The Killer Inside | Livro 3
The Killer Inside | Livro 3
Por: Jaque Hartzler
Prólogo

O DESPERTAR

THOMAS

Samantha finalmente havia acordado depois da hibernação. Ela estava faminta e parecia muito deprimida. Eu me sentia muito mal pelo que fiz, mas quando fiz, não era eu. De alguma forma eu estava preso dentro do meu corpo, e não podia me mexer, outra pessoa se mexia por mim.

Mas ainda sim eu me sentia mal por isso.

Ela não quis me ver nos primeiros dias.

Estava com traumas e provavelmente com raiva de mim. Em partes ela estava certa.

UM ANO APÓS O DESPERTAR

Já se passou um ano, por favor, Sam. Fala comigo. — pedi quando entrei na cozinha e ela estava lendo um livro sentada na cadeira alta da bancada.

Oi, Thomas. — foi a primeira frase que ela se dirigiu a mim em meses, após o incidente.

Eu a encarei perplexo, sem acreditar no que acabara de ouvir. Ela realmente falou.

Me desculpa por…

Não precisa se desculpar. Eu sei que não era você. Eu só, estava com um bloqueio, e não conseguia falar com você. É como se meu lado vampiro não permitisse aproximação. Mas eu perdoo você, é tudo culpa da Lenore, mesmo.

Então… Sobre ela. É a sua mãe, huh. — comentei.

Já não tenho mais surpresas de nada nessa vida. Se dissessem que você é meu irmão eu acreditaria.

Isso seria nojento.

Séria.

DOIS ANOS DEPOIS DO DESPERTAR

Eu não consigo mais aguentar Tom, preciso vê-los de novo, eu não aguento mais. — disse Samantha, sussurrando e chorando no quarto.

Eu sei, mas sabe o que acontece se for atrás deles. Precisamos ser fortes. Vamos subir o suficiente para conseguir escolher sair daqui.

Quando tempo acha que isso vai demorar?

Eu não sei. Uns cinco, seis anos. Eles precisam confiar na gente.

SEIS ANOS DEPOIS DO DESPERTAR

Sam e eu já não nos falávamos tanto quanto antigamente. Nós decidimos dar um fim no casamento de verdade, acho que estar comigo a lembrava coisas do passado, e as crianças também, e isso a magoava. Eu entendi, e aceitei. Sinto muita falta dela, mas talvez tenha sido melhor assim mesmo. Ela parece bem agora. Nessa época já não conseguíamos mais ter contato com as crianças, não sabíamos onde estavam ou o que estavam fazendo. Mas confiamos em que Lenore os protegeria.

OITO ANOS DEPOIS DO DESPERTAR

Há oito anos estamos tendo missões. Matamos vampiros que não se adaptam. Aqueles que acabam com a imagem dos vampiros, e nos faz ser maus aos olhos de humanos e outras criaturas. Vejo que Sam não aguenta mais. Ela passa o tempo transando com os novatos que entram na Sociedade. Não posso dizer que isso me machuca. Não é mais da minha conta. Comigo também não é diferente. Seguimos em frente.

DEZ ANOS APÓS DESPERTAR

SAMANTHA

Patch, livre-se das cinzas. — falei, enquanto guardava a arma no suporte do meu cinto.

Não sou seu faxineiro, Sammy. — respondeu ele, impaciente, mas, mesmo assim, fazendo o que mandei.

Cala a boca, você nem deveria estar aqui pra início de conversa. — murmurei, guardando o resto dos equipamentos na bolsa.

É engraçado, você me quer a noite na sua cama, mas não me quer quando trabalhamos juntos. Me trata como lixo. Baby, eu tenho sentimentos. E você os machuca. — ele pareceu irônico em sua resposta.

Você tem mais utilidade na minha cama a noite, do que em ação. Não vamos falar sobre sentimentos, já conversamos sobre isso. — falei, mau humorada.

Então quando vamos falar sobre? Já faz cinco meses que estamos juntos, por que se fecha tanto pra mim? — Perguntou, enquanto pegava o saco com cinzas e jogava atrás da caminhonete.

Não quero um namorado. Não quero um relacionamento. Eu não quero falar sobre isso, Patch.

Eu não sei se quero continuar, então.

Então não continue.

Patch riu nervoso, sem acreditar em minhas palavras.

Você é inacreditável. Nem reluta. Nem tenta.

Patch, eu sou uma mulher crescida, sei o que eu quero. Sei o que faria bem pra mim. E um relacionamento não é o que estou procurando.

Eu entrei no banco do motorista, enquanto ele entrava no do passageiro e batia a porta com força.

Sammy, eu te amo. Eu não quero precisar te dividir com ninguém.

Nãou sou sua pra ser dividida. — falei irritada.

Eu estava sem um compromisso com alguém há anos. Já tinha vivido o bastante e sofrido o bastante no passado pra não querer me envolver com alguém de novo. Não era minha intenção machucá-lo, mas eu só… não quero um relacionamento.

Eu dirigi de volta para a Igreja Negra, e assim que estacionei o carro na frente, desci e Pacth tomou meu lugar. Ele se livraria das cinzas do vampiro que acabávamos de eliminar a mando de Lenore. Era o que eu fazia por dez anos, desde que me atrevi a vir pra cá. Seria melhor se estivesse morta. Mas, pelo menos, ainda me divirto com algumas coisas. Subi a grande escadaria, e o vento gelado fez minhas pernas nuas doerem. Eu estava usando uma meia preta arrastão, com um sobretudo por cima. Minhas botas iam até o joelho, mas eu ainda estava com frio.

Boa noite, Srta. Samantha. — disse um dos seguranças.

Eu balancei a cabeça em resposta e os outros seguranças também me cumprimentaram, ignorei o resto. Responder um já bastava.

Ouvi a caminhonete cantar pneu, Patch estava mesmo magoado, eu deveria acabar com isso logo antes que o que ele sentia por mim virasse obsessão.

Os seguranças que ficavam na grande porta da entrada a abriram pra mim, também me cumprimentando. Eu entrei pelo grande salão, e Carmilla estava sentada no grande sofá com seus gatos irritantes e gordos.

A ignorei como sempre fazia. De todos, ela era a que eu mais odiava. Uma vampira chata, irritante e com o ego maior do que essa porcaria de igreja de fachada.

Passei direto pelo salão, e girei o botão enferrujado do subsolo. Alguém precisava urgentemente colocar um óleo aqui, ou qualquer dia eu quebraria isso de tanta força que eu precisava fazer para abrir.

A uma porta se abriu na parede de pedra, e eu entrei. As luzes como sempre iluminaram o caminho automaticamente, até que eu chegasse ao subsolo. Abri a última porta e Lenore estava lá, junto de Ruthven e Varney.

Está feito. Patch se livrou do corpo. — falei mau humorada.

Deveria sorrir mais, Samantha. Você acaba com a boa energia desse lugar com esse mau humor todo. — Disse Lenore.

É, mãe. Eu estou infeliz. Com notou isso? — me virei e caminhei de volta pra fora.

Sam. — chamou ela. Eu dei um passo de volta me virando em sua direção. — Já se passaram dez anos. Esqueça.

Você se esqueceu de mim, Mãe?! — falei a última palavra com raiva.

Não. Mas tudo tem seu tempo. Termine seu trabalho. E poderá voltar para eles.

Meus filhos nem devem se lembrar de mim. — cuspi. — Sou uma completa desconhecida. Isso porque você queria me conhecer melhor (?). Baboseira. Me quer presa aqui por nada.

Não está presa aqui, querida. Pode sair quando quiser.

E estarei morta assim que pisar no primeiro degrau dessa merda de lugar.

Acha que eu mataria minha própria filha?

Você me abandonou, Lenore. Me deixou nas mãos do meu pai como se eu fosse um nada. Pra ser criada como uma arma. Crescer em meio de mentiras.

Você abandonou seus filhos também. Não se esqueça disso, não é diferente de mim.

Sim, eu sou diferente de você. Não abandonei meus filhos por dez anos porque eu quis. Eu fui obrigada. Ou eles estariam agora mesmo fazendo o seu trabalho sujo no meu lugar.

Samantha, você matava lobisomens, e não sentia remorso nisso. Vampiros já estão mortos, você só enterra, praticamente.

Então porque não faz essa porra você mesma?

Porque eu tenho você pra isso.

Eu dei as costas a ela, e saí do subsolo.

Depois que acordei da hibernação de cinco meses quando Thomas foi obrigado a me transformar de novo, Lenore me contou quem era.

Acontece que, quando meu pai disse que minha verdadeira mãe, irmã de Caroline, havia me abandonado, era mentira. Ela tentou matá-la, e pra isso ela precisou fugir. Depois disso, quando pôde, decidiu não voltar pra me buscar. Achou que eu estaria melhor sem ela. Mesmo depois de virar uma vampira poderosa, ela achou que eu não sentiria falta, e provavelmente também não sentia a minha. Mas ela tinha razão, nunca senti falta dela. Porque nunca soube a verdade. E agora que eu sei, a odeio por isso.

Ela poderia ter voltado mil vezes por mim. Mas não quis. E depois de todos esses anos me vigiando de longe, decidiu que eu seria propriedade dela. Mas não vejo amor nos olhos dela. Vejo posse. Ela não aceita que mais ninguém me tire dela. Talvez ela seja só uma louca narcisista possessiva. Eu não sei. Mas não sinto nenhum amor maternal vindo dela.

Ela exala mal.

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