UMA PROMESSA PARA O AMOR
UMA PROMESSA PARA O AMOR
Por: ANNE CABRAL
1. BOA VIDA

1988

GIOVANNE

Com o pé no acelerador sigo para a minha a rotineira vida de pegador, meu amigo de farras, Bryan já me aguarda na danceteria.

Não sei porque, mas ultimamente tenho sentido um vazio, como se algo me faltasse, mas não sei explicar bem o que seja.

Sempre tive tudo o que quis, nunca precisei correr atrás de nada, eu piscava e o mundo estava aos meus pés.

Me chamo Giovanne Boniersk e tenho 22 anos, loiro alto, olhos verdes, que herdei do meu avô, jogo futebol, digamos que as mulheres gostam do que veem.

Faz uns 10 anos que moro na Inglaterra, pois meus pais mudaram para cá para realizar o sonho da minha irmã, Kimberly, de se tornar médica.

Infelizmente, quando eu tinha 19 anos eles faleceram em um grave acidente de carro. A lembrança deles, ainda permanece viva na minha memória.

Na época eu morava com meus pais e minha irmã já tinha sua casa.

Sempre tive tudo o que queria, nunca trabalhei em um emprego fixo, pois os meus pais nos deixaram uma herança suficiente para eu me manter.

Meu passatempo favorito era sair à noite para festas nas casas noturnas, adoro uma farra, e óbvio que tem que ter mulher no meio.

Eu nunca precisei me esforçar para conseguir a mulher que queria, além de bonito sempre fui bom de lábia, um conquistador nato.

Meus amigos me chamam de badboy e mulherengo, acho que por inveja, claro.

Estou aqui na balada com meu melhor amigo Brian, quando do nada o Brian j**a:

— Vamos fazer uma aposta? — Perguntou bebendo um gole da sua bebida.

Mesmo achando estranho, a curiosidade me fez perguntar.

— Que aposta Brian? Você já está bêbado. — Concluí.

Mas ele tinha a resposta na ponta da língua.

— Você também. — Gargalhamos e ele continuou. — Que tal eu escolher uma garota para você ficar hoje e você escolhe uma para mim?

— Você tá de sacanagem! De jeito nenhum! — Disse negando veementemente com a cabeça. — Te conheço e sei que vai escolher uma baranga para mim, com certeza.

Ele gargalhou e perguntou ainda rindo.

— Está com medo? Não é tudo mulher?

— Deixa de história, você quer sempre as mais gatas para você, nem vem que eu já saquei o lance de hoje, escolher a pior para mim e eu fico limitado para você pegar várias...

— Estou falando sério, vou achar uma bem bonitinha para você. — Seu sorriso perverso me irrita. Já sei o que se passa nessa cabecinha poluída.

Olhei bem para o rosto do sem vergonha e como um louco respondi.

— Tá, eu topo, mas se for uma baranga, vou trocar, pela que eu escolher para você.

— Combinado. — Ele sorri satisfeito. Eu balanço a cabeça, inconformado, como pude aceitar isso?

Percorri o olho pelo salão e vi duas moças conversando e bebendo um drink.

— Já escolhi, a sua vai ser aquela magrinha e baixinha, de cabelo preto encaracolado.

Ele franze o cenho, e coça a cabeça.

— Feito!— Ele faz uma pausa, analisa o local, depois responde: — E a sua será a amiga ruiva de óculos.

Olho para a tal ruivinha e até que a acho bem gostosa.

Não demora muito tempo e eu levo a ruivinha para minha casa.

Não foi nada daquilo que eu esperava, pois a garota bebeu demais e assim que eu a trouxe para casa, vomitou na minha cama e no meu banheiro, estou enfurecido porque se eu soubesse que iria me dar mal nem tinha a trazido aqui, não havia percebido que ela estava tão bêbada assim.

...

Ao abrir os olhos observei o teto, percebi que tudo ao meu redor girava. Esperei um tempo, lembrando da noite anterior e quando realmente consegui levantar do sofá, meu corpo estava todo dolorido.

Levanto-me e vou até o quarto para descobrir se ela acordou e levá-la até sua casa mas tudo continua em silêncio, suponho que continua dormindo.

Estou mal-humorado, mas não vou deixar transparecer.

— Ge. É você? — Ela pergunta e olho para a cama, onde a Beatriz está deitada, encaro seus olhos ainda fechados, aos poucos ela começa abrir.

— Sim, sou eu, está melhor? — Sento-me ao seu lado na beirada da cama e afasto seus cabelos do rosto olhando-a e admirando sua beleza. Os cabelos longos ruivos, a pele branca, o rosto com algumas sardas.

Que droga, não poder aproveitar a noite como eu gostaria. Estou tão frustrado que nem a sua beleza me afeta hoje. Além de que terei que chamar a Dulce para limpar essa bagunça.

— A minha cabeça ainda dói um pouco. — Ela fala manhosa olhando fixamente nos meus olhos e esboça um sorriso forçado.

— Vou preparar o café e depois te levo para casa, ou você prefere que eu chame um táxi? — Falo levantando da cama, indo em direção à porta, preparar o café.

— Melhor chamar um táxi, se meus pais souberem que sai com alguém, estou enrascada. — Seus movimentos ainda são lentos enquanto ela fala, fecha os olhos e coloca uma das mãos na cabeça. Provavelmente sinais da ressaca.

Analiso melhor a situação e lembro-me de uma coisa.

— Vou te dar um remédio para dor de cabeça. — Busco um pouco de água na cozinha e quando volto, pego o remédio e entrego a ela. Observo enquanto ela bebe, seus seios um pouco amostra, porque os três primeiros botões da minha camisa, que ela veste estão abertos. Quando começo a imaginar seus peitos na minha boca, a garota solta um gemido de dor e na mesma hora eu perco o interesse, lembrando dos episódios de ontem.

— Vou fazer o café, tem algo que você não gosta de comer?

— Como qualquer coisa, não se preocupe. — Sua voz é carregada por gemidos de dor, não sei se fico com pena ou ódio, pois se o Brian tivesse escolhido outra, ou eu não tivesse aceitado essa aposta, estaria me sentindo realizado hoje e não um fodido.

Xingo mentalmente.

Desço para preparar o café, mas antes, ligo para a senhora Dulce, uma senhora que trabalhava com meus pais há muitos anos e agora cuida da casa que herdei do meus pais, duas vezes por semana, hoje nem é dia dela trabalhar aqui, mas eu que não vou limpar essa bagunça, já limpei o essencial, se deixar como está, a casa vai ficar fedida, e eu como detesto sujeira, prefiro chamá-la.

Assim que o café estava pronto a chamei para tomar. A moça estava muito envergonhada, não me olhava nos olhos, entendi e respeitei o momento dela.

Suspirei fundo quanto Beatriz disse que teria que ir para casa o mais rápido possível. Chamei um táxi, que a levaria a casa de uma amiga, em casa seus pais poderiam estranhar a filha usando a minha camisa, ela justificou.

Dulce chega logo em seguida e organizou tudo, ela é a minha salvação, por mais que eu saiba fazer de tudo, gosto que ela venha e faça aquela faxina.

A única coisa chata, é que ela sempre vem com seus conselhos, de que eu tenho que ser mais responsável, arrumar um emprego e parar com essa vida de farras e noitadas, o mesmo blá-blá-blá de sempre. Eu concordo discordando, já que ela é como uma mãe.

Assim que ela vai embora, eu começo a refletir sobre a vida, pois sempre que eu tento mudar, ser mais responsável e arrumar um emprego, meu desejo incontrolável em levar as mulheres para a cama me domina e eu sempre acabo tendo o que quero, mas perco meu emprego.

Certa vez a mulher do meu patrão deu em cima de mim, mas como eu não queria me meter em furada, tentei dispensá-la e ela me ameaçou, que se eu não saísse com ela, ela me acusaria de assédio.

Depois que tivemos nossa primeira noite juntos, a mulher não queria sair do meu pé. Até que eu decidi sair do emprego.

Ninguém mandou as mulheres serem tão sexys e provocativas, até mesmo aquelas que se vestem mais comportadas são as minhas favoritas, pois eu fico imaginando os seus seios, a bund@ redondinha, as coxas grossas por baixo daquelas roupas. Meu pau me incomoda, até eu me afundar nelas.

Estava perdido em meus pensamentos, quando o telefone toca:

Atendo o telefone, não me surpreendo ao ouvir a voz de Kimberly, minha irmã mais velha, aproximadamente quatro anos a mais que eu.

— Bom dia maninho, está dormindo ainda seu preguiçoso... — Ela gargalha. Mal sabia ela, que estou acordado faz tempo. — Recebi uma ligação logo cedo do advogado do tio Francisco e da tia Margaret, nos avisando que eles deixaram uma herança para nós. Acredito que deva ser pouca coisa, porque sabemos muito bem que eles estavam falidos, só tinha aquela casa onde moravam. — Recordar dos meus tios me dá um nó na garganta, ainda tento superar essa perda.

— Nossa Kimberly, não estou acreditando, porque logo para nós? — falo com a voz triste e faço um breve silêncio, pois eles além de nossos tios, eram meus padrinhos. Quando morávamos próximo, ainda na Espanha, eu e minha irmã éramos pequenos, nossos tios faziam de tudo por mim, tinha um laço muito forte com eles e um carinho muito grande.

— Se prepare para o que vem agora! — Kimberly fala e faz uma pausa, respira fundo e prossegue. — Pior que o advogado quer nossa presença lá, o quanto antes. Combinei de nos encontrarmos na segunda-feira. Mais um detalhe, se é que você não entendeu. Temos que ir os dois.

Ouço ela respirar pesadamente. O fato de lembrar que meus tios foram brutalmente assassinados dentro de casa, e não havia ninguém para ajudá-los, me entristece muito, se ao menos alguém estivesse lá, se eu estivesse lá, éramos muito apegados.

E eu sentia muito a falta deles, depois que nos mudamos para a Londres. Falar nesse assunto era muito desagradável, meu coração tinha um enorme buraco, primeiro meus pais se foram e a pouco tempo meus tios.

A dor do luto é intensa, para uns mais que para outros, e eu ainda não havia me acostumado com a ideia de não vê-los mais.

— Sério isso? — Falo indignado, não queria ter que ir para lá, principalmente porque terei que ver a casa vazia, nunca imaginei ter que voltar para a Espanha, nem sei como irei reagir se precisar ver aquela casa vazia, onde tivemos momentos incríveis.

— Vou preparar tudo para viajarmos, depois conversamos, quanto antes nós resolvermos isso será melhor. O que você acha de aproveitarmos a oportunidade e ir até lá de navio? Afinal era um passeio que sempre gostávamos de fazer quando criança, já nem lembro a última vez que fizemos esse passeio.

Passeios de navio já não me atraem muito faz tempo, para que gastar tempo com isso, se podemos ir bem mais rápido de avião, mas só de perceber o seu entusiasmo, eu opto por ceder e ir de navio, talvez seja legal.

Haaaaaa! Fala sério, vai ser um tédio. Mas estou disposto a fazer isso pela minha irmã.

— Tudo bem, sua chata, podemos ir de Navio, pois sei que se não aceitar por bem, você vai arrumar um jeitinho de me fazer ir por mal mesmo...

Embora a morte dos meus tios seja algo que me doeu muito, essa herança será muito útil, para que eu continue vivendo minha boa e tranquila vida, sem se preocupar com nada, que não seja o meu pau na boca ou na boceta de uma safada.

Será que no navio vou encontrar uma gostosa ou várias, já começo a imaginar as muitas formas de satisfazer meus desejos.

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