.

Espero que a vida espiritual deles também não tenha mudado.

                      Chon Smith

O que a senhora me disse não parava de perturbar minha mente, será que Deus nunca me deixará em paz?

Cheguei em casa às nove horas e agradeci por meu pai não estar. Subo para o quarto, tomo banho, troco de roupa e saio novamente. Irei a uma festa na casa da Yasmin, minha ex namorada que nunca aceitou o final do nosso lance. Irei mostra pra ela que não pertenço a ninguém, vou " ficar" com várias garotas só pra provocar ela.

Paro o carro na frente da mansão, já ouvindo a música vindo de dentro.

Entro na festa passando pela pista de dança, onde várias pessoas estavam dançando. Vou até a mesa das bebidas e pego uma taça de vinho.

— Achei que não viria –  Ouço a voz de Yasmin atrás de mim. Reviro os olhos com cara de deboche.

Me viro com um sorriso falso no rosto.

— Nunca perco uma diversão.

Ela estava vestida com uma roupa curta e chamativa. O que eu não suporto em uma garota é ficar se expondo muito, sei que assim, chama mais atenção e nos atrai ainda mais. E... Na Real, nem todos nós gostamos disso.

— Gostou da roupa? –  pergunta, dando uma volta.

— Você pode estar bonita para muitos, mas para mim não está –  Saio e a deixo no vácuo.

Passo pela pista de dança onde algumas pessoas estão dançando uma música lenta. De longe, vejo minha prima Mylenna discutindo com o seu namorado em frente ao carro. O cara que mais odeio nesse mundo.

— My, está chorando? – digo me aproximando. E percebo que seus olhos estão vermelhos.

— Não, é...

— Não minta pra mim Mylenna, o que esse babaca fez com você?! –  Aponto para ele.

— Nada, nós só.... –  Ela nem termina de falar e ele se intromete.

— É conversa de casal. Fica na sua! – fala com sarcasmo.

— Cala sua boca, não te chamei na conversa – Pego na mão dela e saio dali.

Nos afastamos da casa levando-a para um lugar com menos barulho.

— O que está acontecendo? Vai me contar? – pergunto lhe encarando.

— Não e nada Chon, ele só reclamou da minha roupa – diz olhando para o chão.

Olho pra sua roupa e não vejo nada demais para ele reclamar.

— Tudo bem se você não quiser falar, só toma cuidado. E se ele te machucar me fala.

— Eu sei Chon não precisa se preocupar.

— Se cuida – Dou um beijo em sua testa e entro novamente.

Mylenna é minha única prima, seus pais morreram em um acidente quando ela ainda era pequena e mora conosco desde então, eu a considero como irmã, não gosto de ver ela chorando ou alguém á  maltratando.

Sei que ela está escondendo algo de mim, e eu vou descobrir.

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